terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Cimeira Ibero-Americana

Tenho pena que a Cimeira Ibero-Americana tenha terminado com um mero comunicado a condenar o golpe de estado nas Honduras, revelando mais uma vez a tonalidade esquerdista da cimeira que protege os amigos venezuelanos e cubanos e se esquece de todos os truques constitucionais que esses líderes (tal como o presidente deposto Manuel Zelaya o tentou fazer) fazem questão de publicitar, a bem dos "paraísos socialistas" que prometem criar. Os países participantes não condenaram o governo das Honduras quando o presidente Manuel Zelaya tentou alterar a constituição de modo a candidatar-se de novo e sem limities à presidência do país. Condenam agora, e fazem mal na minha opinião. Os EUA, com bom senso, considerou as últimas eleições após o golpe como válidas e Zelaya como um mero acidente de percurso.

Actualmente, a América Latina caracteriza-se não por assumir a liderança contra o aquecimento global ao não marcar vigorosamente a sua posição na Cimeira de Copenhaga, mas mantém-se entretida em jogos regionais (como receber o líder do Irão, o líder mais homofóbico à frente de um país, como notou Filipe Nunes Vicente) e em desafiar muito do que já construiu até agora, comprometendo o seu desenvolvimento. Tenho pena que assim seja, mas muitos dos líderes de esquerda dos países da América Latina têm de esquecer o passado e seguir em frente, porque os referenciais não são nem nunca poderiam ser Fidel Castro e Hugo Chávez.