sábado, 8 de setembro de 2007

Real Economy Vs Finantial Markets?


Para quem não é economista, pode parecer estranho que a economia mundial cresça a uma taxa próxima dos 5%, a maior de sempre, e as bolsas mundiais tenham descidas sucessivas provocadas apenas por uma crise financeira, e não pela chamada "real economy". Pode parecer estranho que a zona euro apresente um crescimento à volta dos 3%, como não se via desde o ano 2000, e as bolsas europeias tenham quedas semelhantes às bolsas americanas. E, sobretudo, após a descida da taxa de juro pela Federal Reserve americana e pelos indícios de elevado crescimento económico no segundo trimestre nos EUA, as bolsas americanas continuam a cair. Nos mercados financeiros há ciclos, e, mais importante, fases de correcção. E como é um mercado que tem uma componente de especulação, transporta sempre uma reacção emotiva nas suas variações. E esta reacção assustada dos investidores foi antecedida por um período de muito optimismo, de muita liquidez, de baixo custo do dinheiro, que proporcionou às empresas uma boa saúde financeira. Em dificuldades, e não era de esperar o contrário, estão os mais desprotegidos que tinham empréstimos e hipotecas (no imobiliário) e sofreram os efeitos do crescimento progressivo das taxas de juro. Tal como os bancos, que actuam nos limites das reservas que dispõem e têm elevados Debt-to-Equity ratios, e por isso podem ter problemas de liquidez.

De qualquer forma, esta fase é uma correcção depois de um período altamente especulativo e optimista. E a real economy está aí, sólida como nunca.