terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Jardins da cidade do Porto - 4






Parque de S. Roque


domingo, 28 de dezembro de 2008

Palestina

É assim tão complicado para a comunidade internacional perceber que não é possível negociar em Gaza com terroristas, sobretudo quando são orientados pelos seus mandantes, Irão e Síria. Pior ainda, negociar com terroristas implica uma sujeição às condições destes e um paralelismo nas ideias e opiniões de todos os envolvidos. Implica admitir que um terrorista pode negociar. Atacar a fonte do problema é arranjar forma de neutralizar e prevenir os apoios financeiros e ideológicos do Irão e da Síria a grupos paramilitares religiosos.


Mundo actual (VI) - Corrupção activa em Portugal

Dois casos recentes ocorridos em Portugal indicam (na minha opinião provam) a existência de corrupção no país.

O primeiro caso envolve a Câmara Municipal de Lisboa, o Governo e a Mota-Engil (através de uma subsidiária sua, a Sotagus), concretamente, na entrega da licença da concessão do novo terminal de contentores de Alcântara sem concurso público. Numa entrevista recente ao Expresso, Manuel Champalimaud, um dos interessados em investir no Porto de Lisboa, afirma que terá informado Ana Paula Vitorino, Secretária de Estado dos Transportes, sobre a intenção de investir no terminal de contentores. Afirma ainda que não terá tido resposta desta e que os argumentos levantados para justificar a ausência de concurso público para a concessão do novo terminal de Alcântara, a falta de tempo para o organizar e a falta de interessados para nele investir, são falsos. Estamos perante um caso claríssimo de favorecimento que merecia um procedimento criminal por parte de qualquer entidade desfavorecida, no decorrer do processo. Apoio claramente a intenção do empresário de levar o caso aos tribunais da União Europeia, como forma de denunciar mais uma negociata vergonhosa para o país, com prejuízos para uma concorrência de mercado desejável e uma utilização correcta de fundos públicos.

O segundo caso permanece envolvido em mistério, visto que nunca se esclareceu (nem será esclarecida) a razão pela qual a PJ foi afastada da "Operação Furacão" pelo Ministério Público, dado que o processo está em segredo de justiça. Deste modo, é no mínimo estranho que o Ministério Público prescinda do apoio de investigação criminal concedido pela PJ e não surjam explicações para o sucedido, até porque qualquer explicação será enviesada por instituições cada vez mais politizadas. É uma realidade em Portugal que a politização dos órgãos de justiça conduz com maior frequência a situações mal explicadas, acasos no mínimo estranhos e acusações lançadas para o ar, sem que o cidadão comum perceba com clareza o rumo que as investigações estão a tomar. E assim, sem confiança nas entidades competentes, se faz justiça em Portugal.


terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Mundo actual (V) - Quando a "Real Economy" é afectada

Nesta fase já ninguém admite que não estamos em crise. De facto, a crise que começou no sistema financeiro e que se alastrou devido às falhas e oportunismos deste, chegou à Real Economy, às grandes empresas que pensaríamos que mantivessem uma solidez financeira reconhecida. Os melhores exemplos, a nível mundial, encontram-se na poderosa indústria automóvel americana.

O caso da General Motors merece destaque. Uma empresa enorme, que há 6 meses que se pensaria que era imbatível face a qualquer crise, está agora no limiar da sobrevivência, a precisar de cerca de 20 mil milhões de dólares para se aguentar por mais 2 meses. Os motivos nunca são claros mas eu aponto alguns que me parecem lógicos. 1) Actualmente, a extrema concorrência na indústria automóvel implica uma estrutura de fornecimento flexível, com prazos de entrega mínimos e manutenção constante de produção em fábrica (o que pressiona os fornecedores de peças a entregar ao minuto), uma rotação de stocks elevada e uma gestão muito rigorosa de tesouraria para fazer face às necessidades de fundo de maneio. Todos estes factores têm de ter por base uma estrutura operacional sólida e sobretudo uma estabilidade nas vendas. Uma queda de vendas à volta dos 30%, como se tem assistido nos EUA, implica uma reestruturação considerável da produção a curto-prazo, mas difícil face à acumulação de stocks, à rigidez de encargos com pessoal, a acordos de longo-prazo com fornecedores e distribuidores, e muitos outros factores. Uma redução de vendas considerável tem necessariamente impacto na tesouraria destas empresas, sempre a operar no limite da sua capacidade e com alavancagens elevadíssimas. 2) A forte concorrência da Toyota (no segmento dos automóveis de média dimensão) e da Lexus e BMW (nos automóveis de luxo) nos EUA tem sido responsável pelo declínio de vendas nos últimos anos da GM. 3) A insistência na construção de automóveis ultrapassados tecnologicamente e muito focados no bigger is better (maiores cilindradas, mais cavalos, maior dimensão), trouxe muitos problemas à GM face à concorrência. Por um lado, a preocupação na eficiência do motor a nível de consumos e na redução das emissões de dióxido de carbono, e por outro na construção de automóveis com tecnologia electrónica de qualidade (Infiniti por exemplo), permitiu aos automóveis japoneses e alemães adquirir uma vantagem comparativa sobre os americanos. 4) Os enormes encargos em termos de salários, seguros de saúde e complementos de reforma que a GM suporta nos EUA (no Estado do Michigan, sobretudo) para com os seus trabalhadores, não permite à empresa flexibilizar os custos de produção ao ponto que as suas concorrentes japonesas o fazem fabricando em países onde a mão de obra mais é mais barata. Assim, em períodos de crise, a GM não é capaz de se reestruturar com a rapidez e eficiência necessária, até porque é altamente condicionada pelo poderio dos sindicatos da indústria automóvel americana.

Em Portugal, fico sobretudo espantado em como duas empresas aparentemente saudáveis e competitivas, a Qimonda (de capital alemão) e a Aerosoles (de capital português), estão a ser altamente afectadas pela crise financeira ao ponto de a Qimonda ameaçar sair do país e a Aerosoles não reunir fundos para pagar os subsídios de natal aos empregados. Este é um sinal muito sério para o tecido empresarial do país.

Com estes exemplos, destaco o que considero essencial para um crescimento sustentado. A elevada dívida financeira das empresas adquirida em termos de prosperidade, não permite às mesmas reagir com destreza em tempos de crise. Limita o raio de acção e prejudica a obtenção de mais dívida (pelo menos a mesmo preço). Parece-me que a velha máxima de empresa responsável é aquela que, dependendo do sector em que se insere e da sua maturidade, tem um passivo menor que 50% do seu activo. Muitas empresas que cresceram organicamente nos anos 70 e 80, com modelos de gestão muito responsáveis (como por exemplo a Toyota), podem servir de referência. Por outro lado, a necessidade de fixar objectivos e mecanismos de compensação idênticos entre a administração da empresa e os accionistas é imperial para a estabilidade da organização e para um crescimento sustentado de longo-prazo. Veja-se os casos da AIG e da Lehman Brothers. Prevejo nos próximos tempos um aumento progressivo do controlo accionista sobre a gestão das empresas.

Estes são factores essenciais para a construção de um modelo de corporate governance equilibrado. Um modelo que proteja o cidadão comum de, através do Estado, intervir em activos tóxicos para salvaguardar o bom funcionamento de sectores indispensáveis à economia.


domingo, 21 de dezembro de 2008

Natal de Goa


«Desde as vésperas de Natal até aos Reis, todos os lares católicos irradiam externamente uma luz suave proveniente de lanternas chinesas de diversos formatos e desenhos, com velas de cera. O mais curioso é a variedade de motivos ornamentais, em que todo o engenho da família se aplica com fervor, variando com a imaginação e as posses de cada casa. Um elemento, porém, é comum a todas: a estrela! É feita de bambu e forrada de papel de seda, branco ou de cores, e presa a um pau comprido espetado no chão. À noite, quando iluminada, dá-nos a impressão de uma estrela suspensa no céu límpido, evocando a que surgiu aos Reis Magos, assinalando o caminho de Belém.»

Vimala Devi, revista Panorama, nº24, III série, Dezembro de 1961.


sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Estrada arborizada



quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Portugal...

está quase a bater no fundo.


terça-feira, 16 de dezembro de 2008

PlayList



sábado, 13 de dezembro de 2008

«Esta crise, muito antes de ser financeira e económica, é mental e ética. Muito certamente, ela não teria acontecido se na sociedade contemporânea houvesse valores éticos e o pensamento dominante fosse outro.»

João Aguiar, Revista Super Interessante, número 127, Novembro 2008.


terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Arquitectura paisagista (ao longo dos tempos) na cidade do Porto - II




Praça Infante D. Henrique no Porto, na década de 1960 e actualmente.


sábado, 6 de dezembro de 2008

Prazeres da Vida





Ver um Sherlock Holmes interpretado por Jeremy Brett no Inverno, de preferência, num dia de chuva e nevoeiro.


quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Mundo actual (IV) - Sida e toxicodependência em Portugal



Mais um caso de vergonha para Portugal. O país volta a liderar nas estatísticas pelas piores razões. Segundo um estudo divulgado pelo Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência em Novembro, Portugal foi o país da União Europeia com mais casos de consumidores de droga injectável a contraír Sida em 2006. O número de transmissões em Portugal é de 703, seguido pela Estónia com 191 e pela Letónia com 108. Note-se que estamos a falar de dados absolutos e não relativos.


Se há área em que o Instituto da Droga e da Toxicodependência falhou rotundamente é esta. Por falta de visão, conservadorismo, pouco investimento e/ou solidariedade nas políticas de reabilitação de toxicodependentes, continuamos a liderar as estatísticas num tipo de transmissão de doença mais que ultrapassado nos países ditos desenvolvidos, e que revela a total desorientação e falta de apoio desses cidadãos.


Muito haverá certamente a fazer. Mas perante estes dados, não será apropriado mudar de estratégia?

Estudo: http://www.emcdda.europa.eu/events/2008/annual-report


Playlist



quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Blake & Mortimer - Jornal Público




Excelente campanha publicitária desenvolvida pelo Jornal Público, a propósito da recente reedição Público/Asa dos livros de Edgar Pierre Jacobs.


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008


«Como a Reconquista, a expansão ultramarina está no coração do Estado português. Sem a primeira, não teria nascido e sem a segunda não teria sobrevivido.»

Frédéric Mauro, Le Portugal et L'Atlantique au XVIIe siècle (1570-1670), Paris, 1960.