sábado, 21 de novembro de 2009

Quando a máscara cai...


Sempre considerei Teixeira dos Santos um Ministro bastante competente e sério, possivelmente dos melhores elementos do último executivo. Pois agora, em poucos dias, conseguiu perder todo esse capital de confiança e credibilidade acumulados, senão vejamos.


O Governo acaba de apresentar o segundo orçamento rectificativo este ano (apesar de Teixeira dos Santos preferir atribuir-lhe outra designação - "redistributivo"), dando a entender que foi o último agente económico a aperceber-se que há muito as premissas que constituiam a base do anterior Orçamento de Estado já não se verificavam. Seria uma situação completamente patética se não houvesse motivo para pensar que houve um claro esconder da realidade até às eleições legislativas para agora, a posteriori, descobrir o véu. Grave demais.


E o caso ainda piora de figura quando desde o Verão havia sinais de que a dívida pública estaria no limite superior do autorizado pelo orçamento aprovado, ainda que fontes do IGCP (Instituto de Gestão do Crédito Público) tivessem vindo a público dizer que "se tratava apenas da normal gestão da carteira de dívida". Acresce a este facto que as receitas fiscais desde o início do ano que tinham vindo a sofrer quebras de 13% face a 2008.


Devemos reflectir todos acerca do facto de, quando se chegar ao final de 2009, o nosso País estar a dever mais €15 mil milhões do que no início de Janeiro, o que se traduz num rácio dívida pública/PIB de cerca de 75% (bem acima dos 60% impostos pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento).



P.S: Parece que Vitor Constâncio já terá descoberto a "cura para todos os males", ao ter afirmado ontem que é necessário aumentar a captação de receitas. Portanto, ficámos todos a saber que o Governador do Banco de Portugal defende, na prática, um aumento dos impostos. Há que rir, para não chorar...


1 Comentários:

Às 23 de novembro de 2009 às 11:12 , Blogger Nuno Carvalho disse...

Sempre tive uma péssima “impressão” de Teixeira dos Santos na função de Ministro das Finanças. Aliás as razões pelas quais saiu o seu antecessor são no mínimo curiosas.
Perante o endividamento em que o País se encontra, sou da opinião que este governo devia ser impedido de continuar a “governação” do País. Enquanto se continuar a valorizar a subserviência, o deixa andar, a aparência em vez da essência, as gerações futuras que paguem, (................), o futuro será cada vez mais decadente.

 

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