sábado, 10 de novembro de 2007

Portugal na NATO

Classifico com uma péssima decisão se os indícios de que o ministro da defesa Nuno Severiano Teixeira prepara-se para retirar as tropas portuguesas do Afeganistão se confirmarem. A importância desta missão é vital e nunca se previu que seria fácil. A renitência constante de alguns países europeus em aumentar, ou mesmo manter, as suas tropas é enorme. A maioria da opinião pública pode pensar que o Ocidente não pode fazer nada no Afeganistão, que têm de ser os próprios afegãos a fazer alguma coisa pelo país, que no período em que a NATO lá operar não há incentivos para desenvolver as forças armadas e policiais locais, que enquanto se mantiverem estes níveis de corrupção, não há hipótese de combater uma forma de governo islamofascista e purificada que os talibans promovem que, apesar de muito repressiva, traz alguma ordem aos afegãos. Todas estas razões são em parte verdadeiras. Mas, nunca se resolveu algum conflito deixando de lutar. Uma retirada da NATO, mais do que as consequências para o Afeganistão, daria um sinal aos terroristas na Somália, Arábia Saudita ou Indonésia, que afinal vale a pena combater contra o Ocidente. Que esse combate, pouco a pouco, traz resultados. Principalmente, quando uma luta global (jihad) é composta por um conjunto de conflitos regionais. Qualquer sucesso dos terroristas nesses pequenos conflitos potencia a jihad global.

A retirada das forças portuguesas é uma pequena vitória para os Talibans. E, em Portugal, o prolongamento da presença das tropas não é discutido sequer.

Vale a pena destacar as intervenções de Miguel Monjardino, que tem perfeita noção do papel que Portugal pode desempenhar na NATO.