sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Descrença num país


A minha descrença em Portugal tem vários motivos. Perdoem-me o pessimismo, mas o optimismo de alguns governantes apenas serve para escamutear o que se passa de errado no país. Não acredito num futuro promissor de um país onde:

1) Elementos da Presidência da República suspeitam que estão sob escuta;
2) Existem pressões objectivas sob orgãos de comunicação social para seguirem uma determinada linha editorial;
3) A esquerda marxista e trotskista aproxima-se dos 20% dos votos. A este nível, só na Moldávia;
4) Fortes indícios apontam para a possibilidade de corrupção activa ao mais alto nível executivo, envolvendo a construção do centro comercial Freeport;
5) O Director de um importante órgão de comunicação social suspeita que houve fuga de informação envolvendo o seu jornal, e que a fuga se deve a acções do SIS;
6) Negócios entre empresas privadas sejam, ao mais alto nível, condicionados pelo Governo;
7) Se prometa tudo, mesmo o que não se pode cumprir;
8) Se endivide o país através de mais desiquilíbrio da balança externa, com consequências gravíssimas para as próximas gerações;
9) Se desculpe o endividamento do Estado (dívida pública) com a necessidade de mais investimento público;
10) Keynes volte a ser a referência máxima de um modelo económico a adoptar para o país;
11) Não haja o respeito e autoridade que já houve na sociedade portuguesa, sobretudo nas principais instituições do país;
12) Sócrates, após 4 anos de governo medíocre e prepotente, esteja à frente nas sondagens;
13) As sondagens costumam, com grande frequência, beneficiar sempre os mesmos partidos;
14) As listas de deputados do maior partido da oposição contenham candidatos alvo de processos-crime em curso;
15) Os imigrantes que há poucos anos escolhiam o nosso país para viver estejam a voltar para os países de destino ou, simplesmente, a escolher outros países de acolhimento;
16) Os principais casos de justiça iniciados nos últimos anos estejam por resolver ou mal resolvidos;
17) O desemprego se mantenha a níveis históricos, com possibilidade de chegar aos 10%;
18) Portugal esteja há 10 anos com crescimento económico estagnado;
19) Os principais sindicatos em Portugal partilhem os mesmos ideais que o PCP e o BE;
20) Não haja acordo quanto a um modelo de avaliação de professores, que logicamente, terão de ser avaliados pelo seu desempenho.

Teria muitas mais razões para criticar o estado da nação e dos políticos. O maior indicador de descrença é a enorme quantidade de jovens qualificados da minha idade (20-30 anos) que emigram. Resta-me apelar para que não se vote em Sócrates. É o melhor que se pode fazer no dia 27 de Setembro. Depois, redefinam-se prioridades.