sábado, 17 de novembro de 2007

Entretenimento e a juventude - os jogos

A multitude de informação e entretenimento de que os jovens actualmente dispõem tem efeitos nocivos, que se relacionam directamente quando determinados crimes acontecem. Pretendo, com este texto, dar a entender o que influencia os mais novos (a geração dos 12 aos 28), nas suas diversas vertentes, desde os mass media, a internet, aos jogos. Com isto, não pretendo catalogar entretenimento como bom ou mau. Apenas, como fazendo parte desta geração mais nova, sinto-me na obrigação e no privilégio de explicar as novas tendências que, lentamente, provocam alterações graduais no comportamento dos jovens. Para uma abordagem clara, decidi escolher 1 editora, Rockstar, e 3 jogos representativos desta geração, GTA, Manhunt e Bully.



Nos jogos, a editora Rockstar Games tem-se envolvido em sucessivas polémicas por causa do teor violento dos seus jogos. Deles destacam-se a série Grand Theft Auto, o Manhunt e o novo Bully. O GTA pretende recriar uma sociedade semi-marcial de uma cidade de subúrbio dos EUA. O objectivo é trabalhar para as máfias locais, recorrendo a todos os elementos disponíveis (carros, todo o tipo de armas), para cumprir as diversas missões sem ser apanhados pela polícia ou mortos pelos diversos gangs da cidade. As variantes ilegais do jogo, que se encontram na internet, alargam o leque de opções de uma vida quotidiana, como por exemplo, relações sexuais, e muitas outras actividades.



O Manhunt, jogo imensamente polémico por causa da extrema violência, foi banido de vários países. Mas isso dificilmente impede o acesso, por outras vias, dos mais novos ao jogo. A violência do jogo é chocante pelo detalhe e o tipo de armas utilizadas. A ténue separação entre a realidade e a ficção virtual pode afectar seriamente quem tem contacto prolongado com este tipo de jogos, e não dispõe do outro lado saudável da sociedade, os pilares essenciais constituídos pela família, escola e amigos. Para muitos jovens, a vida passa muito pela realidade virtual. E o transporte da ficção para a realidade é cada vez mais comum, como se vê em determinadas experiências mal sucedidas. Essa linha ténue é confusa. E nem todos os jovens têm o ambiente em casa para delimitar claramente essa confusão.


O Bully é um jogo que pretende recriar um ambiente típico de uma escola americana com as brigas entre alunos, as repressões dos professores, os namoros, os castigos. Enfim, tudo o que pode acontecer numa escola. Este tipo de jogos, que alia o entretenimento a uma vontade de espelhar a realidade, tipo Big Brother, é uma tendência nova. Sims foi o primeiro jogo que abordou um estilo de imitação do real, em que o jogador controlava um ser humano contando com isso com inúmeras possibilidades encontradas na vida quotidiana. Um envolvimento excessivo dos jovens nestes jogos não é certamente positivo. Porque estes são sempre influenciáveis, e as fontes de entretenimento não são propriamente inocentes. Aqui, a confusão entre o virtual e o real também pode levar a alterações de comportamento, que se reflectem na sociedade.