quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Zapatero e a mania de reescrever a história


O governo de Zapatero, através da nova lei de "memória histórica", segue um caminho que considero perigoso e irresponsável. Esta lei tem como objectivo honrar as vitimas da ditadura de Franco e da guerra civil que o levou ao poder. 22 anos depois da morte de Franco e 68 anos depois do final da guerra civil, o governo socialista optou por acordar os fantasmas de um país ainda muito dividido. Aliás, Zapatero parece ser perito nisso, depois de brincar às autonomias. O que o primeiro-ministro espanhol não entende, ou prefere fechar os olhos, é que a transição democrática em Espanha foi bem sucedida em grande parte devido ao "pacto de esquecimento", que assegurou aos oficiais de Franco amnistia judicial. E os efeitos desta nova lei são contrários à mensagem transmitida pelo pacto de esquecimento. Por outro lado, o Vaticano, pressionado pelos bispos espanhóis (outrora próximos do franquismo), beatificou 498 católicos que tinham sido mortos pelos republicanos antes e durante a guerra civil. A igreja católica rapidamente lembrou a parcialidade de Zapatero, que honra apenas aqueles que lhe convem.

Zapatero, mais uma vez, demonstra que prefere provocar em vez de respeitar os fundamentos da existência de Espanha.