AV. DOS ALIADOS - CIDADE DO PORTO
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A Avenida dos Aliados continua a ser o coração do Porto, mas a requalificação de que a artéria foi alvo, entre 2005 e 2006, no âmbito da construção da rede de metro da cidade, não a tornou mais atractiva. A conclusão é do geógrafo Rio Fernandes, co-autor, com Pedro Chamusca e Inês Fernandes, da obra “Avenida dos Aliados e Baixa do Porto: usos e movimentos”. “A avenida é quase uma não praça, um não espaço”, defende.
Isto não quer dizer que a artéria central do Porto tenha perdido a sua função de acolhimento de grandes grupos de pessoas – sejam manifestações políticas, os festejos pelas vitórias do FC Porto ou os cortejos universitários -, que já possuía antes da intervenção dos arquitectos Siza Vieira e Souto de Moura. A avenida só não conseguiu passar de “sala de estar” da cidade ao seu “salão”, como preconizava o anterior presidente da câmara, Rui Rio. “Não me parece que tenha existido qualquer tipo de efeito sensível por via da intervenção do metro. O fluxo normal das pessoas ali é o de atravessamento. As pessoas não usam a praça nem a avenida. É quase uma não praça, um não espaço. Não há uma apropriação da praça como espaço de estar ou de percorrer. É quase só um espaço de atravessar. A este nível, aquela intervenção é um falhanço”, defende Rio Fernandes.
»Fonte: jornal Público on-line, 28 fev. 2014