terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Marcas históricas vendidas a preço de saldo


Nuno, não são só as antigas marcas portuguesas que são vendidas ao desbarato ou desaparecem com a venda dos seus activos a estrangeiros e a falência técnica da sua operação. Também marcas europeias com longevidade diria até secular, como a Volvo e a Saab, planeiam ser vendidas pela Ford e GM respectivamente como forma de pagar as dívidas enormes geradas ao longo de anos de excessos e competição árdua dos asiáticos. E pessoalmente sinto-me triste por ver marcas com uma história profundamente europeia como a Volvo e a Saab a serem vendidas "a leilão" a conglomerados chineses, que certamente farão bom uso do know-how obtido com estas aquisições. Em vez de Volvos, teremos Geely, Brilliance e Chery. Não me parece nada bem, mas é a competição internacional a funcionar e para evitar esse desfecho as nossas marcas (digamos europeias) têm de se unir em grandes conglomerados e enfrentar os desafios ambientais do século XXI.


2 Comentários:

Às 1 de dezembro de 2009 às 19:27 , Blogger Ricardo Nunes disse...

Um tema que tem certos pontos de contacto com o teu post é o da concentração das companhias de aviação aérea na Europa.

Depois da fusão KLM-Air France, temos a BA a unir-se à Iberia, criando dois players gigantes a nível internacional. Tratou-se de uma boa notícia, quanto a mim.

Fico um pouco mais apreensivo quando a "nossa" TAP, além de pertencer ao grupo Star Alliance, não cria as condições para se unir a outras grandes companhias europeias (ou não). Falou-se do interesse da TAAG, TAM, Varig e Gol, mas a verdade é que nada se concretizou.

Além de apresentar na esmagadora maioria dos últimos anos contas muito pouco interessantes para um possível comprador ou entidade a coligar-se, acaba por ser mais interessante, sob um ponto de vista operacional, fundir-se com uma companhia que tenha o core da sua actividade no eixo europa central/leste e ásia, de forma a haver complementaridade operacional.

 
Às 1 de dezembro de 2009 às 20:14 , Blogger Nuno Carvalho disse...

Gonçalo, tal como já referi algures, determinadas indústrias não deveriam ser tratadas meramente sob o ponto de vista da “cotação de mercado, em determinado instante”. São inúmeros os serviços prestados -valor-, que ultrapassam em muito o número de postos de trabalho, por determinadas entidades (como é o caso da Volvo e da Saab, bem como, da extinta Sorefame): contributo para a evolução (patentes/inventos) da humanidade; património histórico (protótipos, arquivos, museus, catálogos, etc.); guadiões de técnicas e procedimentos acumulados ao longo do tempo; capacidade instalada, por vezes com elevada flexibilidade; etc..
Não se pode competir com empresas que nos países de origem pagam menos impostos / recebem apois diversos (directos/indirectos), que distorcem a realidade.

Se a Europa persistir neste modelo – de forma genérica - de: vergonha daquilo que fez no passado, consumismo excessivo, desinteresse pela sua grandiosa história, populismo rasca a nível político, apoios sociais excessivos, desmilitarização crescente, educação dos mais jovens baseada em futilidades e palermices, (..............) – Está condenada a desaparecer.

 

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