domingo, 30 de setembro de 2007

Subprime - receios infundados

Os receios manifestados por Cavaco Silva ou Carlos Tavares, presidente da CMVM, em relação à crise financeira, não se centram no essencial. O problema não é a crise financeira actual, mas sim a crise estrutural portuguesa e os sinais de abrandamento da economia espanhola. Portugal, sem qualquer nível de autonomia económica, leva sempre por tabela. A reestruturação da economia portuguesa verifica-se agora, quando devia ter sido feita à 20 anos.


Menezes vs Santana Lopes

Está aberto o caminho para Santana Lopes liderar a bancada parlamentar do PSD. Como se procederá a táctica de PSL sem irritar o novo líder do partido? Colocando-se de mansinho ao lado de Menezes dentro do novo "espírito de união" do partido, numa fase inicial. Sem possibilidade de alterar a constituição da bancada parlamentar, Menezes terá de levar inevitavelmente com PSL que, de certeza, já deve ter procurado apoios para ser líder parlamentar. Os notáveis por enquanto mantêm-se calados, e assim vão continuar por algum tempo.


Bem vinda


quinta-feira, 27 de setembro de 2007

PS, PSD e os homenzinhos por detrás


Uma das características únicas dos partidos do poder (PS e PSD) são as personagens que aparecem por detrás dos líderes. Aqueles que muito gostam de aparecer nas câmaras, que anseiam pelo seu screenshot, que têm o sorrisinho e a pose preparada, mas não por acaso, pois podem vir a obter características de poder especialmente perigosas. Passo a explicar. Dentro da actual lógica dos partidos (que conheço bem), os líderes precisam desesperadamente desta gente para mandar no partido. Esta gente domina as plataformas de ascensão, ou seja, as secções, as distritais, as concelhias, e através delas cobram os seus "favores". Em algumas regiões e estruturas, estes núcleos de homenzinhos são feudos autênticos. Sinceramente, não acredito numa situação de como há 20 anos em que Cavaco Silva, vindo de "fora" do PSD, ganhou a liderança do partido.

Dificilmente a situação mudará. A JS e a JSD são autênticas escolas de carreirismo político, ao ponto de grande parte dos jovens activistas demorarem muitos anos a acabar os seus cursos, apenas para colarem cartazes, organizarem festas e procurarem apoios para mais altos voos (voos que os podem levar a deputados europeus...). Acho que esta geração de ilustrados merece ser estudada, tal é a profundidade da linguagem e dos modos que utilizam nas suas actividades.

O problema é quando estes ocupam cargos de poder. E há muitos cargos a distribuir. Por exemplo, quem trata do marketing (formalmente, estratégia de comunicação) do engenheiro Sócrates? É sobretudo quem tem experiência em afastar adversários, intimidar, recolher e comprar apoios, dar avisos e "recados", no fundo, gerir uma imagem sem olhar a meios. E estas atitudes efectivam-se em telefonemas a jornalistas, repreensões a magistrados, despedimentos de funcionários públicos desalinhados, e todo o tipo de extras possíveis e imaginários, como foi o caso da contratação de jovens para servirem de audiência ao programa Novas Oportunidades. Tudo isto com dinheiros públicos. É de sublinhar ainda os casos de boys que são colocados em cargos altos com critérios puramente partidários, como é o caso da CGD, e que podem usar indevidamente o poder que dispõem.


Ainda o Millenium BCP

Finalmente um sinal sério de que as coisas têm realmente de mudar. Com Teixeira Duarte em jogo, e a pressionar Jardim Gonçalves, tenho dúvidas que estes dirigentes do BCP se mantenham. A força dos 6,7% de Teixeira Duarte e a venda da participação da Fortis são sinais muito fortes de uma mudança. E, para já, essa alteração passará outra equipa executiva e, sobretudo, pela extinção (ou pelo menos torná-lo meramente consultivo) do Conselho Geral e de Supervisão. Jardim Gonçalves, para seu bem e do banco, tem de sair. Sobre uma possível OPA, ainda é cedo para ter certezas.


segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Impressionante!


A vitória da Índia no recente Twenty20 World Cup de cricket, um desporto pouco conhecido na Europa (exceptuando no país criador, a Inglaterra), foi fantástica. É um factor de estabilidade mundial, digo mesmo. A coça que a Índia deu à Inglaterra, única, deu motivos aos indianos para se sentirem orgulhosos, e duvido que se tenham sentido assim alguma vez desde que se tornaram independentes dos britânicos. A vitória no campeonato do mundo contra o Paquistão foi a cereja no topo do bolo. Impressionante também é o legado inglês. No desporto, formaram campeões no rugby, a Nova Zelândia, e no cricket, a Índia, através da sua influência dos seus costumes. Não há nação no mundo que tenha espalhado de forma tão eficiente a sua língua, valores e hábitos.


José Sá Fernandes e António Costa

Será que José Sá Fernandes vai aceitar o plano de redução de pessoal proposto por António Costa? Uma redução que se estende a subsídios, horas extraordinárias, e envolve dispensas. Veremos se José Sá Fernandes actua em oposição às ideias do Bloco de Esquerda. Este é um teste à coligação.


sábado, 22 de setembro de 2007

Avisos de Alan Greenspan, ex-presidente da FED


Neste contexto de crise financeira mundial, é necessário actuar com cautela. E a conjuntura desta crise do sub-prime é muito diferente da situação, por exemplo, do default russo em 1998. Enquanto nesse período havia margem para descer taxas de juro e assim aumentar os níveis de liquidez do mercado, agora não há margem para tais descidas. O baixo custo do dinheiro nos últimos anos criou inevitavelmente pressões inflacionistas que se sentiram no mercado imobiliário e em especulação bolsista. E esta resposta negativa e global dos mercados financeiros parece mais forte do que uma mera correcção de preços. Alan Greenspan responde a esta questão com um aviso muito concreto. Afirma que os bancos centrais vão sentir muitas dificuldades em manter as taxas de juro baixas e que, por esse motivo, as pressões do poder político se vão acentuar. As pressões inflacionistas provocadas por aumentos de preços do petróleo contribuem para esta inflexibilidade da taxa de juro. Estamos portanto, segundo Alan Greenspan, perante uma nova fase em que as consequências das crises financeiras serão maiores e implicarão outros mecanismos de resposta. "The Age of Turbulence", recomendado.


Debate Mendes vs Menezes

Mais um debate. Mais uma confirmação do mau estado do PSD. Os portugueses estão fartos das palavras estabilidade, credibilidade, serenidade, sobretudo quando são políticos a dizê-lo. Simplesmente, estão fartos dos políticos que se armam em moralistas. Em termos ideológicos, não há diferenças de pensamento relevantes no que toca ao essencial. Cada vez mais, os portugueses votam em pessoas, não em partidos. Por isso, mais que as ideias, são as pessoas que interessam. E ambos os candidatos à liderança do PSD não me convencem. A constante atitude de acusar o adversário com as contradições, as conivências e as práticas menos correctas de cada um só baixou o nível do debate. As eternas promessas de reduzir o número de deputados, de criar círculos uninominais para eleger os representantes de cada distrito, de permitir que independentes se candidatem, nunca se cumprem. E ambos já tiveram possibilidade de fazer mais por isso. Neste contexto, a reforma do parlamento coordenada por António José Seguro pode ser positiva nestes e noutros domínios, como a obrigatoriedade de declaração de interesses e de assiduidade por parte dos deputados.

Dentro da mediocridade, Mendes é melhor que Menezes. Não é populista e aborda os temas com seriedade e transparência. Qualidades que não vejo em Menezes. Mas tenho muitas dúvidas que, com estes candidatos, a direita esteja preparada para governar em 2009.


O que se passa no Médio Oriente

Um dos cenários onde se joga o futuro do Médio Oriente é o Líbano. O recente assassinato de Antoine Ghanem, membro do partido falangista de inspiração cristã maronita, e conhecida figura anti-síria, é mais um golpe para a desestabilização do frágil governo secular e das próximas eleições presidenciais. De forma eficaz e silenciosa, destrói-se uma democracia. Sem acusações concretas (a não ser a um país), a situação degrada-se de dia para dia. Como friamente analisou Robert Fisk, correspondente do The Independent, "falta apenas matar um deputado" para que o governo do Líbano se dissolva. Na comunidade internacional, parece que há consenso sobre quem são os maus da fita, o duo Síria-Irão e o grupo terrorista Hezbollah. Nos meios utilizados para combater estas facções, não há consenso. Não sendo defensor (para já) de um ataque militar cirúrgico que modifique de uma vez por todas as lideranças políticas no Irão e na Síria, acho que a situação deve ser resolvida no Líbano. E o primeiro passo é desarmar, nem que seja à força, o Hezbollah, e submetê-lo à autoridade do exército libanês. O que está a ser feito para esse fim, pelas tropas da UNIFIL, sinceramente não sei. Mas suponho que não seja muito. Uma tropa eficaz neste contexto nunca seria uma tropa defensiva de manutenção de paz, mas sim uma tropa de ataque preparada para lidar com um grupo que é considerado como terrorista pela União Europeia, sobretudo se no futuro não se desarmar de livre vontade. Caso o desarmamento seja uma realidade (duvido), e tendo em conta que não podemos mudar consciências, é essencial que se negoceie a constituição do Hezbollah como partido político, porque uma ilegalização seria impensável dado o apoio popular o grupo tem dos xiitas do sul do Líbano. Mas o sucesso do Hezbollah tem outra vertente. Não é só pela ideologia. É a quantidade de serviços que prestam à população do sul do Líbano que se sente abandonada pelo governo. E uma das prioridades da UNIFIL é garantir que o estado central chegue a estas populações em todas as suas formas: exercício de soberania e autoridade, serviços públicos, benefícios sociais, investimento e representação política. Contudo, neste ambiente de intimidação política abusiva, tenho dúvidas que um governo anti-sírio, mesmo legitimado pela população, consiga governar.


Suplemento de economia do Expresso

Olhando com atenção para os últimos títulos do suplemento de economia do Expresso, dá-me a sensação que há muita especulação e pouca verdade. Quase nunca acertam.


Indústria automóvel italiana ataca novos mercados

A Fiat e a Alfa Romeo preparam-se para um futuro de competição agressiva no mercado global de automóveis e anunciam uma joint-venture com a chinesa Chery Automobiles para a produção de 175000 veículos num ano, com início planeado para 2009. O acordo prevê a produção e distribuição das marcas Alfa Romeo, Fiat e Chery no mercado chinês.


O melhor do capitalismo francês

A fusão de dois gigantes mundiais da indústria automóvel, Renault e Nissan, foi o 1ºpasso. Aproveitando as sinergias que resultaram desta fusão, estas duas marcas têm trilhado caminhos interessantes em termos de estratégia global. Recentemente, a parceria Renault-Nissan anunciou a conclusão de um negócio para a construção de automóveis low-cost em Marrocos. Tendo em conta que a Renault é uma empresa que aposta essencialmente em carros de gama baixa e média, o que a leva a funcionar com reduzidas margens de operação, mais tarde ou mais cedo teria de, por um lado, estabelecer uma parceria e retirar proveitos de uma união com uma empresa japonesa (especialistas em produzir barato com qualidade) e, por outro, encarar a possibilidade de um dia competir com marcas chinesas e por isso ser obrigada a reduzir custos de fabrico. É talvez difícil imaginar que automóveis chineses vão competir com os franceses, mas daqui a 20 anos é bem possível um cenário desses. Também não se considerou sequer a hipótese há 30 anos que a Toyota viria a destronar os gigantes GM e Ford em vendas.

O grupo PSA (Peugeot e Citroen) estabeleceu um plano de recuperação que coloca um ênfase especial em mercados emergentes como a China. Não há outra hipótese senão apostar na China, um mercado com 1300 milhões de pessoas. E, sobretudo, para marcas que operam com margens reduzidas e por isso precisam de vender em quantidade, este é o mercado do futuro.

A Wendel, empresa que há cerca de 30 anos estava no seu apogeu como fabricante de aço, passou nos anos seguintes pelas dificuldades de que passou a indústria pesada francesa, no caso específico das siderurgias. Neste momento, a Wendel reinventou-se e constituiu-se como o segundo maior grupo de investimento europeu. Os activos líquidos da empresa cresceram em média 31% nos últimos 5 anos. Os lucros aumentaram 23% na 1ªmetade de 2007. A empresa tem optado por uma estratégia de crescimento semelhante às private equities em que utiliza capitais próprios em vez de pedir emprestado.


De volta

Depois de umas ausências do país (e sobretudo da internet) volto com a garantia de que me vou esforçar por postar com maior regularidade.


domingo, 16 de setembro de 2007

Prisão preventiva só para quem não interpõe recurso

A prisão preventiva serve para quê? Para enviar para a prisão indivíduos cujo tribunal responsável por essa ordem acha que podem constituir perigo para a sociedade ou por se colocar como elevada a possibilidade de fuga. Quer seja pena de um ano, quer seja de dez. Mas este sistema não funciona. Quando para julgamentos que resultam em penas com a duração de um ano, por exemplo, o desenrolar desse julgamento demora dois anos, como se aplica a prisão preventiva? Em casos de julgamentos intermináveis, existem situações em que a prisão preventiva se efectiva por três, quatro, cinco ou mais anos. Para resolver este caso, de repente, decidiu-se criar um novo Código de Processo Penal. Resultado? 115 presos preventivos libertados. Ok. Pensamos nós que esses 115 cometeram crimes que não justificam 5 anos de prisão (caso contrário, continuariam presos, segundo o novo código penal). Então vejamos quais são as condenações que recaiem sobre alguns deles. Em Sintra, o juiz do respectivo tribunal teve de libertar três reclusos que cumpriam penas de 10, 12 e 14 anos, por crimes de violação e roubo. Estes casos verificam-se porque interpuseram recurso. Ridículo. Na Comarca de Loures, foram libertados quatro condenados num primeiro julgamento por crimes de homicídio, abuso sexual e tráfico de droga. Pode-se chegar ao escândalo de se libertar o cabo Costa, responsável pela morte de três jovens, em Santa Comba Dão. É este o exemplo que o país dá? Depois de se ter visto um grupo de idiotas a destruir (em directo, ou seja com prova!) uma plantação de milho transgénico, por exemplo, sem qualquer punição para os "activistas", há autoridade que subsista?


segunda-feira, 10 de setembro de 2007

América - A Turn to the Left? (II)



A revista "The Economist" tem dado algum relevo a esta questão: a mudança conjuntural na política americana. Todos sabem que os ciclos políticos têm uma duração mais ou menos declarada, mas na maioria dos casos "carregam" uma ideologia com eles que provoca mudança. E essa mudança pode ser sentida por muitas décadas. Da mesma forma que as tendências liberais que marcaram profundamente os EUA na década de 60 transformaram muitos dos usos e costumes da época, a vaga conservadora de George W. Bush mostrou que ainda muitos americanos se identificam com aqueles valores. O retrato da Economist é simples. Da mesma forma que as tendências fortemente liberais dos anos 60 conduziram às campanhas de ressurgimento do movimento político conservador americano promovidas por Barry Goldwater, e abriram caminho a uma série de vitórias dos republicanos, esta fase neo-conservadora de George Bush pode abrir caminho para uma nova vaga liberal. Tudo aponta neste sentido. O candidato republicano com melhores indicações de voto nas sondagens é Rudy Giuliani, que adopta uma visão liberal em temas como o aborto e o casamento gay. Enquanto que 40% dos republicanos acreditam que os democratas vencerão as próximas eleições, apenas 12% dos democratas aposta num vencedor republicano. Enquanto que 61% dos americanos que votam democrata está satisfeito com os seus candidatos, apenas 36% dos republicanos manifestam o mesmo em relação aos seus. As sondagens dão vantagens aos democratas na ordem dos 20 pontos percentuais, o que não se via desde o escândalo Watergate. Por outro lado, a base social conservadora que apoia os republicanos está a perder fulgor. A direita católica que serve como base de apoio ao partido republicano tem perdido capacidade de iniciativa (no norte e no sul) em temas fulcrais como o aborto e o casamento gay. Na faixa etária entre os 18 e os 25 anos, o partido republicano tinha 55% de potenciais votantes em 1991, em 2006 tem 35%. Em relação aos hispânicos, o discurso anti-imigração pode ter custado aos republicanos uma camada de votos por uma geração. Nas eleições para a Câmara dos Representantes em 2006, cerca de 70% dos hispânicos votaram democrata, contra cerca de 55% em 2004.

Alguns conservadores, como Newt Gingrich, afirmam que as (passadas e futuras) derrotas do partido republicano não devem ser imputadas ao movimento conservador mas sim ao partido. A governação de Bush tem sido desastrosa em alguns domínios. O falhanço das operações de salvamento após o furacão Katrina, a demissão de Rumsfeld, a questão de Guantánamo, a denúncia de Valerie Plame por parte de Lewis "Scooter" Libby, os fundamentos errados da guerra do Iraque, a vontade de proibir a investigação através de células estaminais, as suspeições que recaiem sobre o ex-procurador geral Alberto Gonzales, e muitas outras questões, são exemplos de incompetência absoluta e extremismo da administração Bush. E a baixíssima popularidade de Bush já não se via num presidente americano desde Jimmy Carter.

Três indicadores essenciais são um reflexo dos tempos. Os americanos mostram-se mais favoráveis a um governo que se preocupa com o bem-estar geral, cada vez menos acreditam que o poder militar conduz a uma pacificação e desafiam com maior intensidade a existência de Deus. Estamos perante uma nova tendência liberal. Na minha opinião, os maiores protagonistas deste debate vão ser Rudy Giuliani e Barack Obama, que, acredito, serão os candidatos para 2008.


Portugal está no bom caminho em consolidação orçamental?

Talvez. Rodrigo Rato, director-geral do FMI afirma que sim, mas num âmbito diplomático. A verdade é que o essencial ainda está por fazer. Nomeadamente:

- Reforma da administração pública
- Reforma da legislação laboral
- Redução da despesa pública
- Regime fiscal competitivo

Se do lado das receitas, os avanços têm sido significativos, do lado da despesa, a mudança implica decisões difíceis. E o governo não tem sido eficiente no combate à despesa pública. Contudo, é de realçar que tem feito muito mais que os governos de Barroso e Guterres.


Iraque

David Petraeus, comandante das forças norte-americanas no Iraque, afirma que a situação no país está a melhorar. Embora se sinta muito pressionado para dizê-lo, é uma das pessoas que melhor conhece a situação real do Iraque e, sobretudo, está no terreno. Considero, no entanto, que a retirada de tropas é um cenário impossível. Pelo menos, não prevejo que seja adequado num horizonte de 5 anos.

Noutro ponto do Iraque, é de realçar a construção de uma universidade americana no Curdistão, com altos níveis de exigência e uma base secular.

A seguir atentamente o que se passa no Iraque, Afeganistão, Paquistão, Líbano e Palestina. Nestes locais joga-se o futuro do islamismo.


domingo, 9 de setembro de 2007

Little Treasures in iPod


Novas sugestões da noite lisboeta


Music Box - Cais do Sodré




Bacalhoeiro - Campo das Cebolas


sábado, 8 de setembro de 2007

França como potência energética


Esta fusão entre a Gaz de France e a Suez, apoiada por Sarkozy, vai dar origem a uma mega empresa, a terceira maior utility europeia, nas áreas da energia, gás e electricidade. Por um lado, é um sinal da política nacionalista com o cunho de Sarkozy e concretizada em grandes participações estatais na GdF/Suez e na EdF. Por outro, a França adopta uma estratégia de grande potência energética mundial, através da EdF e da GdF/Suez na electricidade e gás, da Total no petróleo, e da Areva no nuclear. A um nível europeu, este negócio tem todas as vantagens. Sobretudo se impedir que a Gazprom da Rússia e a Sonatrach da Argélia tenham ainda maior importância no fornecimento de matérias-primas para o continente europeu. A atitude relativamente pacífica da Comissão Europeia em relação a este negócio é por isso justificada por uma necessidade de travar a dependência europeia face a gigantes como a Gazprom.


Real Economy Vs Finantial Markets?


Para quem não é economista, pode parecer estranho que a economia mundial cresça a uma taxa próxima dos 5%, a maior de sempre, e as bolsas mundiais tenham descidas sucessivas provocadas apenas por uma crise financeira, e não pela chamada "real economy". Pode parecer estranho que a zona euro apresente um crescimento à volta dos 3%, como não se via desde o ano 2000, e as bolsas europeias tenham quedas semelhantes às bolsas americanas. E, sobretudo, após a descida da taxa de juro pela Federal Reserve americana e pelos indícios de elevado crescimento económico no segundo trimestre nos EUA, as bolsas americanas continuam a cair. Nos mercados financeiros há ciclos, e, mais importante, fases de correcção. E como é um mercado que tem uma componente de especulação, transporta sempre uma reacção emotiva nas suas variações. E esta reacção assustada dos investidores foi antecedida por um período de muito optimismo, de muita liquidez, de baixo custo do dinheiro, que proporcionou às empresas uma boa saúde financeira. Em dificuldades, e não era de esperar o contrário, estão os mais desprotegidos que tinham empréstimos e hipotecas (no imobiliário) e sofreram os efeitos do crescimento progressivo das taxas de juro. Tal como os bancos, que actuam nos limites das reservas que dispõem e têm elevados Debt-to-Equity ratios, e por isso podem ter problemas de liquidez.

De qualquer forma, esta fase é uma correcção depois de um período altamente especulativo e optimista. E a real economy está aí, sólida como nunca.


Little Treasures in iPod


Arrogância inglesa no caso McCann justifica-se?

Se há situação em que a Polícia Judiciária não se pode colocar, é a de reagir e justificar-se perante os tablóides ingleses. E não o tem feito. As investigações não podem ser feitas ao sabor das conveniências e das recomendações desses tablóides que apenas e só querem vender mais exemplares. E infelizmente acabam por ter muita influência no Reino Unido. Se há erros e omissões na investigação, dificilmente isso poderá ser descoberto pela imprensa. Talvez a crítica da CNN em relação aos interrogatórios, por não terem entrevistado Kate e Gerry McCann em separado, faça algum sentido. Mas as críticas sobre aspectos técnicos são sempre infundadas quando feitas por quem não sabe, os jornalistas. E ainda mais quando há algum suporte da polícia britânica que forneceu detectives, cães e possibilidade de análise em laboratórios.
Se no Reino Unido pensam que o mediatismo ajuda no desenrolar das investigações, eu penso que não. Sobretudo quando a imprensa light inglesa é parcialíssima, tem complexos de superioridade face a Portugal e emite juízos de opinião a toda a hora. Só espero que agora tenham precauções e não se ponham a acusar frontalmente Kate e Gerry, apesar de serem arguidos, mas sem provas que justifiquem eventualmente uma prisão preventiva.
De qualquer forma, o mediatismo levou este caso a uma confusão generalizada. Mas tenho a sensação que a PJ sabe muito e não quer dar informações, e acredito que a cooperação entre as polícias portuguesa e britânica é maior do que se pensa.
Sobre o caso em si, nem vale a pena escrever uma linha.


sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Coragem acima de tudo

Jewish woman in Morocco poll fray


A Moroccan political party has selected a woman from the Jewish faith to head its national women's list for the parliamentary elections, in a first for this overwhelmingly Sunni Muslim North African country.

Maguy Kakon, a real-estate consultant, was born in Casablanca to Moroccan Jewish parents. She is married with four children.

Kakon is not the first Jewish Moroccan to enter politics, though. Men from her community have served in parliament before.

In 1956, when Morocco attained independence, Jews had three members in parliament and another of their number in the government: Leon Benzeknin, the minister of post office and health.

In the 1980s, Serge Birdigho served as the tourism minister. Currently another Jewish Moroccan, Andre Azoulay, is a senior adviser to King Mohammed VI.

Importance of Judaism

Kakon said she decided to run for the election because of the excellent relations she has with fellow Moroccans and her desire to serve them in parliament.

"I joined The Social Centre Party only two years ago, but I have to say that at the age of 54, my experience and maturity qualify me to be involved in politics. I have been active in civil society, but this time I have decided to invest in politics."

Lahsen Madih, secretay-general of the Social Centre Party, said the Moroccan constitution grants Kakon the right to contest in an election as a Moroccan citizen as long as she abides by the laws of the kingdom.

The choice of Kakon reflects the importance of Judaism as an important constituent of the Moroccan identity, Madih said.

Continuing role

Despite their current small numbers, Jews continue to play a role in Morocco's intellectual and economic life, and Jewish schools and synagogues receive government subsidies.

Before the founding of Israel in 1948, there were about 300,000 Jews in Morocco.

The Six-Day War in 1967 led to increased Arab-Jewish tensions worldwide, including Morocco.

By 1971, the Jewish population was down to 35,000; however, this time around most went to Europe and North America rather than Israel.

At present fewer than 7,000 Jews are believed to remain, mostly divided between Rabat and Casablanca.

Moroccan first

Asked whether it would be difficult for her to win a seat in an overwhelmingly Muslim country, Kakon said: "First of all I am a Moroccan citizen. Yes I am a Jew and very well-known as a Jewish woman.

Kakon says it is not easy for a woman to
contest an election in Morocco

"But I have never had problems because of my religion. I was involved in many associations, including Islamic associations, and my religion was never a source of any kinds of problems.

"I do admit that it is not easy for me to run for elections.

"Not because I am Jewish but because I am a woman. Moroccan women, however, are present in all walks of life and I think I should give it a try."

Asked why she joined a small political party with an apparently slim chance of success, Kakon said that she was not interested in the major parties.

She said the Social Centre Party is young and independent and thus an ideal vehicle for someone interested in public service.

New voice

Kakon said: "I have chosen Social Centre Party because I consider it the new political voice in Moroccan politics. I am relying on people to vote for me.

"People give their votes to candidates whom they trust and I enjoy the confidence of the people."

She said her campaign will focus on the youth, whom she described as the nation's fortune, and vowed to take her campaign to multiple cities to familiarise the public with her party's political programme.

"My priority will be teenagers because 70 per cent of the Moroccan people are under age of 20," Kakon said.

"We have to be very vigilant for our youth. Youth is our wealth and power."


Fonte: Al Jazeera


domingo, 2 de setembro de 2007

Lisboa

José Miguel Júdice vai ter muito trabalho na gestão da frente ribeirinha de Lisboa. Toda esta zona transmite uma sensação de abandono e esquecimento que mergulham Lisboa numa cidade ultrapassada. Muitas das responsabilidades serão certamente da administração do porto de Lisboa, mas, neste caso específico, a Câmara tem de bater o pé antes que seja tarde. Desde cafés e esplanadas mal geridos, armazéns antigos, fábricas abandonadas, maus restaurantes, uma pobre marina (se se pode chamar isso), e restantes edifícios degradados, esta frente necessita rapidamente de uma remodelação. Urgente!

São muitos exemplos de uma cidade que parece que já foi.


Factos

Slowest growing cities
Average annual growth, 2005-10, %


1 - Dongguan, China -2,75
2 - Datong, China -0,92
3 - Riga, Latvia - 0,87
4 - Tbilisi, Geórgia -0,87
5 - Chelyabinsk, Russia -0,85
6 - Ekaterninburg, Russia -0,85
7 - Nizhni Novgorod, Russia -0,85
8 - Novosibirsk, Russia -0,85
9 - Omsk, Russia -0,85
10- Perm, Russia -0,85
11- Samara, Russia -0,85
12- Saratov, Russia -0,85
13-Ufa, Russia -0,85
14- Voronezh, Russia -0,85
15- Dnepropetrovsk, Ukraine -0,64
16- Donetsk, Ukraine -0,64
17- Kharkov, Ukraine -0,64
18- Odessa, Ukraine -0,64
19- Zaporozhye, Ukraine -0,64
20- Taipei, Taiwan -0,61


Nestes dados, o mais curioso é o fenómeno das migrações internas na Rússia e na China.


Factos

Fertility Rates 2000-05
Highest average number of children per woman

1 - Niger 7,91
2 - Afghanistan 7,48
3 - Guinea-Bissau 7,10
4 - Uganda 7,10
5 - Mali 6,92
6 - Burundi 6,80
7 - Liberia 6,80
8 - Angola 6,75
9 - Congo 6,70
10-Burkina Faso 6,67


Factos

Most male populations:
Number of males per 100 females


1 - United Arab Emirates 214
2 - Qatar 206
3 - Kuwait 150
4 - Bahrain 132
5 - Oman 128
6 - Saudi Arabia 117
7 - Greenland 113
8 - Jordan 108
9 - Afghanistan 107
Andorra 107
Brunei 107
Faroe Islands 107
Libya 107


Curioso. Nove países muçulmanos no top ten.