sábado, 10 de outubro de 2009

Radar Europeu (I)


Boas notícias vindas da Moldávia, que tanto tem sofrido com a sua localização absolutamente periférica e com a dependência inevitável em relação aos interesses da sua vizinha Rússia (não em termos de fronteira, mas de domínio sobre a sua economia e classe dirigente). Espera-se que com a derrota dos comunistas e a eleição de um líder pró-ocidental e europeísta, possamos acreditar que estamos perante mais um território que se começa a libertar do domínio da Rússia capitalista e potência mundial de Medvedev e Putin. Assim sendo, o mapa da União Europeia cada vez mais se define na sua extensão geográfica, com uma série de interesses vitais envolvidos. É absolutamente essencial estender as mãos a países com democracias muito frágeis, como a Ucrânia e a Moldávia, que podem a médio-prazo fazer parte de uma UE alargada e nos podem trazer enormes vantagens. Considero mesmo que mais rapidamente podemos ter condições para dar acesso a países como a Ucrânia e Moldávia à UE, que no caso da Turquia. É essencial para a UE apoiar financeiramente estes países num contexto de crise económica (que os pode levar a situações de bancarrota), de estabelecer protocolos de cooperação militar, de promover o regular funcionamento democrático das instituições nesses países e de fazer lobby activo da UE junto dos cidadãos.

Toda esta envolvência da UE nas suas fronteiras a leste coloca outra questão da maior importância. Até onde vão as fronteiras geográficas e mesmo étnicas da Europa? A sugestão lançada por Obama (ou pelo menos o rumor que partiu da administração presidida pelo mesmo) de que a Rússia poderia ser convidada a aderir à Nato, não colocará em causa a funcionalidade e eficiência da organização? Não faria da Nato uma organização lenta e borucrática como são actualmente as Nações Unidas? Aproveito para lançar esta questão a debate, que considero essencial para o futuro da Europa.


1 Comentários:

Às 11 de outubro de 2009 às 17:03 , Blogger Ricardo Nunes disse...

No que diz respeito à Turquia (outro País com enorme peso geo-político naquela zona do Mundo), a mesma depara-se com vários problemas entre mãos, os quais são de resolução premente: separatismo curdo, violência política, rivalidade com Grécia, o eterno problema de Chipre e o frágil balanço entre o secularismo e o fanatismo na relação entre o Estado e o Islão.

Pelo que tenho lido, acredito que Recep Tayyip Erdogan tenha interesse genuíno de resolver estes "dossiers quentes" muito proximamente, por forma a facilitar a adesão à UE.

Adesão essa que não é tão consensual quanto isso. Pessoalmente, veria com bons olhos a pertença da Turquia à UE, mas sempre num quadro de cumprimento escrupuloso das condições impostas pela UE.

Necessitamos de ter do nosso lado um País que, de uma forma directa ou indirecta, consegue ter peso e influência nas decisões da maioria dos Governos do Próximo Oriente. É claro que sob o ponto de vista religioso e cultural haveria sempre um "choque", mas acredito que no médio/longo prazo o mesmo seria mais-do-que-compensado pelos aspectos acima referidos.

Abraço

 

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