quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Lisboa


As cidades moldam-se por pessoas com visão. Seja nos pequenos pormenores, seja nos grandes projectos. Lisboa tem o dom de ter um passado histórico, uma localização absolutamente privilegiada, um rio fabuloso, cantinhos de uma cidade que mistura modernidade com bairrismo. Tudo para ser uma grande cidade europeia. No entanto, foram cometidos erros históricos e muitas oportunidades perdidas continuam a atrasar o caminho de Lisboa como um hot spot mundial.

- Os armazéns do Chiado nasceram após uma tragédia. Uma tragédia que deu a Lisboa uma oportunidade única. A de poder construir um espaço comercial no Chiado com o selo de qualidade Harrods, por exemplo. Mas não, actualmente temos um shopping absolutamente banal, que apenas tem a FNAC como referência. Antes uma Barnes & Noble e um Starbucks. O Chiado merecia um Harrods. Claramente.

- A frente ribeirinha da cidade tem o fardo de ter o Porto de Lisboa a ocupar grande parte do espaço. Um espaço que poderia ser o espelho de Lisboa, com museus, restaurantes, esplanadas, espaços abertos, festivais, tudo o que uma cidade tem que lhe é oferecida quase de graça. Mas não, em vez disso temos contentores, barcos e gruas.

- Um pequeno projecto, rentável provavelmente, mas que denota grande visão: os quiosques tradicionais de Catarina Portas. A prova de como com pouco investimento, mas muita mestria, se fazem milagres na cidade.

- Uma oportunidade perdida: o projecto de Frank Gehry para revitalizar o Parque Mayher. Tal como Bilbao é conhecida pelo Guggenheim, Lisboa precisa de um projecto de dimensão mundial para lhe dar uma visibilidade especial, para além da que a história lhe dá.