quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O terramoto das editoras de música

É cada vez maior a evidência da impossibilidade em lutar contra os downloads de músicas da internet. Se se proíbem ou enfraquecem alguns programas de downloads, como o conhecido Kazaa, surgem outros que contornam a legislação, eMule. É uma tendência implacável, e não são acções em tribunal que vão parar este processo. Se de um lado estão as editoras, do outro está a indústria das telecomunicações, o youtube, fabricantes de mp3, e toda panóplia de empresas cujos produtos beneficiam das transacções livres de músicas e videoclips. Alguns artistas começam a perceber o que se passa e jogam de antecipação. Os Radiohead decidiram lançar o seu último álbum no site da banda, a preço livre, ou seja, os compradores podem dar o que entenderem para adquirir o álbum. Prince resolveu distribuir o seu disco através de um jornal gratuito. Madonna rompeu o contrato que tinha com a Warner desde 1983 e prepara-se para finalizar um contrato com a Live Nation, uma promotora de espectáculos. A cada vez maior importância destas promotoras é um factor positivo na indústria musical. Dado que os músicos dependem cada vez mais das receitas das suas digressões, são naturalmente pressionados a ter boas actuações nos seus concertos. E aquele período de reconhecimento dos artistas depois de um álbum de qualidade, não pode ser passado na "boa vida", mas sim na promoção desse trabalho. Há um novo tipo de vantagens desta evolução tecnológica digital e das redes de comunicações, que na minha opinião, favorece a concorrência e a indústria musical. Actualmente, os artistas podem promover a sua música facilmente de várias formas, sem depender minimamente das editoras. Os músicos que há poucos anos dependiam da aprovação e do apoio das editoras para lançar os seus projectos, podem fazê-lo agora sem muitos custos através do youtube, do myplace, do site pessoal, do secondlife, etc...
As editoras que se adaptem ao mercado, apostando em nichos, promovendo mais concertos, e utilizando as novas tecnologias de forma a diversificar e rentabilizar a sua actividade. A qualidade musical tem sempre o seu espaço, e agora já não depende da aprovação das editoras, chega directamente ao consumidor.