segunda-feira, 22 de abril de 2013

Banco 'Millennium BCP'

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Desde o início da crise da dívida soberana na Zona Euro, em 2010, a operação grega roubou quase 2.400 milhões de euros aos resultados do BCP. A principal fatia das “perdas” foi para crédito malparado. Mas também houve os prejuízos dos três anos, a reavaliação em baixa da operação, as imparidades para a dívida pública e a antecipação do impacto da venda.
Nos últimos três anos, o Millennium Bank Grécia teve um impacto negativo nas contas do BCP de 2.387,7 milhões de euros, um valor superior aos prejuízos de 2.067,7 milhões de euros registados pelo banco de Nuno Amado no conjunto de 2011 e 2012. Este efeito reflecte a situação da economia helénica, que acumula uma recessão económica de 25% em cinco anos e cuja taxa de desemprego ascende a 27%.

As “perdas” acumuladas pelo grupo na operação grega resultam, sobretudo, da contabilização de imparidades para fazer face a crédito malparado na operação helénica que totalizaram 847,1 milhões de euros entre o início de 2010 e o final do ano passado. A principal fatia deste esforço ocorreu em 2012, exercício em que o incumprimento de crédito no Millennium grego obrigou o BCP a assumir prejuízos de 702,4 milhões.

O perdão de mais de 70% que os investidores privados em dívida pública da Grécia aceitaram em 2011 foi outro dos maiores problemas do BCP na sua exposição ao primeiro país da Zona Euro a necessitar de resgate financeiro, em 2010. Este acordo implicou que o banco então liderado por Carlos Santos Ferreira tivesse que assumir uma perda de 533,5 milhões.

No ano passado, os resultados do BCP sofreram ainda o impacto da contabilização de uma imparidade de 427 milhões de euros, destinada a fazer face às perdas esperadas para a operação grega nos próximos anos. Esta almofada foi criada já a pensar na venda do Millennium Bank Grécia. Como nota o comunicado do banco emitido esta segunda-feira, esta imparidade ajudará no esforço de participação no processo de capitalização do Piraeus Bank.

Também as imparidades para “goodwill”, no valor de 147,1 milhões, realizadas tanto em 2010 como em 2011, foram feitas já para preparar a saída do mercado grego, uma vez que se destinaram a reconhecer a desvalorização da operação grega no balanço consolidado do BCP.

Finalmente, também os prejuízos acumulados pelo banco nos últimos três anos, penalizaram a instituição. Em três anos, o BCP perdeu na Grécia 285,9 milhões. A principal fatia dos prejuízos ocorreu no ano passado, em que os prejuízos totalizaram 266,4 milhões.
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Fonte: Jornal de Negócios on-line, 22 abril 2013
quase_2400_milhoes_ao_bcp_desde_2010.HTML


In perpetuam rei memoriam

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A auditoria conduzida pela Inspecção-Geral de Finanças e pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (antigo IGCP) aos contratos de financiamento de alto risco em 15 empresas públicas já está concluída e deverá ser tornada pública em breve, apurou o PÚBLICO.

Esta investigação, que o PÚBLICO noticiou na semana passada, tem como objectivo apurar as perdas associadas a estes contratos, designados por swaps, e as responsabilidades dos gestores com os celebraram. Para já, este caso resultou na saída de dois secretários de Estado do actual Governo: Paulo Braga Lino (Defesa) e Juvenal da Silva Peneda (Administração Interna). Os seus substitutos tomarão posse hoje, a par de outros três novos secretários de Estado.

Tal como o PÚBLICO avança na edição desta segunda-feira, a saída de Braga Lino e de Silva Peneda está relacionada com estes financiamentos de alto risco, especificamente os que foram contratualizados na Metro do Porto. Braga Lino foi director financeiro da transportadora pública entre 2006 e 2011 e Silva Peneda foi membro da comissão executiva da empresa, entre 2004 e 2008.

Foi a partir de 2003 que a Metro do Porto começou a aderir aos swaps, à semelhança do que aconteceu noutras 14 empresas públicas, como é o caso da Metro de Lisboa, da CP, da Refer e da TAP. Na Metro do Porto, as perdas potenciais estão estimadas em 832,4 milhões de euros, podendo tornar-se reais caso os bancos decidam liquidar este contratos.

No global, os prejuízos em caso de liquidação estão estimados em mais de três mil milhões de euros, destacando-se a situação explosiva da Metro de Lisboa, com perdas potenciais associadas que ultrapassam 1,1 mil milhões.

Além de Braga Lino e de Silva Peneda, há outros dois membros do Governo que estiveram envolvidos na celebração destes derivados financeiros: a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, e o secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Marco António Costa.

Maria Luís Albuquerque foi directora financeira da Refer, entre 2001 e 2007. No caso desta operadora, que gere a rede ferroviária nacional, a aposta nestes instrumentos começou em 2003 e os impactos potenciais estão estimados em cerca de 40 milhões.

A decisão de manter a secretária de Estado do Tesouro em funções prendeu-se com o facto de a situação da Refer ser uma das menos explosivas. O PÚBLICO sabe que a sua saída chegou a ser analisada, mas o Governo acabou por não avançar, também pelo importante papel que tem tido nos últimos meses, nomeadamente quanto às privatizações.

Já no caso de Marco António Costa, que esteve na Metro do Porto entre 2007 e 2010, foi o facto de ter ocupado o cargo de administrador não executivo que pesou na decisão de não o arrastar nesta nova remodelação governamental.
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Fonte Jornal Público on-line, 22 abril 2013
http://www.publico.pt/economia/noticia/auditoria-aos-contratos-de-alto-risco-nas-empresas-publicas-ja-foi-concluida-1592131


domingo, 21 de abril de 2013

TASCHEN'S BERLIN