quinta-feira, 27 de setembro de 2007

PS, PSD e os homenzinhos por detrás


Uma das características únicas dos partidos do poder (PS e PSD) são as personagens que aparecem por detrás dos líderes. Aqueles que muito gostam de aparecer nas câmaras, que anseiam pelo seu screenshot, que têm o sorrisinho e a pose preparada, mas não por acaso, pois podem vir a obter características de poder especialmente perigosas. Passo a explicar. Dentro da actual lógica dos partidos (que conheço bem), os líderes precisam desesperadamente desta gente para mandar no partido. Esta gente domina as plataformas de ascensão, ou seja, as secções, as distritais, as concelhias, e através delas cobram os seus "favores". Em algumas regiões e estruturas, estes núcleos de homenzinhos são feudos autênticos. Sinceramente, não acredito numa situação de como há 20 anos em que Cavaco Silva, vindo de "fora" do PSD, ganhou a liderança do partido.

Dificilmente a situação mudará. A JS e a JSD são autênticas escolas de carreirismo político, ao ponto de grande parte dos jovens activistas demorarem muitos anos a acabar os seus cursos, apenas para colarem cartazes, organizarem festas e procurarem apoios para mais altos voos (voos que os podem levar a deputados europeus...). Acho que esta geração de ilustrados merece ser estudada, tal é a profundidade da linguagem e dos modos que utilizam nas suas actividades.

O problema é quando estes ocupam cargos de poder. E há muitos cargos a distribuir. Por exemplo, quem trata do marketing (formalmente, estratégia de comunicação) do engenheiro Sócrates? É sobretudo quem tem experiência em afastar adversários, intimidar, recolher e comprar apoios, dar avisos e "recados", no fundo, gerir uma imagem sem olhar a meios. E estas atitudes efectivam-se em telefonemas a jornalistas, repreensões a magistrados, despedimentos de funcionários públicos desalinhados, e todo o tipo de extras possíveis e imaginários, como foi o caso da contratação de jovens para servirem de audiência ao programa Novas Oportunidades. Tudo isto com dinheiros públicos. É de sublinhar ainda os casos de boys que são colocados em cargos altos com critérios puramente partidários, como é o caso da CGD, e que podem usar indevidamente o poder que dispõem.


1 Comentários:

Às 5 de outubro de 2007 às 03:55 , Anonymous Anónimo disse...

Fortíssimo!

 

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