quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Another Time, Another Place

“MARAVILHAS DE PORTUGAL”
Colecção de cromos



Lançada em 1963 pela Editorial Ibis, esta assombrosa colecção de 260 cromos, constitui um precioso testemunho visual da época.

A autoria das fotografias é de "F. de Tito David" e são a cores (algo de muito raro na altura).

De salientar que associado a cada foto existe um texto com informações muito interessantes. Estes textos, de acordo com o referido na colecção, levaram mais de um ano a serem executados.


Lisboa

Porto

Macau e Timor


segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Nivelamento por baixo

Sistema de ensino “novas oportunidades”

Ao contrário de alguns sumos,
o saber instantâneo não existe.

- Que tal atribuir aos portugueses (animais e plantas incluídos) logo à nascença, em conjunto com a certidão de nascimento, diplomas de licenciatura, mestrado e doutoramento?

Sempre existiram em Portugal formas alternativas, bastante favoráveis, para completar os estudos na idade adulta, pelo que não se percebe a lógica das “novas oportunidades”.

Será que na Rússia, no Japão ou na Índia existem programas novas oportunidades? Não sei, mas não me parece.

Se o objectivo é trabalhar para as estatísticas então conseguiram atingir o alvo; em contrapartida as estatísticas de relativas à escolaridade, a partir de 2007, em Portugal nada valem.


domingo, 27 de janeiro de 2008

PlayList



sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Playlist



Classe, Sensualidade e Estilo



quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

D. JOÃO V

D. JOÃO V (1689-1750)

(2ª parte)

«protege a indústria da ourivesaria e assiste freqüentemente na Casa da Moeda a ensaios de metais, ligas, cunhagem de moedas, etc.; recomenda aos seus representantes no estrangeiro que façam investigações sôbre inovações realizadas no campo dos ofícios e das artes, ordenando a aquisição dos modelos, a compra de segredos da indústria e contratos dos inventores; manda vir do estrangeiro rendas, gravatas, objectos de arte, artigos de luxo, papéis pintados, no propósito de estimular a sua produção entre nós; toma providências para o desenvolvimento da indústria de criação de cavalos; constrói a fábrica de armas e peças de artilharia, onde são fundidos os canhões que servem na Índia em 1740; premeia a invenção dum engenho para serrar madeira, movido pelo vento, construído nos arredores de Leiria; manda proceder a pesquizas mineiras no País; desenvolve a indústria de fundição de sinos; protege a indústria do sal; funda indústrias de tapetes; promove o desenvolvimento da agricultura e indústrias agrícolas, mediante medidas acertadas, como a que proïbe a entrada de vinhos, aguardentes, azeites, cervejas e mais bebidas de fora do reino, a que dizia respeito aos pastores da serra da Estrêla, a que proïbia que durante dez anos ninguém pudesse usar o segrêdo com que Francisco dos Santos Nicolau & C.ª beneficiavam as terras no interesse da produção, a que concedia aos habitantes do Algarve a isenção da dízima de centeio e cevada, etc.»

Fonte: História de Portugal (II Volume), António G. Matoso, 1939, Livraria Sá da Costa – Editora Lisboa.


terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Efeitos do subprime exagerados?


É claro que os efeitos despoletados por esta crise são para levar a sério e reflectir. Dão que pensar sobretudo à banca americana, que flexibilizou a possibilidade de crédito a muita gente que não o podia pagar, e assumiu que os preços das habitações se manteriam constantes ou mesmo num plano ascendente. E emprestaram, assumindo que essa era a tendência. Dão que pensar aos bancos de investimento, que acreditou nos retornos desses créditos à habitação e os inseriu nos portfolios de investimento das suas carteiras. Os empréstimos não foram pagos por muita gente e, num efeito dominó, alguns investidores retiraram o parte do dinheiro investido nos fundos de investimento e as acções dos bancos reflectiram a queda de lucros apresentados pelos próprios.

Por outro lado, o preço do dinheiro, impulsionado pela subida das commodities e pelo risco de dívida, subiu. O Banco Central Europeu, seguindo à risca o plano de estabilidade de preços, aumentou as taxas de juro. Em reacção, as taxas de juro interbancárias também subiram e os bancos começaram a ter problemas de liquidez. Resumidamente, estes foram os efeitos imediatos da crise.

Por outro lado, temos a "real economy". A tal economia mundial que registou o maior crescimento de sempre em 2007 (4,8%). Esta imagem dá que pensar, visto que grande parte desse crescimento se deve a países como o Brasil, Índia, China, Rússia, Coreia do Sul, Tailândia, Malásia, Singapura, Hong Kong e o eixo Dubai/Qatar/Bahrain. Poderia referir outros, mas estes resumem bem a transferência de rendimentos da economia mundial. Estamos perante um movimento de transferência de riqueza nunca antes visto na economia mundial. E um óptimo sinal disso são os recentes investimentos de sovereign funds em bancos de investimento de renome americanos e europeus. Igualmente, e não nos esquecemos disso, a zona euro e os EUA cresceram cerca de 3% em 2007. Desde quando é que um crescimento de 3% em economias desenvolvidas é mau? Os bancos apresentavam, antes da crise subprime, lucros recorde. Em média, as empresas europeias e americanas, nos sectores em estagnação ou crescimento, apresentaram rendimentos muito saudáveis e consistentes. A especulação bolsista reflectiu as boas prestações e elevou o preço das acções a níveis altíssimos, principalmente nas bolsas asiáticas. E precisamente na Ásia, alguém dúvida que Rússia, Índia e China não vão crescer a médio-prazo (2/3 anos) ao ritmo de 2007, apenas porque a economia americana está em vias de recessão?

Deste modo, acho que o peso que se está a dar a esta crise parece-me exagerado. Se as bolsas europeias atingiram mínimos do início de 2007, as bolsas asiáticas atingem mínimos de 3 a 6 meses. Não se chamaria a esta movimentação de preços uma correcção natural à especulação possivelmente exagerada dos anos de 2006 e 2007? Eu acho que sim. Que se está a extrapolar uma crise. As movimentações dos preços das acções explicam-se, numa fracção considerável, pela transacção de informação. E esse método leva, naturalmente, a especulações de todo o tipo. Se a especulação tem tido mais impacto na capitalização bolsista que a "real economy", essa é uma discussão que já vem dos anos 20 do século XX. No entanto, com a melhoria dos mecanismos de resposta às crises financeiras por parte dos bancos centrais e do mercado, os efeitos especulativos e de correcção bolsista são cada vez mais controláveis, e de menor amplitude.

Quando se fala de Portugal, aí a questão muda radicalmente de figura, como tenho dito sempre no "Vantagem Comparativa". Aqui o diagnóstico é claro: falta de competitividade.


PSD

Sem se comprometerem muito, com discrição e discernimento, Manuela Ferreira Leite e Rui Rio vão fazendo o seu caminho para uma posterior candidatura à liderança do partido. Será possível ver Manuela Ferreira Leite num ataque à liderança já em 2009? Já faltou mais...

Pedro Passos Coelho e Paula Teixeira Pinto também andam atentos, e não escondem ambições políticas.


Israel

De facto, se fosse palestiniano estaria, mais que tudo, ofendido com os árabes. Na Palestina, lidava ou com governos de gente corrupta (Fatah), ou ultra ortodoxa (Hamas). Fora da Palestina, no mundo árabe tinha o estatuto de refugiado e não a nacionalidade respectiva do país onde me refugiaria. Nas eleições dos países árabes volta o dualismo: ou optava por ditaduras corruptas e violentas, ou por religiosos fundamentalistas. Veria a maioria dos renovadores, amantes da liberdade, da discussão de valores democráticos, serem desprezados e calados à força, tanto no Egipto (o caso dos bloggers presos) como no Paquistão (Benazir Bhutto). Via muito mais, como comprovam as estatísticas. Para efeitos de estatística, bastam dois exemplos: Darfur e Argélia.

Mas, se fosse árabe e vivesse em território israelita, vivia em paz e pleno de direitos. É um facto.


FARC = Vergonha

Se há organização terrorista que é "protegida" por certa esquerda tendenciosa e ignorante, são as FARC. Uma organização que cultiva cocaína, sequestra e mantém os reféns acorrentados 24 horas por dia sem condições de saúde, higiene, do mínimo de dignidade. Uma organização que tem apenas como objectivo o controlo de território, de criar instabilidade e medo, de levar os seus interesses obscuros adiante sem respeito por nenhuma lei internacional, nem sequer dos princípios básicos de direitos humanos.

Uma organização destas tem direito a elogios quando liberta 2 reféns. Sendo assim, faltam cerca de 700. Incluindo uma candidata presidencial favorável à paz na Colômbia, e, sobretudo, pacifista e não tendenciosa. Ingrid Betancourt combateria tanto os abusos e a corrupção dos grupos paramilitares como as FARC.

Claro que para este filme só poderia entrar Hugo Chávez, visto como "libertador" só por quem se deixa enganar. Sobretudo, nem quero saber das contrapartidas de tal acordo de libertação. Mas devem ser penosas para o povo colombiano, que deve ser o primeiro a querer paz. E disse-o claramente, ao votar maciçamente no presidente Uribe.

Nos últimos tempos, parte da esquerda mainstream tem apoiado todas as organizações anti-EUA, simplesmente por serem anti-EUA. Em certos casos, o apoio a ideias anti-EUA revela-se num apoio a ideias anti-ocidentais. E aí, esta esquerda arranja argumentos distorcendo a discussão em redor do fundamento das ideias, que são indefensáveis. E, quando assim age, vê-se a defender o Hamas, Hezbollah, as FARC, entre outros.

Para quem pretende obter uma óptima descrição do estado geral da esquerda, recomendo este livro:



segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Involução


Transporte ferroviário em Portugal

As infra-estruturas de transporte ferroviário, constituem um reflexo do desenvolvimento e riqueza de um país. Dito isto, observemos a evolução da extensão da linha ferroviária – Portugal Continental - ao longo dos anos:

1910: 2898 Km

1974: 3563 Km

2006: 2839 Km

Absolutamente inacreditável!


Caminhos de ferro no mundo


domingo, 20 de janeiro de 2008

Playlist



PlayList



sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

D. JOÃO V

D. JOÃO V, 1689-1750 (subiu ao trono em 1706)

(1ª parte)

«Não ficam por aqui as «prodigalidades» de El-Rei, tendentes a beneficiar o País: Manda levantar o mosteiro de Mafra, o Aqueduto das Águas Livres, o hospital das Caldas e outros monumentos, que dão que fazer a milhares de operários durante muitos anos; funda uma fábrica de pólvora na Ribeira de Alcântara; protege as antigas fábricas de lanifícios da Covilhã, que, a partir de 1710, começam a fornecer todo o pano necessário para o exército, de melhor qualidade do que o que vinha do estrangeiro; cria indústrias de sedas, tecidos de ouro e prata, e confia a direcção da fábrica da Cotovia a Robert Godin, que consegue que a produção portuguesa de tecidos dêste género não seja inferior à de Lião; transforma as indústrias de vidros, e transfere para a Marinha Grande a fábrica mais tarde desenvolvida por Guilherme Stephens; funda a fábrica de papel da Lousã e proïbe a exportação do trapo; manda abrir explêndidas estradas; promove o desenvolvimento do comércio colonial e compra alfaias agrícolas que manda distribuir aos colonos pobres do Brasil; cria o Arsenal de Lisboa para a construção de navios; manda «ir ao Paço a nobre arte de impressão, fazendo na sua real presença compor os caracteres e imprimir»; concede isenções tributárias à fábrica da vila dos Povos, que produzia atanados, bezerros, camurças e outras peles curtidas; manda fabricar instrumentos de precisão, tais como relógios hidráulicos, de sol, de algibeira e de madeira, semelhantes aos de metal;»

Fonte: História de Portugal (II Volume), António G. Matoso, 1939, Livraria Sá da Costa – Editora Lisboa.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

New dimensions


Sony “DSC-F77”

Nikon “Coolpix S10“

Panasonic “Lumix DMC-L10”

Máquinas fotográficas rotativas.


terça-feira, 15 de janeiro de 2008

American Way of Romance

The following exchange took place on Craigslist, the New York Community Message Board.

What am I doing wrong ? I’m tired of beating around the bush. I’m a beautiful (spectacularly beautiful) 25-year-old girl. I’m articulate and classy. I’m not from New York. I’m looking to get married to a guy who makes at least half a million a year. I know how that sounds, but keep in mind that a million a year is middle class in NewYork City, so I don’t think I’m over-reaching at all.

Are there any guys who make 500K or more on this board ? Any wifes ? Could you send me some tips ? I dated a business man who made around 200 - 200K. But that’s where I seem to hit a roadblock. $250.000 won’t get me to Central Park West. I Know a woman in my yoga class who was married to an investment banker, and lives in Tribeca. She’s not as pretty as I am, nor is she a great genius. So what is she doing right ? Here are my questions specifically:

  • Where do you single rich men hang out ? Give me specifics - bars, Restaurants, gyms …
  • What are you looking for in a mate ?
  • Is there an age range I should be targeting ?
  • Why are some of the women living lavish lifestyles on the Upper East Side so plain. What’s the story there ?
  • Lawyers, investment bankers, doctors. How much do those guys really make ? And where do the hedge fund guys hang out ?
  • How do you rich guys decide on marriage versus just a girlfried ? I am looking for Marriage only.

An Investment Banker’s Response: I qualify as a guy who fits your bill - I make more than $500K per year. Here’s how I see it: Your offer is a plain and simple crappy business deal. What you suggest is a simple trade: you bring your looks to the party and I bring my money. Fine, simple. But there’s the rub, your looks will fade and my money will likely continue into perpetuity - in fact, it is very likely that my income will increase, but it is an absolutely certainty that you won’t be getting any more beautiful ! So, in economic terms, you are a depreciating asset. In Wall Street Terms, we’d call you a trading position - not a buy and hold. It doesn’t make good business sense to ‘buy you’ (which is what you’re asking) - so I’d rather lease. The deal that makes sense to me is dating, not marriage.

Fonte: The Independent

Genial.


Apontamentos sobre o BCP

- Muito falam os empresários portugueses mas ficam sempre do lado seguro do poder. Um país de favores, de promessas, de cunhas, de compadrios e do chamado "respeitinho". Uma junção de interesses que consegue por lado a lado Joe Berardo e Teixeira Duarte, BPI e Santos Ferreira, e muitos outros, cujo interesse mútuo desbrava caminhos. Provavelmente (alguns) não tiraram ilações sobre a recompra de acções por via de off-shores. Não precisaram, ninguém lhes imputou responsabilidades.

- Cadilhe tem uma grande vantagem. Tem currículo e independência para se candidatar contra o bloco de interesses, liberdade suficiente para perder e recompor-se.

- Por não me agradar este bloco de interesses, não me importa nada que um banco estrangeiro tome conta do BCP. Era certamente melhor gerido.

- Nicolau Santos afirma no Expresso que o Banco de Portugal, entidade supervisora dos mercados financeiros, pode ser desculpada por não ter identificado nas suas investigações a artimanha dos off-shores, e muitas outras. Sustenta a sua afirmação com uma frase de Alan Greenspan, cito:"Por muito que alguns reguladores da banca se esforcem por promover o exercício saudável da actividade, é muito difícil descobrir uma fraude ou um desfalque sem que alguém tenha dado o alerta." Isto não é desculpa para nenhuma entidade fiscalizadora. E o problema ultrapassa meramente essa questão. Estamos perante a dúvida entre a cegueira ou a cumplicidade de um polícia. Não no domínio ingénuo da cegueira.


Grandes reformas, grandes fiascos

- Lei das rendas não dinamizou reabilitação urbana (Público).

- Código do Trabalho falhou objectivos de dinamização (Jornal de Negócios).

Enquanto que:

- A comunicação social generalista fala do caso Esmeralda e do caso Maddie.

- O PSD entretém-se em exigir lugares no caldo de interesses do bloco central.


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sábado, 12 de janeiro de 2008

Another Time, Another Place


Os gigantes BOEING 747-200 da TAP

Houve um tempo em que a TAP, se ombreava com as maiores companhias de aviação do mundo, a prová-lo temos o facto de ter adquirido, no início dos anos 70, quatro aviões BOEING 747-200. A primeira unidade chegou a Portugal em 18/2/1972 e foram, no imediato, um sucesso a diversos níveis.

Estes gigantes dos céus, de dois andares, com salão-bar no piso superior, eram capazes de uma autonomia de 12.700 Km. Seriam na altura o equivalente aos actuais A-380 (mais 2,5m de comprimento que o 747-200), embora, na minha opinião, fossem mais bonitos que o A-380.


Uma belíssima imagem do “747-200 CS-TJB” da TAP, no
aeroporto de Nova Iorque, EUA, Janeiro 1973.


As características técnicas mais relevantes – cortesia da TAP - eram as seguintes:

Comprimento: 70,50 m

Envergadura (largura): 59,60 m

Altura de cauda: 19,50 m

Velocidade normal de cruzeiro: 950 Km/h

Altitude máxima de voo: 13 000 m

Altitude de cruzeiro: 9 000-11 000 m

Peso máximo à descolagem: 350 000 Kgs

Capacidade de combustível: 193 000 Lt

Carga útil máxima: 57 000 Kgs

Capacidade para passageiros: 370


A TAP jamais voltou a adquirir aviões deste porte, esperemos que no futuro o volte a fazer.


quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Novo aeroporto em Alcochete

“Na margem Sul, jamais

Depois de um percurso muito sinuoso o novo aeroporto de Lisboa vai para Alcochete. Evitou-se, por pouco, aquele que seria um dos maiores erros da história de Portugal.

Parabéns à CIP, ao LNEC, ao Prof. José Manuel Viegas e a todos aqueles que com frontalidade, imparcialidade e sentido patriótico defenderam a razão em detrimento de interesses particulares.

Portugal fica a ganhar.

Vídeo de Mário Lino: "Na margem sul, jamais"

Estudo do LNEC


terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Balanço 2007 (II)

Neste balanço de 2007, pretendo dar a conhecer aquilo que se passou de bom e de mau no nosso país e no mundo. Não se trata necessariamente de enunciar o que foi mais importante. Trata-se sim de dar a minha opinião acerca do que eu achei relevante afirmar, como positivo ou negativo, seja importante para outros ou não.

O pior de 2007:

- No Paquistão, o local mais perigoso do mundo como refere a "The Economist", foi morta Benazir Bhutto. Com ela foi a esperança de termos um Paquistão democrático, civilizado e secular. Digo esperança, porque certezas nesta região não há. Temos sim a garantia que lutamos contra um inimigo irracional e sem rosto, capaz de matar indiscriminadamente.

- A reorganização da al Qaeda no Magrebe, às portas da Europa. Desde o tempo das cruzadas que a Europa não tinha um inimigo tão organizado e declaradamente anti-Ocidental tão perto. Por enquanto sofrem os argelinos e os marroquinos. Depois, podemos ser nós. Chegou para cancelar o Lisboa-Dakar. Não podemos ceder ao terrorismo desta forma.

- A crise do Subprime. Por um lado, a melhoria dos mecanismos de ajustamento financeiro dos mercados e dos bancos centrais e a maior independência destes face ao poder político garantem-nos alguma segurança na resposta às crises financeiras. Por outro lado, a complexidade e a interligação de instrumentos financeiros, mesmo os de baixo risco, trazem-nos muitas dúvidas sobre os ratings dados e sobre o nível de diversificação desses activos. Investir em retornos de dívidas do mercado de hipotecas americano, considerados (pela banca comercial e de investimento) como investimentos de baixo risco, atingiu tanto a banca comercial como a financeira de uma forma tal que os bancos centrais europeu e americano tiveram de injectar dinheiro (biliões) no sistema. Em Inglaterra, quase faliu o Northern Rock.

- O preço de petróleo bate os 100 dólares. O problema não é esse. Não tarda está nos 200. Era altura, sem tabus, de relançar o debate da energia nuclear em Portugal. Veja-se o caso da França, que até fornece energia à Alemanha e Reino Unido.

- Temos escalada no preço das matérias-primas alimentícias. Nunca visto, depois da II Guerra Mundial.

- Em África, subsistem problemas de rivalidades étnicas inultrapassáveis que levam a massacres de populações (Quénia,Congo e Sudão), genocídio abertamente patrocinado pelo governo (Sudão), propagação de correntes islâmicas radicais (Somália), eleições forjadas (Quénia, República da Guiné), governos ditatoriais ineptos, corruptos e selvagens (Zimbabwe, República Centro africana). Aqui, não há esperança sequer.

- No Médio Oriente, subsistem situações que devem alertar ao máximo o mundo Ocidental. No Líbano mantém-se o assassinato silencioso de políticos da minoria cristã (e por vezes sunita), patrocinado abertamente pela Síria e pelo Hezbollah. Israel deveria ter deixado o trabalho pronto na guerra de 2006.

- No Afeganistão, a NATO vive tempos difíceis. É de facto uma missão que requer muito anos. Eliminar os talibans é a palavra de ordem. Mas também é reconstruir escolas, estradas, esgotos, e muitas outras infraestruturas. E terminar com o cultivo de heroína. Nem que seja pela contaminação desses terrenos. Mas não há interesse nisso...

- Portugal devia ter mantido as suas tropas no Afeganistão. É uma pequena contribuição para uma luta que é de todo o mundo ocidental.

- A cimeira de Annapolis tentou relançar o processo de paz israelo-palestiniano. Alguém acredita na resolução deste conflito, nos moldes actuais?

- O partido de Vladimir Putin volta a vencer eleições na Rússia, tudo indica forjadas. Está mais que provado que a Rússia não consegue viver sem um regime autoritário. É histórico.

- A comunicação social portuguesa, ignorante, não referiu o mais importante da cimeira UE-África. O falhanço da renovação dos acordos comerciais entre os dois continentes. Os jornalistas passaram o tempo todo a dizer que a cimeira foi um sucesso. Mas não foi.

- Em Portugal, a taxa de desemprego atingiu os 8,4%, a maior dos últimos 20 anos. É triste ouvir o discurso optimista de Sócrates, em contraste com a dura realidade do dia-a-dia de muitos portugueses. O país, progressivamente, empobrece. E as perspectivas não são nada boas.
Será que daqui a 10 anos estaremos a falar de uma taxa de desemprego de 16%?

- Mário Lino será recordado, garantidamente. Um ministro arrogante, teimoso, displicente e incompetente. Só Sócrates não vê. Mário Lino prendeu-se à solução do aeroporto da OTA. Cai a OTA, cai o ministro. Mário Lino não lê os estudos publicados por instituições importantes, pelo menos admite. Mário Lino recusa-se a ouvir o país, as suas instituições e o Presidente da República. Para terminar em beleza, pode não divulgar o estudo do LNEC ao país. Que eu saiba, uma decisão sobre um aeroporto mais do que constituir uma decisão política, tem de assentar em aspectos técnicos. Ministros destes, jamais!

- Onde estão as reformas na justiça prometidas pelo ministro Alberto Costa e enquadradas no "pacto de regime" PS-PSD. O problema da justiça é prioritário.

- Onde estão as reformas estruturais na educação prometidas pela ministra Maria de Lurdes Rodrigues. Nomeadamente, a questão da autonomia das escolas. Os professores continuam sem poder para exercer o mínimo de autoridade. Até quando?

- O ano de 2007 ficou marcado pela desconfiança crescente face a duas instituições que têm o dever de independência e isenção máxima na regulação do mercado. O Banco de Portugal e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Os polícias do mercado, ou não viram o que se passou, ou fecharam os olhos às ilegalidades. No caso do BCP, estas instituições não conseguiram (?) detectar as diversas contas off-shore utilizadas para recompra de acções. Viemos a saber através de denúncia, não de fiscalização.

- A OPA falhada da Sonae sobre a PT revelou um país proteccionista. Da mesma forma, confirmou o peso excessivo do estado em alguns sectores. Todo o processo demorou mais de um ano, conduzido pela Autoridade da Concorrência. Com este nível de burocracia, podem as empresas ser competitivas (e o mercado)?

- O número de falências em 2007 foi o mais alto da última década (aprox. 4000). Não é de espantar, num período de reestruturação económica. É uma evidência.

- O caso caricato da licenciatura de Sócrates. Na minha opinião, não quero saber se Sócrates tem licenciatura ou não. Quero sim saber se foi transaccionada e a troco de quê. Aprende-se cedo, neste país.

- O caso Maddie, Esmeralda, como tantos outros, mostrou acima de tudo uma comunicação social sedenta por audiência e pela notícia do momento. Vimos muitos flash interviews, entrevistas a "populares", directos televisivos inúteis e mentiras para mais tarde recordar.

- A comunicação social generalista manteve o nivelamento por baixo. Uma grelha de programas que roça a iliteracia e o ridículo. Aliás, o grotesco (Ex: José Castelo Branco) tornou-se motivo de audiência. A mentira (Fiel ou infiel) convence telespectadores. Até a estupidez (Bela e o Mestre) colou muita gente à TV.

- Os assassinatos de seguranças no Porto foi coisa nunca vista. Podemos facilmente associar este ambiente de bairro (Ribeira entre outros) a uma situação de aparente impunidade e conformismo que envolve magistrados, polícias, clubes de futebol, associações, seguranças, empresários e gerentes de espaços de diversão nocturna. Faz muito bem Rui Rio em denunciar estas cumplicidades. Foi assim que o PS deixou o Porto. Com vícios dificilmente reparáveis.

- Estou aberto a novas sugestões, para o que se passou de negativo em 2007.

(em actualização)


LNEC

É do interesse público que o estudo terminado sobre a localização do novo aeroporto seja divulgado pelo LNEC. O Ministério das Obras Públicas pode decidir não publicar o estudo, mas não cumpre o seu papel e falta à verdade aos portugueses. Estamos habituados a este estilo, por isso não espanta.

Agora. Quer o governo perder mais uma batalha contra os bloggers que noutras ocasiões lançaram petições e ganharam?


Nivelamento por Cima


ASAE

Num país em que praticamente todas as entidades adoptaram o nivelamento por baixo como modo de estar, existe uma salutar excepção, apesar de muito atacada, que dá pelo nome de ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica).

É próprio da condição humana criticar, mas devemos ter a inteligência de o fazer se com isso acrescentarmos algo de construtivo à realidade em que vivemos.

É característico das sociedades mais avançadas tecnologicamente possuírem um grande número de normas, sendo disso exemplo a união europeia; elas integram conhecimentos e experiências (acumulados e aperfeiçoados ao longo dos anos), que permitem, na sua aplicação prática, a uma sociedade aproveitar os seus recursos de forma eficiente e, em última análise, que esta se distinga da barbárie. Não devemos ter medo das normas sobretudo quando elas são utilizadas por técnicos devidamente instruídos.

Pelo contrário, na esfera do privado, aí sim, deveria haver uma grande simplificação que permitisse libertar o indivíduo de papeladas e procedimentos inúteis, ou seja, tempo perdido.

Para terminar, e voltando à ASAE, com a alimentação deverá proceder-se de forma intransigente; de acordo com uma notícia publicada no semanário Sol de 29/12/2007, todos os anos morrem 5000 pessoas nos EUA e 1,8 milhões de pessoas no mundo devido a infecções alimentares.


segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

A frase

Fareed Zakaria:

"The crucial project for the next president will be to change the basic focus of U.S. foreign policy, away from the Middle East and toward the Far East."


domingo, 6 de janeiro de 2008

Playlist



Joe Berardo

Esta personagem tornou-se conhecida pelos portugueses quando realizou um contracto de aluguer com o Estado para ter as suas obras expostas no Centro Cultural de Belém, sob ameaça de expor as suas obras fora de Portugal. A pessoa, medíocre e manhosa, revelou-se. Sobretudo de quem se afirma protector dos portugueses, anda de coração na lapela e tem um discurso defensor dos "pobres e desfavorecidos". As derivas populistas na discussão do aluguer das suas obras e na OPA falhada ao Benfica não enganam. Demagogia barata. É tão português como é um Joe e tão português como o seu português falado. Também não engana.

Das denúncias feitas à gestão do BCP de Jardim Gonçalves, o povo português pode agradecer. Mas pode pensar também: a que preço? Joe Berardo aparece na lista "deontologicamente duvidosa" de Carlos Santos Ferreira. Não tem dúvidas sequer. Aliás, ainda ataca Miguel Cadilhe por ser velho. O seu português não dá para mais. E, de facto, não há muitos argumentos de ataque.

Uma pessoa que se torna conhecida em Portugal, sem se saber bem a proveniência da sua riqueza, ou sequer valor criado pelo seu trabalho, pode dar lições de moral?


Balanço 2007

Neste balanço de 2007, pretendo dar a conhecer aquilo que se passou de bom e de mau no nosso país e no mundo. Não se trata necessariamente de enunciar o que foi mais importante. Trata-se sim de dar a minha opinião acerca do que eu achei relevante afirmar, como positivo ou negativo, seja importante para outros ou não.


O melhor de 2007:

- O maior crescimento económico de sempre na história mundial (4,8%). A confirmação de que China e Índia vão dar cartas no séc. XXI e, a manter-se este crescimento da China, a meio do século XXI destronará os EUA como principal potência económica, no total do PIB. A melhoria de condições de vida para um número significante de pessoas nestes dois países, cujos níveis de pobreza diminuíram.

- Tendência geral para maior liberalismo económico em quase todos os pontos do globo. Menor proteccionismo nas trocas de produtos industriais e na circulação de capitais. Promessas adiadas para uma maior liberalização nas trocas de bens agrícolas.

- As políticas da Comissão Europeia para legislar um limite à redução das emissões de CO2 por parte dos automóveis que circulam no espaço europeu, prevendo a instauração de multas pesadas para as construtoras que não cumprem os limites. Nestes casos, a burocracia é a única solução.

- A eleição de Sarkozy na França como factor de estabilidade nas relações transatlânticas, na NATO, e no papel da França como potência mediadora mundial. Sarkozy representa igualmente um trunfo sobre as ideias ultrapassadas do socialismo francês.

- O aparente bom trabalho do Comandante das Forças Norte-Americanas nos EUA, David Petraeus, no Iraque. Para já, a colaboração do exército americano com os sunitas no combate à Al-Qaeda nas cidades que representam o "triângulo sunita", Baghdad, Ramadi e Tikrit, tem sido amplamente bem sucedida. Contudo, com estes grupos armados tribais, não há alianças, há negócios momentâneos. O Governo xiita ainda tem um longo caminho pela frente na pacificação e união de um país que não deveria existir. O teste de fogo será a divisão das receitas do petróleo pelos sunitas, xiitas e curdos.

- A boa actuação de Cavaco Silva. Atento e moderador. Não permite grandes veleidades ao governo. Veta sempre que é necessário, sem reservas. Tudo indica que a obsessão do governo com o aeroporto da OTA tem oposição firme do PR, que o tem manifestado silenciosamente.

- A entrada em vigor da lei das finanças locais, que certamente contribuirá para controlar os excessos dos gastos de autarcas populistas, vigorosos e despreocupados com o futuro dos seus filhos. Um deles, veja-se, é líder do PSD.

- A excelente contribuição da Associação Comercial do Porto e da Confederação da Indústria Portuguesa na elaboração dos estudos sobre as modalidades "Portela+1" e Alcochete, respectivamente. Isto é boa oposição ao governo.

- Quando uma instituição pública funciona, os portugueses desconfiam e não gostam. É o caso da ASAE.

- O licenciamento do 1º medicamento português por parte da Bial. Um longo processo que, caso o registo seja bem sucedido, terminará com a comercialização do remédio nos EUA e Canadá. A extensa fase de investigação e desenvolvimento contou sempre com financiamento de investidores que acreditaram na empresa portuguesa. Quando há qualidade e competência, o trabalho é recompensado.

- A separação da PTM da PT. Tendencialmente, a passos lentos contudo, a livre concorrência é implementada em mercados essenciais em Portugal, como é o caso das telecomunicações.

- As sucessivas descobertas de petróleo no Brasil na reserva de Tupi, que permitiram à Galp triplicar o valor das suas acções desde a entrada na bolsa de valores. Este caso não passa despercebido lá fora.

- O aparecimento de vários jornais diários gratuitos. Tudo o que leve a maior leitura, é de saudar. Noutra perspectiva, coloca pressão sobre os jornais pagos para se distanciarem da concorrência e terem mais "add-ins".

- O novo MBA conjunto da Universidade Nova e da Universidade Católica, "patrocinado" pelo MIT.

- A descoberta do PlumpyNut, um alimento de ingestão rápida e conserva simples que está a contribuir para a resolução do problema da fome em África e, com isso, a evitar a propagação de doenças causadas por subnutrição. Faz mais que 40 organizações humanitárias juntas.

- A enorme prestação desportiva de Vanessa Fernandes e Cristiano Ronaldo. O sucesso internacional de Mariza.

- A chegada da TimeOut a Lisboa. Os lisboetas agradecem, tal é a utilidade e o interesse da publicação.

- Lisboa está em 2ºlugar no top de destinos "hip" mundiais a visitar em 2008, segundo o NY Times.

- Estou aberto a novas sugestões, num ano de escassas boas notícias.

(em actualização)


quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

PlayList


quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Mundo actual

- Petróleo chega aos 100 dólares

- Ouro bate recorde nos 859 dólares

- Preços das matérias-primas alimentares disparam

E Portugal cresce esforçadamente 1,8% em 2007, bem abaixo do nível de inflação.

Ainda nos pedem para ser optimistas.


terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Absolut(e) Fresh


Início da vida de um Pinheiro-manso (Pinus pinea) ainda com a casca do pinhão (em cima).