sexta-feira, 30 de novembro de 2007

A novidade.

A excelência do trato, a profundidade da análise, a procura constante de conhecimento e a abertura de espírito e de opinião, são qualidades que me levam a convidar o Engenheiro Nuno Carvalho a participar neste blogue. Não tenho a mínima dúvida que será um reforço de excelência para trilhar um caminho iniciado em Julho.

As matrizes que compõem a estrutura do Vantagem Comparativa vão-se manter. O interesse está direccionado naturalmente para a área das relações internacionais e política, economia e agora, engenharia. Mas a abertura de análise e a curiosidade acérrima leva-nos a expandir o campo de incidência do blogue para outros assuntos. A atenção dirigida às tendências da sociedade leva-nos a isso. A responsabilidade de partilharmos a nossa escrita em público obriga-nos. A missão social não é só tarefa das empresas e das instituições públicas para esse efeito. É também tarefa do cidadão comum, que utiliza as armas que lhe estão ao dispor.

A nossa matriz é dar a nossa opinião, agrade ou não. Com a responsabilidade que exigimos de nós próprios, transposta sobre a forma escrita. Aqui não há falinhas mansas. Os interesses instalados contam com a nossa oposição.

Tenho a certeza que o Nuno, como cidadão atento e interveniente, dará o seu contributo para melhorar o alcance da nossa acção. Por caminhos diferentes, mas centrados no mesmo objectivo. Nada melhor que aproveitar o 1º de Dezembro, a Restauração da Independência, para dar início a um novo ciclo.

Bem vindo à Vantagem Comparativa, Nuno.


segunda-feira, 26 de novembro de 2007

PlayList



PlayList



Fresh news...


Fiquem atentos porque o blog vai ter novidades de peso nos próximos dias.


domingo, 25 de novembro de 2007

Como é possível uma economia expandir assim?


Fonte: The Economist
Imagem: Dívida dos consumidores domésticos norte-americanos em percentagem do rendimento disponível.

A situação não está de feição para o Ocidente. Em quase todo o mundo ocidental, a poupança do cidadão comum é comparativamente menor. Estes são sinais preocupantes.


BPI e BCP não chegam a acordo

Depois de muita agitação no sistema bancário. Depois de grandes promessas de criação de valor. Depois de muitos entendimentos em "questões-chave". BPI e BCP não chegam a acordo.











Fonte: Diário Económico


Estes quadros com as cotações a 6 meses dos dois bancos, mostram decididamente que a agitação em que se envolveram e impulsionaram, tiveram como efeito a "destruição de valor". Mesmo com resultados líquidos elevados e crescimento de ambos os bancos, as acções caíram progressivamente. O que vai acontecer às acções na segunda feira, dia 26 de Novembro?

Temos assistido a exemplos de má gestão em ambos os bancos. Para o BPI, ficar ligado à quebra de credibilidade do BCP não é boa ideia. Mas avançar com uma proposta de fusão (que tinha tudo para dar certo) sem garantias que ela fosse aceite, não é boa gestão. Assim, os bancos portugueses mostram que têm um longo caminho a percorrer, dominados que estão por grupelhos de influências que tudo sabem menos convergir. Aprendam com o Santander, que juntamente com outros dois bancos liderou uma oferta de aquisição bem sucedida.

As Ofertas Públicas de Aquisição falhadas nos últimos tempos mostram uma realidade. Portugal é um país burocrático e muito proteccionista. Mais ainda que a França, que a cada dia dá sinais de capitalismo renovado.


terça-feira, 20 de novembro de 2007

TMN

A TMN acha que através de chamadas promocionais a toda a hora, das mensagens inúteis e dos anúncios "kita-lo", vai manter a quota de mercado que agora dispõe? Não estamos em Harlem. Ainda.


segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Quarteto


É serviço público que o cinema Quarteto reabra novamente. Com ou sem detecção de incêndios (como se os outros tivessem tudo impecável), o Quarteto faz falta a Lisboa.


Kosovo


Tudo indica que a União Europeia e os EUA se preparam para cometer um erro colossal nos Balcãs. Desmembrar a Jugoslávia e dividir a Sérvia não chegou. É necessário castigar ainda mais um país? Uma imparcialidade total levaria também o eixo UE/EUA a fazer os possíveis pela independência da República Sprska, que se mantém a contragosto na Bósnia. Os líderes sérvios foram punidos. O povo sérvio não tem de o ser. E tem todo o direito de pedir para a República Sprska o que os kosovares exigem.

Assim nasce um país, através de uma declaração de independência unilateral, que não tem as mínimas condições de sustentabilidade. Máfias e crime generalizado, tensões étnicas e dependência total da NATO. A UE pensa que pode dar com uma mão (a promessa de entrada na UE) e tirar com a outra. Mas nada é mais perigoso que jogar com o orgulho ferido de uma nação.


sábado, 17 de novembro de 2007

Entretenimento e a juventude - os jogos

A multitude de informação e entretenimento de que os jovens actualmente dispõem tem efeitos nocivos, que se relacionam directamente quando determinados crimes acontecem. Pretendo, com este texto, dar a entender o que influencia os mais novos (a geração dos 12 aos 28), nas suas diversas vertentes, desde os mass media, a internet, aos jogos. Com isto, não pretendo catalogar entretenimento como bom ou mau. Apenas, como fazendo parte desta geração mais nova, sinto-me na obrigação e no privilégio de explicar as novas tendências que, lentamente, provocam alterações graduais no comportamento dos jovens. Para uma abordagem clara, decidi escolher 1 editora, Rockstar, e 3 jogos representativos desta geração, GTA, Manhunt e Bully.



Nos jogos, a editora Rockstar Games tem-se envolvido em sucessivas polémicas por causa do teor violento dos seus jogos. Deles destacam-se a série Grand Theft Auto, o Manhunt e o novo Bully. O GTA pretende recriar uma sociedade semi-marcial de uma cidade de subúrbio dos EUA. O objectivo é trabalhar para as máfias locais, recorrendo a todos os elementos disponíveis (carros, todo o tipo de armas), para cumprir as diversas missões sem ser apanhados pela polícia ou mortos pelos diversos gangs da cidade. As variantes ilegais do jogo, que se encontram na internet, alargam o leque de opções de uma vida quotidiana, como por exemplo, relações sexuais, e muitas outras actividades.



O Manhunt, jogo imensamente polémico por causa da extrema violência, foi banido de vários países. Mas isso dificilmente impede o acesso, por outras vias, dos mais novos ao jogo. A violência do jogo é chocante pelo detalhe e o tipo de armas utilizadas. A ténue separação entre a realidade e a ficção virtual pode afectar seriamente quem tem contacto prolongado com este tipo de jogos, e não dispõe do outro lado saudável da sociedade, os pilares essenciais constituídos pela família, escola e amigos. Para muitos jovens, a vida passa muito pela realidade virtual. E o transporte da ficção para a realidade é cada vez mais comum, como se vê em determinadas experiências mal sucedidas. Essa linha ténue é confusa. E nem todos os jovens têm o ambiente em casa para delimitar claramente essa confusão.


O Bully é um jogo que pretende recriar um ambiente típico de uma escola americana com as brigas entre alunos, as repressões dos professores, os namoros, os castigos. Enfim, tudo o que pode acontecer numa escola. Este tipo de jogos, que alia o entretenimento a uma vontade de espelhar a realidade, tipo Big Brother, é uma tendência nova. Sims foi o primeiro jogo que abordou um estilo de imitação do real, em que o jogador controlava um ser humano contando com isso com inúmeras possibilidades encontradas na vida quotidiana. Um envolvimento excessivo dos jovens nestes jogos não é certamente positivo. Porque estes são sempre influenciáveis, e as fontes de entretenimento não são propriamente inocentes. Aqui, a confusão entre o virtual e o real também pode levar a alterações de comportamento, que se reflectem na sociedade.


Pedro Lamy


A pouca importância dada pela comunicação social à vitória recente de Pedro Lamy nas Le Mans Series não é justa. Para já, estamos perante o melhor piloto português de sempre, com o melhor currículo que algum português alguma vez obteve nas competições automóveis. Segundo a imprensa generalista, Pedro Lamy não tem tido o reconhecimento devido em Portugal porque "falhou" a experiência na Fórmula 1 quando teve "todas as condições" para ser bem sucedido. No entanto, o retrato é bem diferente: Lamy não teve as condições necessárias. Não faltou jeito, como se vê no extensíssimo palmarés, como se vê nas equipas de topo que o foram contratando (Chrysler e Mercedes), e agora na vitória do le Mans Series. Faltaram os patrocínios, cujas empresas favorecem pilotos oriundos de mercados potenciais e que justificam esses mesmos patrocínios.


Veja-se o enorme palmarés de Pedro Lamy:

2006
Vencedor do Campeonato LMS na categoria GT1
Participação no Campeonato ALMS - 4 Vitórias
2005
Participação no Campeonato Fia GT - 4 Vitórias
2004
Vencedor do Campeonato LMS na categoria GT1
2003
Vencedor do Campeonato Alemão V8 Star
5º Classificado nas 24 Horas de Spa
2002
5º Classificado nas 24 Horas de Le Mans
Vencedor das 24 Horas de Nurburgring
7º Classificado no Campeonato V8 Star
2001
4º Classificado nas 24 Horas de Le Mans
Vencedor das 24 Horas de Nurburing
11º Classificado no Campeonato DTM
2000
12º Classificado no Campeonato DTM
1998
Campeão Mundial GT (GT2)
2º Classificado de GT2 nas 24 Horas de Le Mans
1997
5º Classificado nas 24 Horas de Le Mans
1995
6º Classificado do GP da Austrália de F1
1993
Disputou 32 GP's de F1 até 1996
Vice-Campeão Internacional de F3000
1992
Campeão Alemão de F3
2º Classificado do GP Macau F3
Vencedor do Marlboro Master F3
Vencedor do Challenger Mundial de F3
1991
Vencedor da Taça das Nações em F Opel
Campeão Europer F Opel
1990
Vencedor da Taça das Nações em F Opel
1989
Campeão Nacional de F Ford
1988
Campeão Nacional de Karting
1987
Campeão Nacional de Karting
1986
Vice-Campeão Nacional de Karting
1985
Vice-Campeão Nacional de Karting
1981
Campeão Nacional de Mini Motocross
Campeão Nacional de Mini Motociclismo
1980
Campeão Nacional de Mini Motocross
Campeão Nacional de Mini Motociclismo
1979
Campeão Nacional de Mini Motocross
1978
Campeão Nacional de Mini Motocross
1977
Campeão Nacional de Mini Motociclismo


quarta-feira, 14 de novembro de 2007

África, aqui tão perto (II)


Mais umas notas sobre África:

1) Assim se resolvem as coisas no Chad. A culpa da miséria não é dos nativos do Chad, mas sim dos franceses...

2) A Somália mantém-se um estado falhado, impróprio para seres humanos. Ganham os radicais islâmicos, usando como arma de batalha a irracionalidade de quem não tem medo de morrer. Nem as tropas da vizinha Etiópia, do Uganda e do governo fragilizado somali chegam.


África, aqui tão perto

2 observações:

1) Interessante analisar as disparidades do crescimento do PIB em África e a dependência dos recursos naturais, essencialmente petróleo, como potenciador do crescimento.

2) Nos próximos anos, muita atenção à República Democrática do Congo. Este país, vastíssimo em recursos naturais, vai ser o próximo alvo das "agências profissionais de pilhagem". Os chineses apanham tudo o que lhes cheira a lucro. Basta que as tensões militares nesse país se reduzam para que os amarelinhos se apoderem de tudo a troco de umas ruas pavimentadas e uns pagamentos por fora à elite corrupta. Assim se revive, sem muito alarido, uma nova forma de colonização. A Europa que se cuide.

Um quadro representativo do tipo de crescimento do PIB em África:




terça-feira, 13 de novembro de 2007

Governo, RTP e OTA

Será que o Governo vai ter de intervir "informalmente" agora para a RTP não despedir por "justa causa" José Rodrigues dos Santos? Uma crise destas, impulsionada pela comunicação social ainda independente dos poderes públicos (Público, SIC), pode ter sérias consequências para o governo. Os portugueses estão fartíssimos deste estilo autoritário, de denúncia e cinismo. Alguns corajosos com visibilidade quebram as regras do "respeitinho" vigente em Portugal, em que a reverência ao superior faz lembrar o Estado Novo, mas sem previsibilidade nas consequências do desalinhado. O governo vai perder a batalha da Ota (sim, foi o governo que tornou esta questão uma batalha) e prepara-se para perder as eleições. Luís Filipe Menezes não é Santana Lopes.


sábado, 10 de novembro de 2007

Ofensiva de charme


A visita de Sarkozy aos EUA, lançando as bases para uma melhor relação entre a França e os EUA, foi superior, enorme. Nunca, em algum período da história das duas nações, se revelaram tão coordenados os seus interesses. Quanto ao estilo, ambos os governos são liberais na economia e têm uma política externa desfavorável às ditaduras e ao extremismo islâmico (em particular face ao Irão). Em termos de política externa, os problemas dos EUA não diferem dos problemas da França (e da UE). Nomeadamente, a ameaça do extremismo islâmico, as interferências arbitrárias da política externa russa, o crescimento económico da China e, por último, os abusos aos direitos humanos mais básicos praticados em algumas ditaduras, principalmente em África. Todos estes combates são comuns à UE e aos EUA.


Sarkozy deu um autêntico show no congresso norte-americano. Deu aos americanos aquele alento de poderem voltar a contar com uma França que, numas circunstâncias, admiram, noutras, odeiam. Por um lado, está presente nos americanos uma utopia do élan da França como país dos bons costumes, do elitismo europeu, do supra sumo da moda e do "bem comer", e de figuras que noutros tempos encantaram os EUA, como Brigitte Bardot e Édith Piaf. E a elite americana, com esta operação de charme, sentiu-se amada por quem eles tanto admiram. Enquanto Sarkozy tiver no poder, os ódios entre os dois países não se vão sentir. Espero sinceramente, que esta aliança renovada sirva para atacar de frente muitos dos problemas mundiais que urgem rápida confrontação e acção instantânea.


Portugal na NATO

Classifico com uma péssima decisão se os indícios de que o ministro da defesa Nuno Severiano Teixeira prepara-se para retirar as tropas portuguesas do Afeganistão se confirmarem. A importância desta missão é vital e nunca se previu que seria fácil. A renitência constante de alguns países europeus em aumentar, ou mesmo manter, as suas tropas é enorme. A maioria da opinião pública pode pensar que o Ocidente não pode fazer nada no Afeganistão, que têm de ser os próprios afegãos a fazer alguma coisa pelo país, que no período em que a NATO lá operar não há incentivos para desenvolver as forças armadas e policiais locais, que enquanto se mantiverem estes níveis de corrupção, não há hipótese de combater uma forma de governo islamofascista e purificada que os talibans promovem que, apesar de muito repressiva, traz alguma ordem aos afegãos. Todas estas razões são em parte verdadeiras. Mas, nunca se resolveu algum conflito deixando de lutar. Uma retirada da NATO, mais do que as consequências para o Afeganistão, daria um sinal aos terroristas na Somália, Arábia Saudita ou Indonésia, que afinal vale a pena combater contra o Ocidente. Que esse combate, pouco a pouco, traz resultados. Principalmente, quando uma luta global (jihad) é composta por um conjunto de conflitos regionais. Qualquer sucesso dos terroristas nesses pequenos conflitos potencia a jihad global.

A retirada das forças portuguesas é uma pequena vitória para os Talibans. E, em Portugal, o prolongamento da presença das tropas não é discutido sequer.

Vale a pena destacar as intervenções de Miguel Monjardino, que tem perfeita noção do papel que Portugal pode desempenhar na NATO.


domingo, 4 de novembro de 2007

Exteriors: Supreme Art (III)


Interiors: Supreme Art (IV)


Por uma vez, concordo com o Bloco de Esquerda

Bloco diz que a gestão das Estradas de Portugal é a "maior marosca orçamental" de 2008. O BE tem toda a razão. Só não percebo porque não é o PSD a insistir mais nestas questões. Isto é oposição.


MTV advertisement. Brilhante.


Plumpy'nut


Impressionante, como pequenas coisas podem salvar milhares de vidas. No 60 Minutos da CBS, um cientista comparou o Plumpy'nut (uma pasta de amendoim altamente energética e cheia de proteína) à descoberta da penicilina. A importância desta pasta embalada, no combate à fome dos recém-nascidos e crianças no Níger, tem efeitos avassaladores. Este produto pode ser distribuído directamente às crianças nas suas habitações, em vez de ser dado em postos médicos com condições de refrigeração dos alimentos, e pode ser consumido sem preparação.

O plumpy'nut, segundo os médicos do Medecins sans Frontiers, permitiu reduzir a mortalidade infantil, disponibilizar mais camas nas clínicas móveis de tratamento (menor número de bebés doentes) e reduzir a probabilidade de apanhar novas doenças associadas à subnutrição infantil.


União Europeia e a dificuldade em captar cérebros

De imigrantes, a UE não sente falta. A UE precisa sim urgentemente de imigração altamente qualificada, a chamada high skilled immigration. Na Austrália 10% da população empregada é composta por estrangeiros altamente qualificados, no Canadá mais de 7% e nos EUA mais de 3%. A UE resume-se a uns pálidos 1,7%, ou seja, 70.000 estrangeiros qualificados. O que será necessário então para convencer engenheiros, informáticos, cientistas e demais técnicos a trabalharem na Europa? Na Alemanha, existe uma clausula na lei que favorece imigração de técnicos indianos qualificados. A Comissão Europeia lançou um "cartão azul" que permite aos imigrantes (e famílias), que tenham ofertas de emprego asseguradas, entrar mais facilmente na EU. Numa fase posterior, esse imigrante já instalado poderá mudar de emprego, entrar e sair da UE, passado algum tempo, mover-se livremente entre países. O objectivo final do cartão azul é tornar a Europa mais competitiva e aliciante na captação de cérebros estrangeiros.

Resta saber se as medidas burocráticas são suficientes. Parece-me que, enquanto as economias europeias não se mostrarem pujantes, dificilmente se tornarão ainda mais apelativas para técnicos especializados. E, aqui, factores culturais também contam. Neste aspecto, os países de língua inglesa (Austrália, EUA e Canadá) oferecem aos imigrantes outras vantagens de integração, para além do salário alto.

Fonte: The Economist


quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Zapatero e a mania de reescrever a história


O governo de Zapatero, através da nova lei de "memória histórica", segue um caminho que considero perigoso e irresponsável. Esta lei tem como objectivo honrar as vitimas da ditadura de Franco e da guerra civil que o levou ao poder. 22 anos depois da morte de Franco e 68 anos depois do final da guerra civil, o governo socialista optou por acordar os fantasmas de um país ainda muito dividido. Aliás, Zapatero parece ser perito nisso, depois de brincar às autonomias. O que o primeiro-ministro espanhol não entende, ou prefere fechar os olhos, é que a transição democrática em Espanha foi bem sucedida em grande parte devido ao "pacto de esquecimento", que assegurou aos oficiais de Franco amnistia judicial. E os efeitos desta nova lei são contrários à mensagem transmitida pelo pacto de esquecimento. Por outro lado, o Vaticano, pressionado pelos bispos espanhóis (outrora próximos do franquismo), beatificou 498 católicos que tinham sido mortos pelos republicanos antes e durante a guerra civil. A igreja católica rapidamente lembrou a parcialidade de Zapatero, que honra apenas aqueles que lhe convem.

Zapatero, mais uma vez, demonstra que prefere provocar em vez de respeitar os fundamentos da existência de Espanha.