domingo, 4 de novembro de 2007

União Europeia e a dificuldade em captar cérebros

De imigrantes, a UE não sente falta. A UE precisa sim urgentemente de imigração altamente qualificada, a chamada high skilled immigration. Na Austrália 10% da população empregada é composta por estrangeiros altamente qualificados, no Canadá mais de 7% e nos EUA mais de 3%. A UE resume-se a uns pálidos 1,7%, ou seja, 70.000 estrangeiros qualificados. O que será necessário então para convencer engenheiros, informáticos, cientistas e demais técnicos a trabalharem na Europa? Na Alemanha, existe uma clausula na lei que favorece imigração de técnicos indianos qualificados. A Comissão Europeia lançou um "cartão azul" que permite aos imigrantes (e famílias), que tenham ofertas de emprego asseguradas, entrar mais facilmente na EU. Numa fase posterior, esse imigrante já instalado poderá mudar de emprego, entrar e sair da UE, passado algum tempo, mover-se livremente entre países. O objectivo final do cartão azul é tornar a Europa mais competitiva e aliciante na captação de cérebros estrangeiros.

Resta saber se as medidas burocráticas são suficientes. Parece-me que, enquanto as economias europeias não se mostrarem pujantes, dificilmente se tornarão ainda mais apelativas para técnicos especializados. E, aqui, factores culturais também contam. Neste aspecto, os países de língua inglesa (Austrália, EUA e Canadá) oferecem aos imigrantes outras vantagens de integração, para além do salário alto.

Fonte: The Economist