quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Desejos para 2010


A estagnação da taxa de crescimento do desemprego em Portugal. Esta é a maior tragédia social que Portugal enfrenta neste momento.

As chamadas "grandes obras públicas" serem suspensas.

Discurso realista por parte do Governo sobre a real situação económico-financeira do País.

Não aumento dos impostos (IRS, IRC, IVA, Imposto Selo, IMI, IMT e demais taxas a que estamos todos sujeitos).

Consenso nacional para a necessidade do crescimento rápido da taxa de poupança por parte das famílias e outros agentes económicos (empresas, Estado).

Promoção da cultura de exigência ao nível da educação em Portugal, sobretudo nas áreas científco-naturais e da matemática.

Continuar o esforço (positivo) que tem vindo a ser feito no sentido de promover a aprendizagem da língua Inglesa desde o ensino primário.

Valorização do papel importante que os professores têm na formação do capital humano, paralelamente à consciencialização, por parte da nossa sociedade que a educação das crianças é uma responsabilidade, em primeiro lugar, da própria família.

Maiores apoios à natalidade e à fixação de médicos e enfermeiros nas regiões do interior.

Valorização do Sistema Nacional de Saúde, contendo a hemorragia de médicos experientes e de qualidade que se têm transferido para o sector privado.

Estabilização legislativa aos mais diversos níveis: não podemos ter um País no qual exista uma mutação quase constante do quadro legal.

Menor interferência da política na esfera da justiça.

Reforço efectivo do dispositivo policial e das equipas de investigação criminal em Portugal, assim como dos meios à sua disposição.

Ter autoridades reguladoras e/ou de supervisão (Banco de Portugal, CMVM, ERC, ERSE, AdC, etc.) independentes, competentes e que assegurem o correcto e legal funcionamento da economia de mercado.

E já agora, last but not least, que em Maio estejamos largos milhares no Marquês com um cachecol vermelho ao pescoço!

BOM 2010 PARA TODOS!


MANOEL CORREIA SOARES


Foi há precisamente 100 anos que nasceu Manoel Correia Soares, meu Avô. Na imagem, quinto a contar da esquerda para a direita, numa das inúmeras indústrias a que esteve ligado, ao longo da sua vida, na zona do Porto e arredores.

À esquerda José Dias da Costa; Álvaro Alves Soares terceiro a contar da esquerda para a direita.


quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

2009


O ano de 2009 que agora finda fica marcado, na área económico-financeira, por alguns factos que merecem reflexão e que deverão ser levados em linha de conta na projecção do que será o ano de 2010.


PORTUGAL

Sem dúvida alguma que o problema do desemprego, o qual assume os números mais elevados desde a década de 70, ensombra toda e qualquer análise feita à economia Portuguesa. Trata-se de um valor já muito próximo dos 10% e que, no ano que se segue, poderá chegar aos 11%-12%. Uma tragédia social, a merecer reflexão.


Se é verdade que numa situação normal a prossecução de uma política orçamental expansionista poderia ter um contributo determinante para amenizar o desemprego, a verdade é que com um défice público esperado acima dos 8% no final de 2009 se torna impossível usar este instrumento para relançar a economia. Mais grave ainda é o cenário quando se leva em linha de conta o facto de as agências de rating (Fitch, S&P e Moody´s) estarem atentas a Portugal e de, muito provavelmente, virem a efectuar o downgrade da dívida, causando o aumento do spread face às bunds Alemãs e, por essa via, aumentar os encargos associados aos juros da dívida pública.


Mas se na parte macroecnómica o cenário se apresenta "negro", quando entramos na vertente micro da análise, a situação não se afigura muito melhor. Os casos BPN, BPP, BCP, REN vieram para ficar, com suspeitas de fraude, evasão fiscal, branqueamento de capitais, lavagem de dinheiro, corrupção acitva e passiva. Urge moralizar e alterar a configuração da governação das empresas Nacionais, atribuindo maior peso a administradores realmente independentes do poder executivo das empresas e dotar os órgãos de supervisão internos (Conselhos de Supervisão das Empresas) e externos (CMVM, Banco de Portugal, Instituto de Seguros de Portugal, Auditores, etc.) de meios reais de controlo e denúncia de situações menos claras. E claro, dava jeito que a Justiça funcionasse verdadeiramente em Portugal...


No que diz respeito aos negócios mais badalados do ano de 2009 (e refiro-me a fusões, aquisições, entrada de novos players no mercado Nacional), destaque para a penetração efectiva da Endesa e Iberdrola no mercado liberalizado de distribuição de electricidade, atingindo quotas de mercado na ordem dos, respectivamente, 16% e 15%. A Galp, associada ao Morgan Stanley Investments Fund, adquiriu por 800 milhões de euros uma parte da rede de distribuição e comercialização que o Grupo Gás Natural detinha na região de Madrid, ao passo que a Emparque comprou, por 451 milhões de euros, a Cintra Aparcamientos em Espanha, uma empresa com o triplo da dimensão (!!). Ao cair do pano, surge a notícia da aquisição de 10% da Zon por parte da empresária angolana Isabel dos Santos, colocando cada vez mais a tónica no carácter especulativo e financeiros das participações angolanas em empresas Nacionais, ao invés de criarem estruturas de raiz (vide caso da Embraer, por exemplo).


MUNDO


Os últimos meses de 2009 trouxeram duas surpresas menos agradáveis, nomeadamente o fantasma do incumprimento de dívida por parte do Dubai e a revisão para mais do dobro do défice orçamental por parte da Grécia. Um caso e outro devem servir para reflexão pois Portugal arrisca-se, no curto-médio prazo, a cair numa situação idêntica, caso não haja uma inflexão do que tem sido uma política fiscal e orçamental completamente desajustada da realidade.


Por outro lado, nunca como em 2009 se discutiu a adequação e justeza dos bónus dos banqueiros um pouco por todo o Mundo. Houve diversas tentativas de moralização, a mais importante e relevante das quais a que partiu da Casa Branca em relação às instituições financeiras apoiadas pelo Governo Norte-Americano, a que se seguiram algumas medidas levadas a cabo por Gordon Brown e Sarkozy ao nível da tributação pesada sobre os prémios auferidos pelas Administrações.


E claro, como não podia deixar de ser, vale a pena fazer uma referência à cada vez maior dependência dos EUA em relação à China, nomeadamente no que ao financiamento do défice externo diz respeito. Não é, aliás, por acaso que o denominado G2 ganha cada vez maior peso na cena internacional, em detrimento do "old-fashioned" G7+1. Desconfio que daqui a 5-10 anos estaremos a falar de um Mundo verdadeiramente multipolar e sem a supremacia clara de uma nação, contrariamente ao que tem sucedido de há diversas décadas a esta parte.

P.S: Bom ano de 2010 para todos!


segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Jardins e parques da cidade do Porto - 10










Jardim pertencente à Universidade do Porto.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

PlayList



BPN / BPP - Analisados por António Borges


«Sobre o BPN e o BPP, diz que houve "um falhanço tremendo dos supervisores", sublinhando que são casos de polícia que nada têm a ver com a crise. Defende que não havia risco de contágio e que os dois bancos deviam ter ido à falência. "Não foram à falência porque havia importantes interesses a defender. Pessoas que tinham feito grandes negócios com o BPN e o BPP e que o Governo entendeu que devia proteger", sublinha.»

Fonte: Jornal Expresso de 12 Dezembro de 2009.


terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Nivelamento por baixo (!)


domingo, 13 de dezembro de 2009

Portugal: o próximo Dubai?


António Borges alertou, esta semana, para o risco de "Portugal se vir a tornar no próximo Dubai". A lógica subjacente ao raciocínio deste economista passa pelo facto de o modelo económico seguido por Portugal ter sido, nos últimos anos, muito semelhante àquele adoptado pelo mais importante emirato árabe unido, i.e., potenciar o crescimento em níveis de dívida altamente alavancados.

Ora, efectivamente urge pensar se depois do Dubai (que pediu uma moratória de parte da sua dívida) e da Grécia (que parece ser a próximo preocupação dos investidores internacionais), Portugal não será o próximo País a entrar na "lista negra" internacional, numa altura em que a dívida líquida externa se situa perto dos €165 mil milhões (!!), um valor muito próximo do Produto Interno Bruto (PIB) Nacional.

Como já tive oportunidade de salientar em ocasiões anteriores, torna-se perigoso usar um modelo de crédito que passe pelo financiamento de investimentos muito pouco produtivos. Ora no caso de Espanha esses investimentos foram sobretudo no sector imobiliário, ao passo que em Portugal o destino foi fundamentalmente o conjunto das designadas "grandes infra-estruturas".

Ora, num cenário destes, e como o nosso nível de poupança interno não nos permite pagar as obras na sua totalidade, dever-se-á reflectir seriamente acerca da pertinência dos novos investimentos públicos.


Balanço concertos 2009

Destaques pessoais:


Oasis @ Pavilhão Atlântico (15-Fev)



PJ Harvey e John Parish @ Casa da Música (2-Maio)



Prodigy @ Alive Festival (9-Julho). Menção honrosa ao concerto deles no Pavilhão Atlântico há poucos dias atrás.


Faith no More @ Sudoeste (8-Agosto)


Muse @ Pavilhão Atlântico (29-Novembro)




Tenho pena de não ter assistido a Rammstein, Massive Attack, Green Day e Franz Ferdinand.

Para 2010 já temos alguns excelentes concertos em perspectiva, com destaque para Arctic Monkeys, Pearl Jam, Air, La Roux, Muse. Haja dinheiro!


Sugestões em Lisboa


Pois, Café.


Este é o espaço ideal para refeições leves, ou simplesmente para passar um bom bocado, por entre a leitura de livros e revistas. Quem quiser pode levar um livro para casa, desde que traga outro para o seu lugar.

Fica localizado na Rua S. João da Praça 93-95 - Lisboa (ao lado da Sé Catedral) e, para quem não sabe, é um café gerido por austríacos, que aproveita o o tecto alto (sustentado por três arcos de pedra) de um antigo armazém de especiarias.

Uma das maiores curiosidades deste café é o facto de cada mesa ter o seu próprio nome. Desta forma, temos Buenos Aires, que é um recanto com sofás e mesinhas de apoio, as quais dão a sensação de estar em casa; Marraquexe, um divã alto aconchegado entre três paredes, com uma mesinha de levar o pequeno-almoço à cama no meio - é perfeita para o chá; Viena, de madeira trabalhada e a única com as cadeiras todas iguais, dá para as refeições (servem os pratos do dia, tostas, saladas e deliciosas sobremesas típicas da Áustria) ; as restantes designam-se de Sydney, Moscovo e Fiji.

P.S: Vale a pena dar uma olhadela à revista "Única" do Expresso deste fim-de-semana. Enumera 15 sítios do Porto a não perder. Os amigos e amigas do Porto que se pronunciem...


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Sistema de ensino “novas oportunidades” - Analisado por Medina Carreira


«
"[O programa] Novas Oportunidades é uma trafulhice de A a Z, é uma aldrabice. Eles [os alunos] não sabem nada, nada", argumentou Medina Carreira.
»

«
[Os alunos] fazem um papel, entregam ao professor e vão-se embora. E ao fim do ano, entregam-lhe um papel a dizer que têm o nono ano [de escolaridade]. Isto é tudo uma mentira, enquanto formos governados por mentirosos e incompetentes este país não tem solução", acusou.
»


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Foz - Porto


domingo, 6 de dezembro de 2009

Estudo aterrador sobre o Programa Nacional de Barragens

Primeira página (num total de oito)
da versão resumida do estudo.

«O Programa Nacional de Barragens pode estar em causa. Segundo noticia a SIC, a Comissão Europeia encomendou um estudo a uma entidade independente e os resultados revelam que o Estado português avaliou mal os impactos e a verdadeira necessidade das barragens. Acontece que, entretanto, o Governo já adjudicou grande parte das obras, sendo uma delas a barragem de Foz-Tua. Segundo avança a SIC, o estudo, encomendado pela Comissão Europeia, revela falhas graves no programa nacional de barragens. Dizem os especialistas europeus que ficou trabalho por fazer: os impactos de cada barragem na qualidade da água foram analisados de uma forma muito pobre e nem sequer foram considerados os impactos acumulados das várias barragens. O relatório chama a atenção para o seguinte detalhe: se Portugal fizer todas as barragens previstas, não vai conseguir cumprir a legislação europeia quanto à qualidade da água. A directiva Quadro da Água é bem clara: os estados membros da União Europeia têm de atingir a boa qualidade das massas de água até 2015. Até lá, devem evitar tomar qualquer medida que possa comprometer o alcance desta meta traçada pela União Europeia. O Programa Nacional de Barragens contraria claramente os objectivos da Directiva Quadro da Água. Por isso, se Portugal não atingir os resultados propostos até 2015, muito provavelmente será sancionado. A rematar o relatório diz que, considerando a relação custo benefício, "não se compreende esta decisão" do Estado português. Entretanto já foram adjudicadas 7 das 10 novas barragens, entre elas a de Foz-Tua que prevê inundar os primeiros dezasseis quilómetros da linha férrea do Tua, e o Estado encaixou mais de mil milhões de euros, uma receita extraordinária em 2008, que permitiu que o défice fosse de 2,6 por cento do Produto Interno Bruto. Sem esta receita, garante a SIC, Portugal não teria cumprido o limite de défice imposto pela União Europeia. Sobre este assunto, a SIC revelou ainda ter pedido um comentário ao Ministério do Ambiente, que confirmou conhecer o relatório desde Julho, mas responde que compete à Comissão Europeia divulgar os resultados.»
Fonte: Rádio Brigantia


Aqui ficam 7 links relativos às restantes páginas da versão resumida deste estudo:

2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 - 8


sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Sound and Vision


BRYAN FERRY & DJ HELL - U CAN DANCE
(Programming by Peter Kruder)


Viagem Argentina - fotoreport

Aqui estão algumas das fotos que tirei por terras das Pampas...


Leões Marinhos na Terra do Fogo (Ilha del Hornos - Ushuaia)


Paisagem inóspita em Ushuaia


Pormenor do Bairro de La Boca (Buenos Aires)


Aproximação a El Calafate


Hotel Ushuaia (recomendo vivamente!!)


Quem quiser saber mais detalhes tem aí em baixo a caixinha dos posts...


AWAY


Get your kicks on Route 66...


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Marcas históricas vendidas a preço de saldo


Nuno, não são só as antigas marcas portuguesas que são vendidas ao desbarato ou desaparecem com a venda dos seus activos a estrangeiros e a falência técnica da sua operação. Também marcas europeias com longevidade diria até secular, como a Volvo e a Saab, planeiam ser vendidas pela Ford e GM respectivamente como forma de pagar as dívidas enormes geradas ao longo de anos de excessos e competição árdua dos asiáticos. E pessoalmente sinto-me triste por ver marcas com uma história profundamente europeia como a Volvo e a Saab a serem vendidas "a leilão" a conglomerados chineses, que certamente farão bom uso do know-how obtido com estas aquisições. Em vez de Volvos, teremos Geely, Brilliance e Chery. Não me parece nada bem, mas é a competição internacional a funcionar e para evitar esse desfecho as nossas marcas (digamos europeias) têm de se unir em grandes conglomerados e enfrentar os desafios ambientais do século XXI.


Cimeira Ibero-Americana

Tenho pena que a Cimeira Ibero-Americana tenha terminado com um mero comunicado a condenar o golpe de estado nas Honduras, revelando mais uma vez a tonalidade esquerdista da cimeira que protege os amigos venezuelanos e cubanos e se esquece de todos os truques constitucionais que esses líderes (tal como o presidente deposto Manuel Zelaya o tentou fazer) fazem questão de publicitar, a bem dos "paraísos socialistas" que prometem criar. Os países participantes não condenaram o governo das Honduras quando o presidente Manuel Zelaya tentou alterar a constituição de modo a candidatar-se de novo e sem limities à presidência do país. Condenam agora, e fazem mal na minha opinião. Os EUA, com bom senso, considerou as últimas eleições após o golpe como válidas e Zelaya como um mero acidente de percurso.

Actualmente, a América Latina caracteriza-se não por assumir a liderança contra o aquecimento global ao não marcar vigorosamente a sua posição na Cimeira de Copenhaga, mas mantém-se entretida em jogos regionais (como receber o líder do Irão, o líder mais homofóbico à frente de um país, como notou Filipe Nunes Vicente) e em desafiar muito do que já construiu até agora, comprometendo o seu desenvolvimento. Tenho pena que assim seja, mas muitos dos líderes de esquerda dos países da América Latina têm de esquecer o passado e seguir em frente, porque os referenciais não são nem nunca poderiam ser Fidel Castro e Hugo Chávez.


SOREFAME - Inteligência, Capacidade e Grandiosidade de Outros Tempos









Fotos do Estúdio Fotográfico de Horácio Novaes



«Durante os anos 70 a empresa apresentava-se tecnologicamente muito avançada, dispondo de moderno centro informático de cálculo, um vasto gabinete de estudos e projectos de engenharia, laboratórios de investigação, simulação em modelo, certificação de processos e pessoal. Deixa contudo de poder competir com outras empresas internacionais, principalmente devido ao clima de instabilidade política vivida após a Revolução dos Cravos, em 1974, o qual, alegadamente, não permitiria aos potenciais clientes a garantia de uma boa conclusão dos trabalhos, tendo começado a perder encomendas.»
Fonte: Wikipedia