sábado, 22 de setembro de 2007

O melhor do capitalismo francês

A fusão de dois gigantes mundiais da indústria automóvel, Renault e Nissan, foi o 1ºpasso. Aproveitando as sinergias que resultaram desta fusão, estas duas marcas têm trilhado caminhos interessantes em termos de estratégia global. Recentemente, a parceria Renault-Nissan anunciou a conclusão de um negócio para a construção de automóveis low-cost em Marrocos. Tendo em conta que a Renault é uma empresa que aposta essencialmente em carros de gama baixa e média, o que a leva a funcionar com reduzidas margens de operação, mais tarde ou mais cedo teria de, por um lado, estabelecer uma parceria e retirar proveitos de uma união com uma empresa japonesa (especialistas em produzir barato com qualidade) e, por outro, encarar a possibilidade de um dia competir com marcas chinesas e por isso ser obrigada a reduzir custos de fabrico. É talvez difícil imaginar que automóveis chineses vão competir com os franceses, mas daqui a 20 anos é bem possível um cenário desses. Também não se considerou sequer a hipótese há 30 anos que a Toyota viria a destronar os gigantes GM e Ford em vendas.

O grupo PSA (Peugeot e Citroen) estabeleceu um plano de recuperação que coloca um ênfase especial em mercados emergentes como a China. Não há outra hipótese senão apostar na China, um mercado com 1300 milhões de pessoas. E, sobretudo, para marcas que operam com margens reduzidas e por isso precisam de vender em quantidade, este é o mercado do futuro.

A Wendel, empresa que há cerca de 30 anos estava no seu apogeu como fabricante de aço, passou nos anos seguintes pelas dificuldades de que passou a indústria pesada francesa, no caso específico das siderurgias. Neste momento, a Wendel reinventou-se e constituiu-se como o segundo maior grupo de investimento europeu. Os activos líquidos da empresa cresceram em média 31% nos últimos 5 anos. Os lucros aumentaram 23% na 1ªmetade de 2007. A empresa tem optado por uma estratégia de crescimento semelhante às private equities em que utiliza capitais próprios em vez de pedir emprestado.