terça-feira, 30 de outubro de 2007

Exteriors: Supreme Art (II)


Interiors: Supreme Art (III)


domingo, 28 de outubro de 2007

Exteriors: Supreme Art


DocLisboa (II)

Rebellion: The Litvinenko Case




Um excelente filme made by Andrei Nekrasov. Corajoso. Como mostra o realizador ao filmar a sua casa destruída, depois do ex-agente do FSB (Federal Security Service of the Russian Federation) Litvinenko ter sido morto, e ter encontrado a fotografia do agente (já com aspecto muito frágil depois de ter sido envenenado) e uma pedra por cima, no seu quarto em cima da almofada. O documentário é um panfleto político anti-FSB e anti-Putin, com provas factuais apresentadas e muita frontalidade. O realizador não começou o filme com a morte de Litvinenko, o que poderia ser visto como demagógico. O documentário foi construído desde o início da guerra da Chechenia, e desde então Andrei Nekrasov compilou uma série de entrevistas a Litvinenko, Anna Politkovskaja (jornalista que denunciava atrocidades do governo de Putin na Chechenia assassinada há pouco tempo) e Marina Litvinenko (viúva de Litvinenko).

Nestas entrevistas com personalidades que continham informações essenciais sobre o Estado russo e as suas instituições, discutiu-se o estado actual da Rússia; o excesso de poder de Putin a as alegadas práticas de corrupção no seu historial político antes da presidência; a transformação do KGB em FSB, que se manteve como uma organização mafiosa destinada a proteger a todo o custo a cúpula da actual classe política; a corrupção completamente institucionalizada como meio de sobrevivência e de "garantia" de protecção. Como um interveniente no filme afirmava, "na Rússia, ou se é comunista ou criminoso".

Com este documentário, aprende-se imenso sobre o estado actual da Rússia e os seus dirigentes.


DocLisboa

My country, my country



Um bom filme/documentário que retrata, como poucos, o quotidiano no Iraque pré-eleições tal qual como é. A realizadora Laura Poitras acompanha um médico árabe sunita, residente em Bagdad, que é candidato ao parlamento pelo Partido Islâmico do Iraque. Este médico, Riyadh, vê-se confrontado com a recusa do seu partido em participar nas primeiras eleições livres pós-Saddam, ao mesmo tempo que reconhece que a única forma legítima de levantar o seu país é votando e, nesse contexto, apela à sua família para o fazer. Filmado num quarteirão sunita de Bagdad, onde a desconfiança face à presença americana é indubitável, Riyadh tenta conciliar estes dois mundos, questionando as tropas americanas sobre aspectos práticos do quotidiano (como a situação dos presos em Abu Ghraib), ao mesmo tempo que se esforça por integrar os sunitas e os xiitas no processo democrático em curso e na nova sociedade iraquiana.

A realizadora acompanhou também um grupo de seguranças privados nas suas actividades profissionais no Iraque, como uma negociação de compra de armas e uma série de conversas registadas durante as operações de rotina. Ficaram-me na memória algumas passagens: A simpatia enorme dos curdos face aos libertadores americanos e o ódio que sentem pelos árabes, a quem apelidam de arrogantes, egoístas e terroristas; e o comentário de um private contractor australiano que disse a outro que se queixava de estar ali há 9 meses ("just think in the money").

Apesar de conter um cunho anti-americano, este documentário é um bom retrato "por dentro" da realidade do Iraque, como não há muitos.


Sócrates chique e europeísta, mas só lá fora (II)

As frases-padrão de Sócrates começam a revelar um estilo que não só está ultrapassado como também enerva quem o escuta regularmente. Sobretudo, nesta fase "européene", Sócrates tem exagerado na sua linguagem optimista, politicamente correcta e banal. As últimas declarações tornaram-se um vácuo autêntico, como se notou com a visita de Vladimir Putin. Dá a sensação que as declarações de Sócrates seriam as mesmas caso a Rússia declarasse guerra à Polónia ou República Checa, caso os EUA entrassem em guerra com a Rússia, caso o gás natural russo fosse vetado à UE, caso Putin decidisse prolongar o seu mandato alterando a constituição e proibindo os restantes partidos. Esta diplomacia "optimista" está gasta.


Interiors: Supreme Art (II)


Chique a valer



Porsche Cayenne Turbo
(sem siglas a identificar, claro)


Interiors: Supreme Art (I)


Who accounts to what?

A propósito das declarações do procurador Pinto Monteiro sobre a uso indiscriminado das escutas em Portugal (26 mil escutas entre 2003 e 2005, segundo o DN), coloca-se naturalmente a questão da fiscalização. Quem fiscaliza as polícias, os juízes e o Ministério Público? A quem prestam contas estas entidades?

O que temos visto é uma definição pouco clara de "quem presta contas a quem". António Costa, quando era ministro da Administração Interna, terminou com as fiscalizações do Ministério Público às polícias. Não percebo o objectivo desta medida, senão agradar à polícia, que actualmente faz a sua fiscalização interna. Controlos internos às instituições, neste país, não chegam.

Os juízes, neste sistema político, prestam contas aos próprios juízes. Como a sua eleição dos juízes não depende nem dos governos nem dos cidadãos, mas sim dos próprios, é difícil compreender a quem têm de assumir responsabilidades pelas suas decisões.

Quem parece não controlar nada é o Procurador Geral da República. Nem sequer o Ministério Público, como deixa transparecer na entrevista que deu ao Semanário Sol.


sábado, 27 de outubro de 2007

Sócrates chique e europeísta, mas só lá fora

Que o estado de graça de Sócrates já tinha terminado, toda a gente sabe. Agora, ao ponto de uma sondagem do DN/TSF/Marktest apontar para um empate técnico entre o PS e o PSD, não se esperava. Contudo, francamente, vejo muitas razões para esta descida nas intenções de voto:

- O desemprego ou estabiliza ou aumenta, e a situação conjuntural não é de crescimento económico acelerado. Um crescimento do PIB abaixo dos 3% não vai levar a diminuições da taxa de desemprego. A reestruturação económica do país pode implicar um desemprego de 10% da população activa. E isso representa mais despesa pública, através dos subsídios de desemprego.

- Os portugueses não gostam de marketing. Já o provaram com Santana Lopes, voltam a demonstrá-lo com Sócrates. O governo tem exagerado no show-off durante a presidência do Conselho da União Europeia. Para muitos portugueses, as questões da UE passam verdadeiramente ao lado. Por isso, não entendem como os governantes se podem distrair (e deslumbrar) com estas questões, se a situação real no país real não melhora. Os sorrisinhos, as frases-padrão e as ambiguidades (sobre o referendo ao tratado europeu) de Sócrates começam a ser insuportáveis.

- O efeito novidade é quase sempre positivo. No PSD, Menezes tem durante um curto período o seu estado de graça. Tudo o que afirma é ouvido com o dobro da atenção.

Tenho dúvidas que o PSD, para já, capitalize directamente com os insucessos do governo socialista. Mas nas próximas eleições legislativas, e dois anos é muito tempo, arriscamos-nos seriamente a ter Luís Filipe Menezes como primeiro-ministro. Veremos como o presidente do PSD resolve o problema "Santana Lopes".


Millenium BPI (II)

As reacções do El País à proposta de fusão do BPI com o BCP dão-nos uma perspectiva interessante da reacção do nosso vizinho. Quatro aspectos do artigo captam a minha atenção:

- O título: "La Caixa apoya una fusión en Portugal para crear el tercer banco ibérico." (destaques meus)

- Uma frase: "La primera caja española (La Caixa), que quiere comprar bancos en el extranjero a través de holding Criteria, siempre ha considerado "estratégica" su presencia en BPI. Se da la circunstancia de que una de las áreas geográficas que la entidad que preside Isidre Fainé ha puesto en su punto de mira es Europa del Este y, en ella, particularmente Polonia."(destaques meus)

- O interlocutor privilegiado para a "reacção" à operação: Ricardo Salgado.

- Esta operação mereceu uma página inteira de destaque na secção de economia do El País.

Muita atenção. Os espanhóis andam de olho aberto.


Millenium BPI

Fusão entre o BCP e o BPI dá lugar ao sexto maior banco ibérico, se considerarmos como critério a soma dos resultados líquidos do 1ºsemestre deste ano dos 2 bancos. A diferença monumental face ao poderio económico de Espanha resume-se nesta frase:

"O resultado líquido conjunto dos 4 maiores bancos portugueses não chega a metade do valor alcançado pelo grupo BBVA, que somou 2,6 mil milhões de euros nos primeiros seis meses de 2007." Fonte: Diário Económico

O BBVA está longe de ser o maior banco de Espanha. Os lucros do BBVA no 1ºsemestre de 2007 foram menos de metade dos lucros do Grupo Santander - superiores a 4,4 mil milhões de euros.

Com este panorama, facilmente se percebe que, mais tarde ou mais cedo, os bancos deixarão de ser portugueses.


quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Palestina merece os palestinianos?

Quem não se consegue governar, em qualquer circunstância, pode pedir algum reconhecimento?

Quando digo "em qualquer circunstância", falo de:

- Incapacidade económica, apesar do financiamento da UE (+ Noruega) e dos EUA
- Incapacidade económica, apesar do financiamento do Irão, Qatar, Arábia Saudita, Egipto, etc.
- Inépcia total, seja através de um Governo legitimado por eleições (Hamas)
- Inépcia total, seja através de um Governo legitimado pela comunidade internacional (Fatah)
- Desordem, mesmo com milícias suportadas pelo Hamas
- Desordem, mesmo com o controlo do exército e dos seguranças pessoais da Autoridade Palestiniana

Quem se (des)governa assim, pode algum dia merecer a "Holy Land"?


PCP não esquece métodos da URSS

Quando ainda se pensa que o PCP é um partido democrata como os outros, eles fazem sempre questão de nos lembrar do contrário. O método estalinista mantém-se. Apenas com outros protagonistas como, por exemplo, Bernardino Soares. Risível.


quarta-feira, 24 de outubro de 2007

SPV/UDC e a vitória na Suiça


Custa-me que alguma direita nacionalista portuguesa (aqui e aqui) ainda carregue nas mesmas teclas e apoie partidos que baseiam as suas campanhas em no lema "nós, os naturais de gema, somos melhores que os estrangeiros". Têm eles alguma dúvida que, quando estes suíços falam de expulsar estrangeiros, também incluem os portugueses nesse lote. Não tenham dúvidas disso. Basta conhecer as profissões dos portugueses que emigraram, ainda consideradas como pouco dignas, para entender o desnível. Nos países de destino da emigração portuguesa no centro da Europa, muitos portugueses executam trabalhos piores que imigrantes magrebinos ou romenos, e, por isso, estão em situação de alguma marginalidade. Um partido como o SPV, com maior importância na Suíça alemã (onde há poucos portugueses), não vai distinguir um "criminoso" português de um argelino ou senegalês, e por isso não deixa de ser considerado como uma "ovelha negra". Para todos os efeitos, é expulso na mesma.

Definição de ovelha negra:

(carregar para ver imagem)


Retirado do programa do partido SVP/UDC, um partido nacionalista suíço, conservador e isolacionista, que se tem batido por uma Suiça sem imigração e fora da UE.


segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Little treasures in iPod



Jardim Gonçalves. Vai, não vai...

Onde está a discrição tão típica dos bancos?


domingo, 21 de outubro de 2007

Pinto Monteiro


Numa atitude revanchista, qual dom Sebastião, Pinto Monteiro dá uma entrevista ao semanário SOL onde afirma que o sentimento de impunidade da justiça acabou. Para o observador comum, nada podia estar mais longe da verdade. Mesmo que Pinto Monteiro diga que tudo o que recebe de suspeito remete para investigação, com Souto Moura acontecia o mesmo. Por isso era incómodo para muita gente. No entanto, para o observador comum, não basta que as provas suspeitas se dirijam para investigação. A desconfiança na justiça alarga-se a todos as outras fases, antes e durante o julgamento. Falando em casos concretos, o que vemos actualmente?

- O caso Casa Pia envolto em suspeitas e polémica por causa de alterações cirúrgicas no Código Penal, e pela duração interminável do processo.

- O caso Apito Dourado ainda por finalizar.

- A "investigação" duvidosa ao dossier da Universidade Independente e dos supostos favorecimentos a José Sócrates.

- O caso Portucale ainda por finalizar, com a sensação de que os reais culpados nem sequer vão ser punidos.

- Os casos dos autarcas Valentim Loureiro, Fátima Felgueiras, Isaltino Morais, Nuno Cardoso, e outros, sem avanços concretos.

Estes, e muitos outros casos, vieram para fora quando estavam encobertos. No entanto, depois da Universidade Moderna, não se assistiu ao julgamento de mais nenhum caso mediático. Ainda dá a sensação, ao observador comum, que "andam todos à solta".


quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O terramoto das editoras de música

É cada vez maior a evidência da impossibilidade em lutar contra os downloads de músicas da internet. Se se proíbem ou enfraquecem alguns programas de downloads, como o conhecido Kazaa, surgem outros que contornam a legislação, eMule. É uma tendência implacável, e não são acções em tribunal que vão parar este processo. Se de um lado estão as editoras, do outro está a indústria das telecomunicações, o youtube, fabricantes de mp3, e toda panóplia de empresas cujos produtos beneficiam das transacções livres de músicas e videoclips. Alguns artistas começam a perceber o que se passa e jogam de antecipação. Os Radiohead decidiram lançar o seu último álbum no site da banda, a preço livre, ou seja, os compradores podem dar o que entenderem para adquirir o álbum. Prince resolveu distribuir o seu disco através de um jornal gratuito. Madonna rompeu o contrato que tinha com a Warner desde 1983 e prepara-se para finalizar um contrato com a Live Nation, uma promotora de espectáculos. A cada vez maior importância destas promotoras é um factor positivo na indústria musical. Dado que os músicos dependem cada vez mais das receitas das suas digressões, são naturalmente pressionados a ter boas actuações nos seus concertos. E aquele período de reconhecimento dos artistas depois de um álbum de qualidade, não pode ser passado na "boa vida", mas sim na promoção desse trabalho. Há um novo tipo de vantagens desta evolução tecnológica digital e das redes de comunicações, que na minha opinião, favorece a concorrência e a indústria musical. Actualmente, os artistas podem promover a sua música facilmente de várias formas, sem depender minimamente das editoras. Os músicos que há poucos anos dependiam da aprovação e do apoio das editoras para lançar os seus projectos, podem fazê-lo agora sem muitos custos através do youtube, do myplace, do site pessoal, do secondlife, etc...
As editoras que se adaptem ao mercado, apostando em nichos, promovendo mais concertos, e utilizando as novas tecnologias de forma a diversificar e rentabilizar a sua actividade. A qualidade musical tem sempre o seu espaço, e agora já não depende da aprovação das editoras, chega directamente ao consumidor.


Bater o pé às ditaduras arrogantes e interesseiras


Teixeira dos Santos sobre a crise financeira

Parece-me ainda muito cedo para afirmar que a crise financeira sub-prime terá um impacto reduzido na economia portuguesa. Penso que o ministro das finanças deve ter cautela em relação a uma crise em que Portugal não pode fazer nada, absolutamente nada, porque depende da evolução das economias americana e europeia. Nos EUA, esta questão está longe de ser meramente financeira. É uma crise que se alastra ao consumo privado americano. E quando isso acontece, os mercados asiáticos e europeus ressentem-se. Na zona euro, e em reacção à crise nos EUA, o Euro bate recordes na sua taxa de câmbio. Um euro com cotações elevadas tem reflexos directos sobre a competitividade das exportações europeias. Naturalmente, Portugal é directamente afectado por isto. Ainda por cima, as exportações portuguesas têm sustentado grande parte do crescimento do PIB nos últimos três anos.

Para analisarmos os efeitos concretos desta variação da taxa de câmbio, consideremos um exemplo aleatório que envolve as cotações do euro e do yen nos últimos 2 anos:

Novembro 2005 - EUR 1 = JPY 138
Outubro 2007 - EUR 1 = JPY 166

Preço Constante Volkswagen Novembro 2005 - 25000€ / 3450000 yen
Preço Constante Volkswagen Outubro 2007 - 25000€ / 4150000 yen

Esta variação, a preços constantes, corresponde a um aumento de 20,3% no preço de um automóvel europeu de 25000€ vendido no Japão. O yen bateu mínimos históricos face ao Euro em Julho de 2007.


Para o futuro da Autoridade da Concorrência

Vindo de quem vem, este aviso é para levar a sério. E o timing é perfeito.


segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Dupla Santana e Menezes

Quem vai apoiar e assistir Santana Lopes na discussão sobre o Orçamento de Estado 2008? Será que as primeiras divergências com Menezes por parte dos seus apoiantes começaram com esta decisão de apoiar Santana para líder da bancada parlamentar. Terá Ângelo Correia concordado com essa decisão?

Ou tudo isto é uma jogada para afastar definitivamente Santana Lopes do palco político? Não vejo como Santana pode favorecer a liderança de Menezes.

Na minha opinião, neste momento Paulo Rangel seria o candidato ideal à liderança da bancada parlamentar.


domingo, 14 de outubro de 2007

Notas sobre o congresso do PSD (VIII)

Não tenho uma opinião formada sobre a recusa de Manuela Ferreira Leite em se manter como presidente da mesa do congresso. Por um lado respeito a decisão dos notáveis do partido em não pactuarem com lideranças que acham populistas e condenadas ao fracasso, no entanto, a forma mais eficiente de melhorar o partido é trabalhar dentro dele. E Manuela Ferreira Leite estava lá. Sinceramente, gostava que continuasse.


Notas sobre o congresso do PSD (VII)

Acho, apesar das minhas críticas a esta nova liderança do PSD, que Sócrates deve estar preocupado. A governar assim, é perfeitamente derrotável por Luís Filipe Menezes. O líder do PSD tem um discurso prático, que entra facilmente, por insistência, na cabeça das pessoas.


Notas sobre o congresso do PSD (VII)

Luís Filipe Menezes mantém o seu discurso de "prometer tudo a todos". Escolheu mal o timing para essas promessas. Os tempos são de dar mais e receber menos. É essa a tendência europeia. E nós dependemos intrinsecamente dessa evolução.


Notas sobre o congresso do PSD (VI)

Santana Lopes não está a ser catapultado pelo partido. Os jornalistas é que lhe dão muita importância. Dez vezes mais do que era suposto. Pois também percebem que através de Santana Lopes podem obter a típica "notícia de improviso", o improviso de quem não sabe estar em silêncio.


Notas sobre o congresso do PSD (V)

Uma das novidades positivas foi o regresso de Pedro Passos Coelho. Não se esqueceu de Mendes e introduziu uma agenda liberal no Congresso. Oposição interna com esta forma e estilo tem qualidade. E ainda a vantagem de ser feita "no terreno".


Notas sobre o congresso do PSD (IV)

Esteve muito bem Marques Mendes ao enviar uma mensagem de despedida lida por Manuela Ferreira Leite. Mais do que saber ganhar, saber perder implica elevação. Marques Mendes teve-a.


Notas sobre o congresso do PSD (III)

Alberto João Jardim é sempre fiel aos seus líderes desde que estem apoiem a Região Autónoma da Madeira. Tem uma grande vantagem, é coerente na defesa dos seus governados.


Notas sobre o congresso do PSD (II)

Os PSDs que outrora tinham apoiado Marques Mendes (os que o fizeram sem se comprometerem muito), estavam a no Congresso a "fazer pela vida". Aqueles que, directa ou indirectamente, precisam do partido. Os casos mais evidentes são os de José Luís Arnaut e Nuno Morais Sarmento.


Notas sobre o congresso do PSD (I)

Zita Seabra:

Onde está o poder, está a Zita. Impressionante.
Saiu no momento certo do Partido Comunista. Mudou-se de fé, muita fé, para o PSD na era cavaquista. Não seguiu a tendência normal dos "renovadores" do PCP, que optaram maioritariamente pelo PS na década de 80. Optou sim por uma ideologia completamente diferente, mas já com o discernimento da idade e não nos desvarios da juventude. De forma genuína ou pragmática? Zita já defendeu muita coisa e o seu contrário: da economia centralizada para uma economia liberal de mercado, da defesa da URSS para um pensamento pró-ocidental e pró-EUA, da defesa da IVG para a santidade da Opus Dei e do não ao aborto, dos contratos vitalícios para os contratos a prazo, da saúde gratuita para as taxas moderadoras. Estaria aqui um dia a escrever.

Zita Seabra no congresso:

De indefectível a Marques Mendes, passa a ser vice de Luís Filipe Menezes. Pessoas assim podem ser espertas, mas já não enganam ninguém.


quinta-feira, 11 de outubro de 2007

A propósito do frente-a-frente entre Ângelo Correia e Vítor Ramalho

Pessoas que a toda a hora debitam moral e valores como suas pertenças. Desconfio.


quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O que Portugal representa para Espanha

- As únicas marcas que os espanhóis associam a Portugal: BES, CGD, Galp, Delta e Luís Simões.

- Cada português compra a Espanha anualmente cerca de 1500€ e vende 873€.

- Portugal representa para Espanha o seu quarto mercado receptor de produtos e bens e o seu oitavo fornecedor.

- Na área financeira, por exemplo, os bancos portugueses têm uma quota de mercado em Espanha de 0,5%, enquanto que os bancos espanhóis têm uma quota de mercado em Portugal na ordem dos 15%.

Fonte: Infobolsa


Maior negócio da história da indústria bancária no mundo


O consórcio formado pelo Royal Bank of Scotland, o Banco Santander e o Fortis, obteve 86% das acções do bando holandês ABN Amro, num negócio avaliado em 71 mil milhões de euros, cerca de 54% do Produto Interno Bruto Português (€130.000.000.000). Esta percentagem dá-nos uma ideia da nossa pequenez.


Lei das rendas e a reabilitação urbana

A reforma importantíssima que conduziu a uma nova lei das rendas não está a ter o efeito esperado. Como notícia o Público, a lei das rendas não está a dinamizar a reabilitação urbana. Segundo os dados que o Público dispõe, 256 candidaturas para apoio à reabilitação urbana foram apresentadas. Estas candidaturas destinam-se a senhorios, administrações de condomínios, tal como câmaras e inquilinos em substituição dos proprietários. Considerando que em 2005 e 2006, antes da entrada em vigor desta nova lei, foram apreciados respectivamente 387 e 279 processos, verifica-se que o ritmo de apoios não acelerou como se tinha previsto.


terça-feira, 9 de outubro de 2007

Não deixem morrer a revista "História"


Petição aqui

Cerca de 10000 euros por ano é tudo o que necessário para que continue esta revista. É serviço público mantê-la.


segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Novo Código Penal

Espero que as alterações cirúrgicas no novo Código Penal, retiradas e colocadas de novo, sejam denunciadas pelos partidos da oposição. É muito estranho que frases adicionadas à última da hora, que pressupõem excepções em casos sensíveis, façam parte do novo código penal num timing que é no mínimo suspeito. Caso o novo código seja aplicado nos casos actualmente em julgamento, como no caso Casa Pia, as decisões finais serão diferentes. E, se calhar, não é por acaso que a nova lei substitui a jurisprudência na análise do tipo e das características (crimes prolongados e recorrentes) dos crimes em julgamento no caso Casa Pia. E essa mesma lei é muito mais branda nas sentenças a dar aos culpados. Isto tem de ser esclarecido, senão mais uma vez temos a prova de que a nossa democracia não serve o cidadão mas sim as conveniências de quem tem poder neste país. Mas alguém acredita num esclarecimento sério? O mal está feito.

Uma das excepções que geram discórdia é esta: “, salvo se for praticado sobre a mesma pessoa.”

Como muito bem explicou José António Barreiros (Jornal da noite, SIC-N), a adição desta frase implica que os crimes considerados anteriormente reiterados, passem a ser vistos como um único crime, diminuindo a sanção a aplicar. Esta alínea aplica-se aos crimes em julgamento no caso Casa Pia.

Ainda há pessoas com coragem neste país.


Luís Filipe Menezes limita as suas escolhas

Os temas em que o pediatra Luís Filipe Menezes não pode fazer oposição a Sócrates, pois concordou com o Governo nos últimos dois anos. Estes são:

- OTA - Blog de Luís Filipe Menezes

"Longa vida à Ota" - Acesso vedado aos arquivos do blog. Caricato!

- Baixa de impostos - Diário Digital

"Menezes considera populista propor baixa de impostos"

- Taxa de desemprego - Expresso

"Menezes considera injusto atacar Sócrates por causa da taxa de desemprego"

- Nomeações políticas - Blog de Luís Filipe Menezes

"Se tivessem (Fernando Gomes e Armando Vara) sido nomeados para presidente dos CA, aí sim estaríamos perante decisões manifestamente desajustadas."

- Referendo do Tratado Europeu - DN Online

"Não considera necessário o referendo"

E mais algumas como é o caso do TGV, cortes no pessoal da saúde, reforma da administração pública, etc...


domingo, 7 de outubro de 2007

Viagens às luzes do deserto - Reno


Reno é uma pequena cidade (à escala dos EUA) americana no estado do Nevada. Em meados do século XX era uma cidade que se aproveitava dos pecados morais dos solteiros e casados ansiosos por aventuras sexuais, ainda por cima perto do tão conhecido Bunny Ranch. Acompanhando a evolução de Las Vegas, surgiu a aposta nos Casinos. E com essa junção tão típica de bordéis e casinos, mais um ambiente inteiramente western e saloio, está feita uma cidade que, de tão diferente e característica, vale a pena visitar. Ultimamente, com a aposta dos índios nos casinos à beira da estrada, as receitas do jogo em Reno sofreram um abalo, para além dos espaços nocturnos, bares e restaurantes. Apesar de muitos considerarem estas cidades réplicas de Las Vegas, é obrigatório passar por aqui. Quem não conhece estes locais não se pode afirmar como conhecedor dos EUA. Mas por outro lado, sítios assim já não se encontram tão facilmente.

Paragens obrigatórias de quem pretende realizar uma viagem pela route 66 com um Mustang ou um Camaro...


terça-feira, 2 de outubro de 2007

Preciosidades



Caso Maddie e o inspector demitido

Por muito que concorde e até acredite, é indispensável algum recato nestas questões.


O anti-americanismo europeu

Repugnante a existência de um modo de pensar anti-EUA. A nação que mais contribuiu no século XX para o mundo ocidental viver em liberdade, para os avanços no domínio da tecnologia e da ciência, para o domínio do pensamento e da sociedade de informação. Através dos EUA, a Europa libertou-se do nazismo e do comunismo. Ainda hoje, os EUA representam a protecção militar da Europa contra a nova forma de fascismo, o islamismo. Por isso, só encontro justificação para um pensamento anti-americano por parte da esquerda por inveja e revolta pelas derrotas morais e económicas da sua potência representante, a União Soviética. Mas não só, o porta estandarte europeu do socialismo, a França, viu a sua influência mundial diminuir a passos largos. Quando tinham tudo para liderar a Europa da CEE, Miterrand e os seus sucessores socialistas (e Chirac convenhamos) construíram e sustentaram na França um modelo social e económico muito complexo e de difícil subsistência, que agora crêem estar ultrapassado. Em termos de PIB per capita, foram ultrapassados há muito pela Alemanha, e agora pelo Reino Unido. E não podem clamar que nos EUA há 30 milhões de pobres, quando eles recebem dezenas de milhares de imigrantes por mês vindos da América do sul. Ou quando o pib per capita francês é 70% do americano, tendo sido mais alto relativamente. A direita anti-americana tem como pressupostos ideais nacionalistas que não se enquadram com o multiculturalismo e a globalização. Os nacionalistas acreditam em sociedades identitárias que funcionam como comunidades, preservando os seus valores, cultura e língua. Faz-lhes confusão um país assente em diferentes etnias, construído pela união de imigrantes vindos de todo o mundo, que funcionando em comunidade, trabalham em prol de uma nação. Mais, dizem-se americanos em primeiro lugar.

A Europa tem necessariamente de consolidar as relações transatlânticas e não considerar os EUA como adversários. Os interesses dos EUA são os mesmos da Europa. E nunca coincidiram tanto como agora. O inimigo é comum. Os recursos energéticos, maioritariamente, estão nas mãos de países instáveis, como a Arábia Saudita e a Argélia, ou provocadores, como a Rússia e o Irão. A negociação deixou de ser comercial, para se tornar política. E os EUA captaram este ponto, pois utilizam meios efectivos para obter recursos essenciais e alianças estratégicas. A Europa tem de perceber como um país distante, que dizem ser odiado no Médio Oriente, consegue ter 1) muito maior influência que a UE nas negociações de paz entre Israel e a Palestina, ou no caso do Líbano, 2) tem como aliados no Ásia o Paquistão (cuja ex-presidente Benazir Bhutto admitiu que os EUA pudessem atacar a al-Qaeda no Paquistão) e, sobretudo, uma aliança estratégica com a Índia, 3) e é o primeiro a reagir e a condenar quando se verificam abusos de interferência externa, o caso da Ucrânia de Taiwan, quando há atropelos aos direitos humanos, Birmânia e Bielorrússia, quando se pratica genocídio generalizado, Darfur, ou quando há possibilidades de surgirem estados radicalizados, Somália. Os EUA cada vez fecham menos os olhos a atropelos à democracia, e actuam de uma forma responsável e sensata, em contraste com as intervenções puramente ideológicas durante a Guerra Fria. Mesmo no caso do Iraque, os propósitos eram e continuam a ser positivos. Mantém-se uma vontade expressa de construir uma democracia no Médio Oriente. Quando avaliamos o comportamento das outras potências, China e Rússia, só os vemos actuar no seu interesse. Sempre. É um escândalo a protecção chinesa às ditaduras na Birmânia, no Vietnam e na Coreia do Norte, a intervenção puramente económica em África (sacar o mais possível de recursos naturais) e a interferência na política interna de Taiwan. No caso da Rússia, a protecção dada ao governo autoritário da Bielorússia e a chantagem imposta à Ucrânia nos preços do gás, são exemplos práticos da sua política externa. Agora reparemos na diferença de intenções entre os EUA, de um lado, e o eixo China/Rússia, do outro. A esquerda anti-EUA exige 100 vezes mais aos americanos, mas quando falham são sempre culpados. E fecham os olhos a muita coisa que se passa no mundo, mas fiscalizam qualquer acção americana.