sábado, 8 de setembro de 2007

Arrogância inglesa no caso McCann justifica-se?

Se há situação em que a Polícia Judiciária não se pode colocar, é a de reagir e justificar-se perante os tablóides ingleses. E não o tem feito. As investigações não podem ser feitas ao sabor das conveniências e das recomendações desses tablóides que apenas e só querem vender mais exemplares. E infelizmente acabam por ter muita influência no Reino Unido. Se há erros e omissões na investigação, dificilmente isso poderá ser descoberto pela imprensa. Talvez a crítica da CNN em relação aos interrogatórios, por não terem entrevistado Kate e Gerry McCann em separado, faça algum sentido. Mas as críticas sobre aspectos técnicos são sempre infundadas quando feitas por quem não sabe, os jornalistas. E ainda mais quando há algum suporte da polícia britânica que forneceu detectives, cães e possibilidade de análise em laboratórios.
Se no Reino Unido pensam que o mediatismo ajuda no desenrolar das investigações, eu penso que não. Sobretudo quando a imprensa light inglesa é parcialíssima, tem complexos de superioridade face a Portugal e emite juízos de opinião a toda a hora. Só espero que agora tenham precauções e não se ponham a acusar frontalmente Kate e Gerry, apesar de serem arguidos, mas sem provas que justifiquem eventualmente uma prisão preventiva.
De qualquer forma, o mediatismo levou este caso a uma confusão generalizada. Mas tenho a sensação que a PJ sabe muito e não quer dar informações, e acredito que a cooperação entre as polícias portuguesa e britânica é maior do que se pensa.
Sobre o caso em si, nem vale a pena escrever uma linha.