domingo, 6 de janeiro de 2008

Balanço 2007

Neste balanço de 2007, pretendo dar a conhecer aquilo que se passou de bom e de mau no nosso país e no mundo. Não se trata necessariamente de enunciar o que foi mais importante. Trata-se sim de dar a minha opinião acerca do que eu achei relevante afirmar, como positivo ou negativo, seja importante para outros ou não.


O melhor de 2007:

- O maior crescimento económico de sempre na história mundial (4,8%). A confirmação de que China e Índia vão dar cartas no séc. XXI e, a manter-se este crescimento da China, a meio do século XXI destronará os EUA como principal potência económica, no total do PIB. A melhoria de condições de vida para um número significante de pessoas nestes dois países, cujos níveis de pobreza diminuíram.

- Tendência geral para maior liberalismo económico em quase todos os pontos do globo. Menor proteccionismo nas trocas de produtos industriais e na circulação de capitais. Promessas adiadas para uma maior liberalização nas trocas de bens agrícolas.

- As políticas da Comissão Europeia para legislar um limite à redução das emissões de CO2 por parte dos automóveis que circulam no espaço europeu, prevendo a instauração de multas pesadas para as construtoras que não cumprem os limites. Nestes casos, a burocracia é a única solução.

- A eleição de Sarkozy na França como factor de estabilidade nas relações transatlânticas, na NATO, e no papel da França como potência mediadora mundial. Sarkozy representa igualmente um trunfo sobre as ideias ultrapassadas do socialismo francês.

- O aparente bom trabalho do Comandante das Forças Norte-Americanas nos EUA, David Petraeus, no Iraque. Para já, a colaboração do exército americano com os sunitas no combate à Al-Qaeda nas cidades que representam o "triângulo sunita", Baghdad, Ramadi e Tikrit, tem sido amplamente bem sucedida. Contudo, com estes grupos armados tribais, não há alianças, há negócios momentâneos. O Governo xiita ainda tem um longo caminho pela frente na pacificação e união de um país que não deveria existir. O teste de fogo será a divisão das receitas do petróleo pelos sunitas, xiitas e curdos.

- A boa actuação de Cavaco Silva. Atento e moderador. Não permite grandes veleidades ao governo. Veta sempre que é necessário, sem reservas. Tudo indica que a obsessão do governo com o aeroporto da OTA tem oposição firme do PR, que o tem manifestado silenciosamente.

- A entrada em vigor da lei das finanças locais, que certamente contribuirá para controlar os excessos dos gastos de autarcas populistas, vigorosos e despreocupados com o futuro dos seus filhos. Um deles, veja-se, é líder do PSD.

- A excelente contribuição da Associação Comercial do Porto e da Confederação da Indústria Portuguesa na elaboração dos estudos sobre as modalidades "Portela+1" e Alcochete, respectivamente. Isto é boa oposição ao governo.

- Quando uma instituição pública funciona, os portugueses desconfiam e não gostam. É o caso da ASAE.

- O licenciamento do 1º medicamento português por parte da Bial. Um longo processo que, caso o registo seja bem sucedido, terminará com a comercialização do remédio nos EUA e Canadá. A extensa fase de investigação e desenvolvimento contou sempre com financiamento de investidores que acreditaram na empresa portuguesa. Quando há qualidade e competência, o trabalho é recompensado.

- A separação da PTM da PT. Tendencialmente, a passos lentos contudo, a livre concorrência é implementada em mercados essenciais em Portugal, como é o caso das telecomunicações.

- As sucessivas descobertas de petróleo no Brasil na reserva de Tupi, que permitiram à Galp triplicar o valor das suas acções desde a entrada na bolsa de valores. Este caso não passa despercebido lá fora.

- O aparecimento de vários jornais diários gratuitos. Tudo o que leve a maior leitura, é de saudar. Noutra perspectiva, coloca pressão sobre os jornais pagos para se distanciarem da concorrência e terem mais "add-ins".

- O novo MBA conjunto da Universidade Nova e da Universidade Católica, "patrocinado" pelo MIT.

- A descoberta do PlumpyNut, um alimento de ingestão rápida e conserva simples que está a contribuir para a resolução do problema da fome em África e, com isso, a evitar a propagação de doenças causadas por subnutrição. Faz mais que 40 organizações humanitárias juntas.

- A enorme prestação desportiva de Vanessa Fernandes e Cristiano Ronaldo. O sucesso internacional de Mariza.

- A chegada da TimeOut a Lisboa. Os lisboetas agradecem, tal é a utilidade e o interesse da publicação.

- Lisboa está em 2ºlugar no top de destinos "hip" mundiais a visitar em 2008, segundo o NY Times.

- Estou aberto a novas sugestões, num ano de escassas boas notícias.

(em actualização)