domingo, 30 de dezembro de 2007

Liberalismo económico?

Está provado, se é que alguém tinha ilusões, que os cargos de poder em instituições públicas ou privadas de renome são preferencialmente ocupados por pessoas que representam interesses de grupos ou lobbies. Opus dei, PSD, PS, Maçonaria. O poder passa por aqui. A protecção também. Os partidos não discutem currículos, discutem proporção de lugares.

Onde está o mérito?


sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Novo Aeroporto de Lisboa


2008 ficará provavelmente marcado como o ano da escolha da localização do futuro Aeroporto de Lisboa. Com base nos elementos que possuo sou da opinião que a solução ideal reside na manutenção do actual aeroporto e na construção de um segundo na margem sul. O actual aeroporto ficaria apenas destinado a voos “premium”, passando a praticar taxas elevadas.

O novo aeroporto, entre inúmeros aspectos, deverá ter espaço para quatro pistas, ser idealizado para crescer de forma pensada, ser atractivo para os voos “Low Cost”, possuir condições para funcionar 24h por dia e constituir um elemento impulsionador da economia portuguesa.

De seguida enuncio alguns factos que vão de encontro à solução por mim defendida:

- Londres possui cinco aeroportos de média/grande dimensão (Heathrow, Gatwick, City, Luton e Stansted) e mais cerca de nove pequenos aeroportos. Não será perfeitamente legítimo que Lisboa passe a ter dois aeroportos? Por razões de segurança também faz todo sentido.

- Para o Aeroporto do Porto é preferível que o novo aeroporto fique situado na margem sul; se o aeroporto ficar localizado na Ota irá reduzir a área de influência do Aeroporto do Porto.

- Nos estudos realizados durante o governo de Marcello Caetano a margem norte do rio Tejo foi excluída como solução aceitável. As hipóteses consideradas na época foram: Rio frio, Porto Alto, Alcochete, Fonte da Telha, Montijo e Portela de Sacavém.

- A Ota possui inúmeros inconvenientes, sendo de destacar a reduzida área disponível. Não se percebe como é que alguém possa defender esta solução.

Para terminar, o novo aeroporto deverá ser concebido de forma a dar à TAP condições de crescimento e rentabilidade a curto, médio e longo prazo.


quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Benazir Bhutto (1953-2007)

Apesar de ser acusada de crimes de corrupção durante os anos como primeira-ministra, Benazir Bhutto era reconhecida como a principal personagem capaz de devolver a esperança ao Paquistão de se tornar um país moderno, secular e democrático. A morte da opositora de Musharraf e Sharif mostra a irracionalidade e a força do terrorismo, e onde se situam as linhas da frente no combate à liberdade e costumes de uma região (ainda) não regida pela Sharia, ou inserida num Califado. Esta guerra, que se pode considerar como a 3ªguerra mundial devido à dispersão das suas frentes, já está às portas da Europa. Os tumultos em Paris não se podem dissociar de um confronto que envolve diferentes escalas e formas de combate. A al-Qaeda está bem activa em países como a Argélia, Marrocos, Egipto, Somália, Iémen, Afeganistão, Iraque, Paquistão, Indonésia, Tailândia e Filipinas. Por detrás de conflitos regionais, escondem-se motivações à escala global. As gravações de vídeo difundidas em sites de extremistas fazem-nos lembrar das reais motivações dessa gente.
A questão essencial é política. A religião é apenas uma forma de juntar uma legião de fanáticos para levar a cargo as acções de guerra. A difusão da mensagem passa pelas madrassas, situadas tanto em Londres, como nos subúrbios de Paris, Milão, Nova Iorque (como testemunhei em Harlem), e em vários pontos do chamado mundo ocidental. Nos países muçulmanos, as madrassas mais radicais financiadas pela Arábia Saudita e os restantes estados sunitas do golfo pérsico, promovem o wahhabismo, uma corrente islâmica medieval que se associa às leis mais duras da Sharia. Estas mesquitas, nos países muçulmanos, difundem-se essencialmente no Egipto (com relativa complacência do Estado egípcio devido ao poder enorme dos radicais da Liga dos Irmãos Muçulmanos), Tunísia, Sudão, Somália, Iémen, Paquistão e Afeganistão. O jogo duplo da Arábia Saudita e restantes estados do golfo, que por um lado afirmam-se aliados dos EUA e do mundo ocidental contra o terrorismo, mas por outro financiam as ideologias que eles próprios afirmam estar a combater, tem de ser definitivamente confrontado. Não é possível negociar com imames que são apologistas de que os seus melhores alunos são aqueles que estão dispostos a morrer pelo Islão. Não se negoceia com o irracional.


segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

NY - random urban decay














Byblos

Hoje de manhã fui ver como estava a nova livraria de 3300 metros quadrados mesmo no centro de Lisboa, próxima do Amoreiras Plaza. Conclusão: Muita parra, pouca uva.

- Colecção de música miserável.
- Colecção de filmes em formato dvd e blu-ray igualmente má.
- Pouca literatura estrangeira.
- Secção de revistas medíocre.

Na FNAC, compra-se filmes, música, tecnologia. Nas livrarias, livros! As livrarias não podem tocar em tudo. Em vez disso, especializem-se. A falta que fazem publicações e literatura estrangeiras em Portugal.


BCP

Cria-se valor com a contratação de Armando Vara?
Incompetência ou tráfico de influências?


Playlist



PlayList



domingo, 23 de dezembro de 2007

BCP/Governo

A coincidência da tomada de posição vigorosa do Banco de Portugal (demasiado politizado há muito tempo) na investigação do BCP e na reunião com os principais accionistas do banco, com a possível entrada de Carlos Santos Ferreira e Armando Vara na administração do BCP, não deve passar despercebida. No entanto, a escolha dos accionistas de um banco é livre, perfeitamente livre. E não é um partido da oposição que discute ou avalia os propósitos dessa "eventual" aproximação entre a CGD e o BCP. Deve sim respeitar a escolha de accionistas de um banco privado.

Se a aproximação entre o BCP e o PS é real, tenho dúvidas. Mas não garanto o contrário. Simplesmente, a escolha deve ter em vista a criação de valor para o banco. Se for esse o propósito, não é discutível a escolha dos accionistas.

Uma aproximação entre a CGD e o BCP resume-se à participação que a Caixa tem no BCP. Os dois bancos estão em concorrência directa, por isso não vejo de que forma se poderiam aproximar.


Earth numbers



quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Nivelamento por baixo


Lince Ibérico

Se não fosse o magnífico trabalho desenvolvido pelos espanhóis o Lince Ibérico estaria provavelmente extinto do planeta Terra; Portugal nada conseguiu para evitar o seu desaparecimento (em território nacional). Este facto é absolutamente vergonhoso, e demonstra a ineficiência e incapacidade dos nossos governantes em lidar com situações que exigem inflexibilidade (relativamente a interesses particulares), capacidade técnica e determinação.

Como já é habitual ninguém foi punido tampouco responsabilizado; provavelmente os responsáveis até foram promovidos.

A situação dos mamíferos selvagens em Portugal é dramática e o desinteresse de grande parte da população para com estes seres vivos é no mínimo estranho.


segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

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domingo, 16 de dezembro de 2007

Another Time, Another Place


Na imagem, o avião “Sud SE-210 Caravelle VI-R”, da TAP, num aeroporto na Bélgica em 1975. Tendo sido introduzidos em 1962, foram os primeiros aviões a jacto da TAP.


sábado, 15 de dezembro de 2007

O problema dos identitários

Numa Europa pós-2ªa guerra mundial nunca foram tão importantes as questões identitárias numa sociedade cheia de imigração e migrações, intensamente globalizada e cuja ideia de federalismo da UE pretende de certa forma transformar a Europa num bloco económico, aliado a uma motivação e "credo" político, de modo a competir com os EUA, Rússia e o eixo Índia-China. As questões identitárias têm-se levantado essencialmente em países europeus com elevados standards de qualidade de vida, como a Suiça e a Áustria, em que as questões económicas já não levantam discussão. As economias funcionam bem, por isso não é urgente tocar nesse ponto. E nesse sentido há outros temas que agitam a opinião pública, como a perda de soberania e a imigração, e que impulsiona os chamados partidos identitários. Ao nível de decisão da UE, cada vez mais, a política é conduzida pela economia (e demografia). Boas economias dão condições para obter poder militar, de decisão. As questões identitárias, sempre importantes para os cidadãos, perdem influência nos corredores do poder.

Aqui desafio a República dos Desalinhados, e outros blogues identitários, para debater e tentar compreender o porquê do pouco sucesso da identidade como factor de decisão em Portugal. Na minha opinião, cada vez mais factores económicos e de competitividade pressionam as populações e os governantes a "deixar de lado" a promoção da língua, o controlo de fluxos migratórios e a soberania portuguesa. Veja-se o exemplo das aulas dadas em inglês nas universidades portuguesas.


Os melhores Blogs de 2007

- Portugal dos Pequeninos
- Combustões
- O Jansenista
- Mar Salgado

Quatro blogues muito diferentes. O mesmo combate.


Tratado de Lisboa - a única opção

Aqui deixo o repto ao Nuno para discutirmos em conjunto o referendo europeu (e o Tratado) no "Vantagem Comparativa". Esta questão é demasiado importante para não ser discutida. Os slogans que as massas comunistas mostram nas suas manifestações ("Desemprego não, segurança sim" e "mais salários, precariedade não") são discussões que passam inevitavelmente pelo novo Tratado Europeu. Aí se traçam rumos e caminhos que vão ter influência directa nas prioridades primárias de cada cidadão português individualmente, como também a nível do grupo profissional em que está inserido.

A minha opinião é de que, enquanto não se mostrar um caminho alternativo ao Tratado Europeu e à sua ratificação, o referendo não faz sentido e só vai trazer mais desestabilização ao processo europeu. O Não a um eventual referendo entra em colisão com os fundamentos do Tratado de Roma - União política e económica. E este também não foi referendado, nem tinha de ser.

Se Portugal perde efectivamente com este tratado, é por falta de boa diplomacia e de negociação. Se os países pequenos da UE perdem com este tratado, é porque não se souberam unir e exigir mais aos grandes. Não é por causa do novo Tratado que Portugal perde influência, é por causa da má diplomacia. Perderia com este Tratado, como perderia com outros.

Se me disserem que Portugal ganha mais sem o Tratado por outras vias, estão-me a mentir. A outra via é confusão e descrédito. É mais que a via dos eurocépticos. É a via dos comunistas e da extrema-direita. As vantagens e o progresso europeu nunca se deveram a eles.

O actual Tratado, mais do que a criação de uma elite de Bruxelas, é objecto de negociação entre Estados soberanos. Não é uma criação superficial distante dos cidadãos. É uma criação discutida pelos governos dos 27. Se ela é distante dos cidadãos, a culpa é dos governos, não das instituições europeias. Se quem argumenta que o Tratado de Lisboa foi discutido "longe" dos cidadãos, então as leis do parlamento português também não são? Se está toda a informação disponível, então é obrigação dos cidadãos procurá-la e argumentar com base nela, através de requerimentos, petições ou manifestações.

Quem me diz que o Tratado de Lisboa é um atentado à soberania dos países em relação ao que já estava, é mentira. Quem pensava assim antes e mantém a mesma opinião, é coerente. Quem não tem esta opinião com o sistema actual, e acha que este Tratado é um atentado à soberania, está errado.

Qual é o objectivo supremo de organizações como a UE e o NATO, a concertação para atingir determinada meta. Porque motivo não há-de ser possível atingir em pleno as metas definidas no Tratado de Roma?

Esta questão daria muito que falar.


Juventude Socialista e o referendo europeu

Por uma vez vejo finalmente que uma juventude se distancia do partido. Era altura de uma estrutura, essencialmente montada para ser servilista, bater os pés à liderança do partido e pronunciar-se a favor do referendo (pessoalmente não concordo com a via referendária, e não é isso que está em discussão neste post). O líder da JS, no estado actual do partido, pode no entanto sofrer consequências. Vejo sim Sócrates, impulsionado pelos assessores, a mandar recados internos e a suprimir a oposição interna.

Dentro do PS, resta-nos Manuel Alegre. O único com estatuto para votar de consciência.


sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Tiraram-me as palavras...

«The Portuguese Prime Minister, Jose Socrates, gave an extraordinary closing speech which spoke about bridges being built, steps forward being taken, and visions being pursued. He went off on such an oratorical flight, in fact, that I became mesmerised by the beauty of the Portuguese language and the elegance of his delivery. I was so bewitched that I didn't register any concrete points in the speech at all. Perhaps there weren't any. But it certainly sounded good.»

(Mark Doyle, jornalista da BBC, na cobertura da Cimeira UE-África)


quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

MARCAS NACIONAIS


Portugal nos últimos anos assistiu de forma passiva ao desaparecimento de inúmeras marcas nacionais, algumas eram únicas, ou seja, eram a única empresa portuguesa a fabricar/fornecer esse produto, tais como:

MOLIN - Material de escrita e desenho

MABOR GENERAL - Pneus

UMM - Veículos automóveis (Jipes)

PORTARO - Veículos automóveis (Jipes)

SOREFAME - Concepção e fabrico de comboios

CASAL - Motos

Por outro lado foram atribuídos subsídios a inúmeras empresas estrangeiras que, ao fim de poucos anos, fecharam (indo para outros países).

Quando uma empresa deste tipo desaparece não são apenas os postos de trabalho que se perdem: são técnicas e conhecimentos acumulados e aperfeiçoados ao longo dos anos que se perdem (know-how); outro aspecto importante reside na perda de elementos que de certa forma servem de identificação do país.

Sou da opinião que este assunto deveria ser alvo de uma maior atenção por parte do governo, nomeadamente nos casos em que a marca nacional na iminência de desaparecer fosse a única (em Portugal) a fabricar esses produtos. Nestas situações o estado deveria intervir, de modo a evitar o seu desaparecimento, invocando o interesse nacional.


domingo, 9 de dezembro de 2007

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quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Estradas de Portugal / JAE


1927: Junta Autónoma das Estradas (JAE)

1997: JAE – Construção, S.A.

1999: Instituto das Estradas de Portugal (IEP); Instituto para a Construção Rodoviária (ICOR); Instituto para a Conservação e Exploração da Rede rodoviária (ICERR)

2002: Instituto das Estradas de Portugal (IEP)

2004: Estradas de Portugal E.P.E.

2007: Actualmente EP – Estradas de Portugal, S.A.?

Pergunta: Como pode uma entidade que nos últimos dez anos teve cerca de oito designações diferentes e foi alvo de diversas reestruturações funcionar com qualidade e ter alguma credibilidade?


quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Intervenção estatal em alta

- Nacionalização do Northern Rock em cima da mesa, caso nenhum privado avance com uma proposta consistente.

- A administração Bush está a ultimar um acordo para congelar taxas de juro para algumas hipotecas do mercado subprime, num esforço para combater eventuais penhoras.

Estas duas notícias, vindas do Reino Unido e dos EUA respectivamente, duas das economias mais liberais do mundo, são surpreendentes. Por um lado, mostra que em economias liberais o Estado ainda tem um papel importante como substituto da iniciativa privada e corrector de desigualdades. Por outro, dá uma lição aos que criticavam a excessiva liberdade económica e o papel residual do Estado na regulação dessas economias.

Em relação à intervenção em si e seus efeitos, é cedo para tecer comentários. Há, no entanto, culpa de ambos os governos (no caso do Reino Unido, do Banco Central), na situação a que chegou a crise subprime.


Rússia imperial



A Rússia imperial voltou. Os militares russos e Putin, "resolvidas" as divergências em casa, mostram ao mundo como se faz na Rússia. Sem pudores, sem ameaças, sem cinismo, sem lógica, sem perguntas. A Rússia acha-se no direito de fazer o que quer sem prestar contas a ninguém. E, de facto, tem poder para isso. Legitimidade, já não tem. Não tem porque estas manobras militares no mediterrâneo servem apenas para intimidar. O mar mediterrâneo não é especialmente estratégico para a Rússia, neste momento, a não ser para se mostrar aos vizinhos europeus. Apenas e só.

A Rússia, longe de ser europeia, cada vez mais será um problema para os europeus. Mais do que todas as oportunidades de uma boa relação, a Rússia será sempre rival em tudo. Sobretudo, tendo a União Europeia uma política atlântica. E esta Rússia, na obrigação de se comportar como um império, raramente acatará as decisões da UE fora do seu domínio. Como se vê em relação ao tratamento diferenciado da Rússia face ao Irão e face à questão da independência do Kosovo.

A Europa tem de se tornar militarmente independente. Os respectivos orçamentos de defesa têm inevitavelmente de crescer uns pontos percentuais no total do bolo. A independência dos países da UE, mesmo actuando em nome da NATO, assim o exige. Uma política externa europeia apoiada por um forte exército certamente que teria outra voz no combate à ditadura da Bielorrússia, ou numa eventual operação extensa no Darfur (em oposição à posição chinesa e russa) ou numa de proposta de alargamento da UE à Ucrânia. A falta de postura europeia reflectiu-se na ausência de condenação das fraudulentas eleições russas, enquanto que Putin fala sem contraditório.

Contudo, parece-me que a Europa está longe desta realidade. A falta de matérias-primas próprias, facilmente exportáveis, como o gás natural, petróleo, ou mesmo carvão, não permite grandes aventuras. A dependência energética (exceptuando a França), é enorme. Os défices orçamentais não dão margem de escolha. A segurança dos EUA dá algum conforto.

Vêm aí tempos difíceis.


Another Time, Another Place


Missão na Ásia

Foi há precisamente 48 anos que um grupo de três portugueses, liderados por Fernando Laidley, partiu numa carrinha Volkswagen com destino à Índia. Dessa extraordinária viagem nasceu um livro, de Fernando Laidley, intitulado Missão na Ásia (Edições Tapete Mágico, 1960).


segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

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Chavez

Alguém duvida que Hugo Chavez, perdido o referendo, não vai arranjar outra forma para alcançar os objectivos declarados no "Sim" ao referendo? Esta esquerda só engana os distraídos ou os hipócritas. É no mínimo ridículo sequer pensar que quem fecha televisões ou "pretende" governar ininterruptamente até 2050, vai respeitar a decisão de um referendo. Só este e estes é que acreditam.


domingo, 2 de dezembro de 2007

Câmara de Lisboa

Tudo indica que o PSD na Assembleia Municipal vai votar contra o empréstimo de 500 milhões de euros pedido por António Costa para saldar as dívidas de curto prazo da câmara de Lisboa. Se o vai fazer, faz mal na minha opinião. Tendo uma quota parte de responsabilidade na situação actual da dívida, o PSD deveria ter uma atitude de inteira colaboração política numa altura que se pode considerar de emergência. Louvo a atitude da Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Paula Teixeira da Cruz, que contraria as instruções do partido e vota, tudo indica, em consciência. Confio também que esse empréstimo destina-se a pagar dívidas urgentes a fornecedores, que é realizado com condições financeiras razoáveis e assume-se como a única solução possível de sair desta crise de pagamentos.

Atenção a Paula Teixeira da Cruz e a Pedro Passos Coelho, que vão trilhando com categoria o seu caminho no PSD.


Africa Today

Enquanto a maioria da população dos diferentes países africanos se depara com problemas de sobrevivência, os respectivos líderes e comitivas mostram como se gasta dinheiro (muito dele europeu, norte-americano, e agora chinês) em Portugal.

Comitiva de Angola: Reservou 80 quartos no Ritz. Isto porque o sr. presidente gosta de acordar com vista para o Parque Eduardo VII.
Comitiva de Marrocos: Reservou outros 80 quartos no Ritz. Só estes dois países, ocuparam 2/3 do hotel, cujos preços para uma cama de casal começam nos 345 euros por noite.
Comitiva de Moçambique: Recusada pelo Tivoli, porque pediu quartos a mais.
Comitiva da Líbia: Tenda para o sr Kadhafi no Forte de São Julião da Barra.

E como se recebem os líderes africanos num país riquíssimo como Portugal:

Audi A8, motorista, monovolume e outro carro topo de gama, para cada líder.

Fonte: Expresso


Sida: não esqueçamos que o problema existe.

Nunca é demais lembrar uma questão que não parece ter solução à vista, a transmissão de HIV e a morte provocada pela sida. Um problema que se estende em África (ver quadro abaixo) e no Sudoeste Asiático sem qualquer controlo, a nível de novas infecções e de novas mortes. Uma doença, que pela vergonha e exclusão social que traz ao visado, permanece muitas vezes escondida, pelo que não nos permite ainda ter estatísticas muito fiáveis, porque só contam com os casos notificados. Todos os fundos necessários devem ser gastos na prevenção e investigação científica para a detenção do vírus HIV. Todo o dinheiro deve ser gasto no tratamento dos doentes com sida, visto que esse tratamento tem contribuído com muito sucesso para a diminuição do número de mortes de infectados com sida na Europa Ocidental e nos EUA. O Estado deve intervir, regra geral, apenas na protecção dos mais desfavorecidos que não têm outra forma de se sustentar na sociedade. Os doentes com sida merecem essa distinção.





























(clickar para visualizar imagens)
Fonte: UnAids, World Health Organization.

Em Portugal, um dos países com maior incidência relativa na Europa de novos casos de infecção do vírus HIV em 2006 (2162), e com maior número total relativo de casos de HIV + Sida notificados (31677, o que corresponde a cerca de 0,4% da população total), a questão deve ser levada muito a sério (ver quadro abaixo). Até porque a representatividade dos grupos de risco se tem alterado progressivamente, e é necessária uma adaptação a essa nova realidade. A transmissão por via de relação entre heterossexuais representa cada vez maior percentagem nas novas infecções de HIV. A segunda categoria, a transmissão por via de partilha de seringas entre toxicodependentes, tem vindo a perder protagonismo face à década desastrosa de 90, embora ainda se mantenha uma causa de preocupação, principalmente em Portugal e Espanha. O HIV também não escolhe classes sociais, todas são afectadas.














(clickar para visualizar imagem)
Fonte: Instituto Ricardo Jorge


sábado, 1 de dezembro de 2007

O 1 de Dezembro e a Língua Portuguesa


Porventura o efeito mais marcante, para Portugal (e o mundo), do domínio Espanhol (1580-1640) foi a perda de inúmeros territórios, durante a dominação castelhana ou em virtude desta, ilustrados na imagem (*), que foram ocupados pelos holandeses, ingleses, franceses e espanhóis. Se este facto não tivesse ocorrido e se Portugal não tivesse perdido a sua gigantesca frota de navios, a distribuição da língua portuguesa hoje seria diferente. No meio de todas estas adversidades houve um território que viu a sua área dilatada consideravelmente que foi o Brasil, que ultrapassou largamente linha do meridiano de Tordesilhas. Seria interessante idealizar um mapa da distribuição da língua portuguesa e países, nos dias de hoje, se o domínio Espanhol não se tivesse verificado.

(*) Fonte: Portugal – Através do Tempo e da História, O Século, 1934; legenda: Terras da África, da Ásia e da Oceânia que Portugal perdeu durante a dominação castelhana, ou em consequência dela.


Visão abrangente dos assuntos

Dou início às minhas contribuições para este blog com este tema que considero importante, sobretudo nas sociedades actuais, cada vez mais complexas e fragmentadas. Visão global dos assuntos significa sermos capazes de observar a realidade e de a compreender nas suas múltiplas dimensões/assuntos, e não apenas estarmos confinados ao que aprendemos na escola/faculdade, educação/convívio, etc..

A ausência da visão global traduz-se numa visão afunilada/distorcida da realidade, dando origem a opiniões ridículas, e a uma vivência mais incompleta.

Como pode alguém intitular-se intelectual e ser ignorante em assuntos tecnológicos? Como podem numa reunião diferentes pessoas com diferentes formações discutir um assunto se cada um vive fechado no seu microcosmo? Como pode alguém afirmar que não gosta de um grupo/tipo de música se não o conhece? Como pode o ser humano viver completamente indiferente em relação aos outros seres vivos animais e plantas? Como pode uma sociedade em que a grande maioria dos seus habitantes apenas se interessa por futebol e ao fim-de-semana ir ao centro comercial evoluir?

Nem todos podemos ser como o Leonardo da Vinci ou Júlio Verne, mas devemos ser curiosos, ter espírito aberto, duvidar daquilo que ouvimos/lemos, procurar conhecer a história, ter noção da relatividade das coisas, e tentar abordagens “não lineares” da realidade à semelhança do músico Brian Eno.


Sinais da Espanha católica e nacionalista