quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

MARCAS NACIONAIS


Portugal nos últimos anos assistiu de forma passiva ao desaparecimento de inúmeras marcas nacionais, algumas eram únicas, ou seja, eram a única empresa portuguesa a fabricar/fornecer esse produto, tais como:

MOLIN - Material de escrita e desenho

MABOR GENERAL - Pneus

UMM - Veículos automóveis (Jipes)

PORTARO - Veículos automóveis (Jipes)

SOREFAME - Concepção e fabrico de comboios

CASAL - Motos

Por outro lado foram atribuídos subsídios a inúmeras empresas estrangeiras que, ao fim de poucos anos, fecharam (indo para outros países).

Quando uma empresa deste tipo desaparece não são apenas os postos de trabalho que se perdem: são técnicas e conhecimentos acumulados e aperfeiçoados ao longo dos anos que se perdem (know-how); outro aspecto importante reside na perda de elementos que de certa forma servem de identificação do país.

Sou da opinião que este assunto deveria ser alvo de uma maior atenção por parte do governo, nomeadamente nos casos em que a marca nacional na iminência de desaparecer fosse a única (em Portugal) a fabricar esses produtos. Nestas situações o estado deveria intervir, de modo a evitar o seu desaparecimento, invocando o interesse nacional.


4 Comentários:

Às 13 de dezembro de 2007 às 14:13 , Blogger Unknown disse...

Nunca esperei ver defender tanto protecionismo num blog chamado "vantagem comparativa"! :-)

 
Às 14 de dezembro de 2007 às 00:06 , Blogger edelweiss disse...

que saudades das canetas de feltro Molin...

 
Às 15 de dezembro de 2007 às 16:47 , Blogger Gonçalo Pereira disse...

Para responder ao comentário relacionado com o suposto proteccionismo da protecção de determinadas indústrias,evoco o papel que considero que o Estado deve ter na correcção de externalidades e desequilíbrios cujo mercado não consegue resolver. É aí que o Estado deve actuar. A subjectividade de considerar uma empresa como "tradicional", ou como tendo externalidades positivas, é elevada. Comparando, não deixa de ser elevada também a subjectividade dos apoios dados a alguns museus que dependem do Estado. E no entanto não há correntes liberais que discutam estes subsídios. A questão essencial, mais do que o proteccionismo, é se estas empresas precisariam de subsídios ou era mesmo uma questão de falta de qualidade. Não faltam para aí empresas portuguesas tradicionais que exportam os seus produtos maciçamente e têm sucesso, sem apoios. A protecção de algumas culturas/plantações/empresas verifica-se no sector primário, o agrícola. A subjectividade de proteger alguns produtos/empresas tradicionais no sector secundário não permite analisar com rigor uma política deste género.

 
Às 21 de dezembro de 2007 às 15:14 , Anonymous Anónimo disse...

Desde já digo que não me considero um proteccionista do ponto de vista económico. Entendo, contudo, que nalgumas situações particulares, e quando se trata sobretudo de indústrias/marcas Nacionais, o Estado deve ter um papel interventivo no sentido de procurar alternativas ao encerramento das unidades operativas e desaproveitamento do know-how acumulado ao longo dos anos.

Para mim, o mais grave e preocupante é que vejo é um certo estigma reinante em Portugal contra os produtos Nacionais. Parece que "o que é estrangeiro é que é bom...". Isso tanto se aplica a produtos como a serviços. Se nalguns casos tal pode ser razão, noutros tal não corresponde à realidade.

Cumprimentos.

Ricardo

 

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