sábado, 10 de novembro de 2007

Ofensiva de charme


A visita de Sarkozy aos EUA, lançando as bases para uma melhor relação entre a França e os EUA, foi superior, enorme. Nunca, em algum período da história das duas nações, se revelaram tão coordenados os seus interesses. Quanto ao estilo, ambos os governos são liberais na economia e têm uma política externa desfavorável às ditaduras e ao extremismo islâmico (em particular face ao Irão). Em termos de política externa, os problemas dos EUA não diferem dos problemas da França (e da UE). Nomeadamente, a ameaça do extremismo islâmico, as interferências arbitrárias da política externa russa, o crescimento económico da China e, por último, os abusos aos direitos humanos mais básicos praticados em algumas ditaduras, principalmente em África. Todos estes combates são comuns à UE e aos EUA.


Sarkozy deu um autêntico show no congresso norte-americano. Deu aos americanos aquele alento de poderem voltar a contar com uma França que, numas circunstâncias, admiram, noutras, odeiam. Por um lado, está presente nos americanos uma utopia do élan da França como país dos bons costumes, do elitismo europeu, do supra sumo da moda e do "bem comer", e de figuras que noutros tempos encantaram os EUA, como Brigitte Bardot e Édith Piaf. E a elite americana, com esta operação de charme, sentiu-se amada por quem eles tanto admiram. Enquanto Sarkozy tiver no poder, os ódios entre os dois países não se vão sentir. Espero sinceramente, que esta aliança renovada sirva para atacar de frente muitos dos problemas mundiais que urgem rápida confrontação e acção instantânea.