sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Casas na árvore














Casas na árvore na Alemanha, EUA e Itália.


quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Em defesa da nação de Timor-Leste

D. Aleixo Corte Real, régulo de Timor, herói
e mártir na luta contra a invasão japonesa.
(1886-1943)

«Julgo que, nestes domínios de timorologia, a história demoliberal portuguesa pouco deixou de orgulhosamente recordável cá pelo sol nascente, desde o tal governador que vendeu parte do estabelecimento, para cobertura do défice orçamental, ao abandono insolente e ignorante, concluído com a retirada para Ataúro, quando a tropa era um departamento de bombeiros incendiários, brincando a revoluções, guerra fria e "gritos do povo" sobre um nem mais um soldado para as colónias, para que morram apenas os coloniais, nestes jogos de guerra que aqui vamos propagar, para gozo de Pequim, Moscovo e Washington.

Mesmo em demoliberalismos esotéricos, apenas se detecta uma loja Oceania, lá nos tempos da I República, um regime que aqui teve como principal governador Filomeno da Câmara, o dos fifis do pós-28 de Maio. Fica, contudo, de forma paradoxal, uma ideia de resistência contra os japoneses, com deportados anarquistas, tipo Carrascalão, e republicanos, tipo Cal Brandão ou tenente Pires, quando as tais sociedades secretas eram heróicas pela liberdade e correctas com a pátria, a quem cederam os simbolos da soberania no fim da guerra.

Como leio num trabalho de um aluno: se perguntarmos à maioria dos timorenses dos distritos... que resistiu á invasão indonésia, porque hoje estamos independentes, as pessoas irão certamente atribuir o facto a Deus, aos ancestrais, aos nossos dirigentes e aos chefes tradicionais ou ainda à Natureza, como afirma a maioria dos guerrilheiros sobreviventes dos 24 anos de resistência nas matas de Timor-Leste. E isto é uma prova da existência de uma cultura, de uma comunidade regida por um direito consuetudinário que, ao longo dos séculos, sempre conduziu este povo até à sua libertação final do jugo colonial e tornar-se uma país independente.

E vai chegando a madrugada. A passarada começa a chilrear depois da tempestade. As pequenas osgas alegram-se no toke, toke. Os galos despertam todos os quintais. As rolas, aqui e além, compõem a harmonia. Um povo que quer ter direito a ser povo vai despertando para mais um dia de luta. Um povo que quer ser nação, unir-se em torno de uma comunhão pelas coisas que se amam, e pelas quais dezenas, centenas, milhares, centenas de meilhares deram a vida.»


José Adelino Maltez no Blog Sobre o Tempo Que Passa


sábado, 22 de novembro de 2008

Indústria e Engenharia Portuguesa

Automotora M1, 1943, construída em Portugal, segundo o projecto do Eng. Vasco Viana.


O desinteresse – actual – da sociedade portuguesa em geral (nomeadamente: políticos, imprensa, blogs, “intelectuais”, etc.), salvo raras excepções, pela indústria e engenharia portuguesa de origem nacional, é algo de extremamente lamentável; em parte explica a cada vez maior pobreza, perda de importância e dependência (face ao exterior) de Portugal.


terça-feira, 18 de novembro de 2008

Qualidade de vida



Range Rover Sport


segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Brasil

Cada vez me convenço mais que Portugal já não se localiza na Europa, mas antes na América do Sul, ou seja, no Brasil.


PlayList



sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Sinistralidade Rodoviária: A Essência do Problema


No nosso país a questão da sinistralidade rodoviária é assunto frequente de debate, em virtude dos elevados níveis de vítimas e feridos devidos a acidentes rodoviários - em 2005 o número de mortos por milhão de habitantes em Portugal foi mais do dobro que no Reino Unido! -, no entanto, raramente se aborda a essência do problema: que qualificações (em termos de gestão de tráfego, sinalização, geometria de vias, segurança rodoviária e veículos) têm os profissionais que projectam/gerem as vias? A resposta é, na grande maioria, muito reduzida! Não admira portanto que a taxa de sinistralidade no nosso país seja das mais altas da União Europeia, os congestionamentos frequentes e que não haja uma cultura de exigência neste domínio.
Portugal é um país sem tradição em termos de conhecimento de Engenharia de Vias de Comunicação; a prová-lo temos o reduzido número de normas/livros (sobre tráfego/segurança) editados em Portugal, e encontrá-los em livrarias constituí uma tarefa quase impossível, situação completamente oposta temos, por exemplo, no Reino Unido e na França onde o número de publicações é muitíssimo elevado.Imagine-se que quando temos um problema de saúde, em vez de irmos a um Médico Especialista, íamos a um Designer ou a um Eng. Agrónomo –qual seria o resultado? Em termos de projectos viários passa-se algo de semelhante, daí que as nossas vias estejam repletas de erros que até o cidadão comum consegue facilmente detectar. Verifica-se uma enorme diferença entre o veículo e a infra-estrutura; se por um lado os veículos atingiram elevados níveis de segurança e conforto o mesmo não acontece nas vias portuguesas onde, por exemplo, em vias urbanas princípios básicos da engenharia de tráfego são frequentemente ignorados.
Deveria ser requisito obrigatório uma especialização aos autores dos projectos de traçado e sinalização de vias (vias urbanas, rápidas e rurais), à semelhança das especializações na medicina, ou então, poderia ser criado um curso superior de raiz (em Espanha existem os Ingenieros de Caminos, Canales y Puertos). Uma via para ser segura e funcionar com qualidade deverá logo numa fase de planeamento – e não apenas no projecto – ser acompanhada por especialistas.
Importa destacar o trabalho desenvolvido pelo Observatório de Segurança de Estradas e Cidades que, ao contrário da comum passividade e conivência com a mediocridade, tem vindo a denunciar situações graves e a propor soluções concretas.
O projecto viário possui especificidades próprias que o distinguem de outras áreas de conhecimento - a fase de planeamento e a perspicácia na análise de projecto são muito importantes. São inúmeros os factores que influenciam a segurança de uma via, de que são exemplos as: distâncias de visibilidade, os volumes de tráfego, os tipos de veículos, os raios das curvas e respectiva variação, as inclinações transversais e longitudinais, o controlo das velocidades, a existência ou não de separador, o estacionamento ilegal, a iluminação, a sinalização e nível de qualidade do equipamento de segurança, o tipo de pavimento e drenagem, etc..
Torna-se pois necessário definir claramente quem deverá planear, projectar e gerir as vias em Portugal, adoptar critérios de rigor e exigência, sob pena desta situação continuar sem fim à vista.

Sinistralidade Rodoviária: A Essência do Problema
, Nuno Miguel Soares Martins de Carvalho, artigo publicado no jornal diário “O PRIMEIRO DE JANEIRO”, 14 de Novembro 2007.


quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O estado do ensino em Portugal

«Chegamos a este ponto, como o culminar de um longo processo de desagregação do ensino em Portugal. Não sei o que andou a senhora ministra a fazer durante o seu período de escolaridade, lá nos idos anos sessenta e setenta. O que tenho a certeza absoluta, é que deve recordar-se com nostalgia, daquilo a que na altura se chamava o "respeitinho" e que afinal tinha tradução directa na palavra disciplina que não por mera coincidência, designa também as diversas matérias leccionáveis. O actual regime destruiu a escola primária, abastardou o ensino secundário e vulgarizou até à exaustão, a universidade. Hoje, tudo é negócio e fazem-se fornadas de licenciados semi-iletrados, como dantes se despachavam à pá os papo-secos quentes nas padarias do bairro. Tudo se tornou numa questão de estatística para apresentar à Europa, decerto espantada pelo baixíssimo nível - que por lá também vinga, diga-se - de um ensino que não ensina. Liquidaram as escolas técnicas, como se de coisa fascista se tratasse, esquecendo-se do exemplo soviético, tão querido pelos senhores que pretensiosamente re-estruturaram a escola-modelo dos nossos tempos. Hoje não temos electricistas, soldadores, carpinteiros, serralheiros, estucadores ou vidreiros habilitados. Temos hordas de advogados - que tão bem dirigem o país desde há 170 anos -, engenheiros de táxis, arquitectos de obscenidades mamarráchicas e, claro está, os famosos sôdotores, uma praga que faz desvanecer até à insignificância, as do velho Egipto. Esta gente que manda, ainda não percebeu que o contribuinte não pode ser obrigado a pagar a escolaridade a quem não quer aprender. A oportunidade deve ser universal, mas a selecção pelo mérito deverá regressar.»

Nuno Castelo-Branco no Blog Estado Sentido.


segunda-feira, 10 de novembro de 2008


Publicidade da Air France de 1964 (ligações mais
rápidas para TIMOR e MACAU).


domingo, 9 de novembro de 2008

Banco Português de Negócios

«Porque um regime em que o BPN se criou e agiu em toda a liberdade não merece confiança alguma.
Primeiro, porque o Banco de Portugal, como se não lhe chegasse o fiasco do BCP, falhou completamente nas suas funções de fiscalização. E, segundo, porque entre a gente que, da fundação à “falência”, ocupou altos cargos no BPN estavam figuras políticas da maior importância: José de Oliveira e Costa (secretário de Estado de Cavaco), Dias Loureiro (ministro de Cavaco), Daniel Sanches (ministro de Santana), Rui Machete, o inevitável Guilherme de Oliveira Martins e um genro de Aznar, ex-secretário do Partido Popular espanhol. Isto põe um problema essencial. Se a justiça portuguesa não desembaraça rapidamente a tremenda meada do BPN, se não apura rapidamente responsabilidades sem respeito ao estatuto e posição seja de quem for e se não julga e pune rapidamente os culpados, prova, proclama e fundamenta a corrupção do Estado.»

Fonte: Jornal Público, 8 de Novembro de 2008, parte de um artigo de Vasco Pulido Valente, intitulado Uma questão de Estado.


quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O Castanheiro







«Onde outrora existiram densos e formosos soutos, apenas encontramos hoje raros e dispersos Castanheiros, belos gigantes vegetais que sobrevivem, mutilados, ao decorrer dos séculos, com a cárie a minar-lhes impiedosamente o tronco, mas que vicejam umbrosos nas quebradas das serras, a recordar-nos a cada passo a riqueza que tivemos nas mãos, que nunca aproveitámos a fundo, e que deixámos perder

«verifica-se ser possível, com os recursos e conhecimentos de que hoje dispomos, empreender, com suficiente segurança, a rearborização pelo Castanheiro de consideráveis superfícies no Centro e Norte do país, e deste modo reconstruir uma riqueza quase perdida, desde que se trabalhe com método, prudência, ciência e consciência

EM DEFESA DO CASTANHEIRO, J. Vieira Natividade, 1945, Junta Nacional das Frutas.


segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Incongruências da economia portuguesa e não só


aqui me referi à questão da interesse de um país proteger determinadas indústrias consideradas estratégicas, algo que raramente é feito - em Portugal - actualmente. Este facto resulta em enormes perdas, que ultrapassam em muito a questão dos postos de trabalho, nomeadamente, em termos de soberania nacional e importância do país.

Presentemente, no caso dos bancos, a ajuda foi imediata e elevadíssima; com marcas de importância nacional, tais como:

SOREFAME - Única empresa portuguesa de concepção e fabrico de comboios
CASAL – Única empresa portuguesa de concepção e fabrico de motos
UMM - Única empresa portuguesa de veículos automóveis jipes
MOLIN – Única empresa portuguesa de material de escrita e desenho
(.....................)

a ajuda (em princípio) foi nula, resultado: desapareceram. Bastaria um infinitésimo daquilo que está a ser injectado nos bancos para que no momento certo fosse possível salvar muitas destas empresas.

A França sem a Renault e a Alemanha sem a Daimler, não seriam, obviamente, a mesma coisa.


sábado, 1 de novembro de 2008

Mundo actual (III) - Obamania


Entendo que o mundo "sofisticado" esteja farto da arrogância dos neo-conservadores que constituíram de facto a marca da administração Bush. Entendo que os politicamente correctos do costume não apreciem a retórica realista mas inconveniente dos EUA sobre os esforços de guerra do Iraque, Afeganistão, Darfur, e a incapacidade europeia de estar à altura nos apoios concedidos à NATO.

Já não entendo que se deixem levar tão facilmente por um político, Obama, que ainda tem muito a provar e ainda muito pouco fez em cargos executivos para merecer a distinção de quem realmente lutou pela mudança. Não concordo com as políticas económicas de Obama: proteccionistas, injustas para quem enriquece e prejudicial para os países em desenvolvimento, como o México por exemplo. Não creio que o panorama de relações transatlânticas melhore com Obama, muito menos a relação dos EUA com o denominado "Eixo do mal".

No entanto, reconheço e felicito a mudança saudável que ele próprio encarna. Não o político Obama, mas o homem.

O homem, Barack Obama, só por si, traz a novidade. Admiro-o, prezo imenso o facto de finalmente um negro atingir o topo da política americana, e o mesmo se pode dizer, do mundo ocidental. Aprecio a capacidade de retórica de Barack Obama. Um homem inteligente, culto, que sabe comunicar e escutar. Presumo que tenha a liberdade e a astúcia suficiente para se adaptar às circunstâncias difíceis dos problemas que o esperam. Admiro a capacidade de se distanciar dos problemas raciais do seu país, de falar por uma só voz, e de ter tido a perspicácia de se demarcar de certos comentários feitos pelo seu antigo pastor, por colegas de partido e, acima de tudo, de ataques demagógicos ao seu adversário John Mccain.

Não me importo que Obama seja o próximo presidente dos EUA. Mas transtorna-me a legião de apoiantes sofisticados que o próprio tem na Europa/Mundo. Esses apoiantes sofisticados são os tais que não admitem sequer uma política externa activa americana. A política externa de Obama, quanto mais se afastar da visão da esquerda sofisticada, mais se enquadra no estilo liderante de Ronald Reagan. Esse estilo tem, definitivamente, o meu apoio.


Sócrates e o FMI


E que credibilidade tem o primeiro-ministro para criticar o FMI?

Sócrates, não só dá o exemplo de um país como o El Salvador, com uma história de líderes populistas e políticas económicas erradas, como também o próprio colocou Portugal com um défice externo perto dos 11% do PIB, um crescimento económico previsto em 0,6% e uma taxa de desemprego em 7,3%. Três indicadores que se degradaram desde que tomou posse em Março de 2005.

Sócrates também se esquece que o FMI salvou o país da bancarrota em 1983, no momento em que o seu estimado Mário Soares era primeiro-ministro, através de empréstimos sucessivos. Empréstimos esses que o país ainda está, certamente, a pagar.