domingo, 18 de janeiro de 2009

Caso Freeport

Por esclarecer continua o suposto envolvimento do actual primeiro-ministro no caso Freeport.

Uma conversa entre um administrador inglês da sociedade proprietária do espaço comercial do Freeport, em Alcochete, e um sócio da consultora Smith & Pedro denuncia o pagamento de "luvas" a um ministro português do Governo de António Guterres, noticia hoje o semanário "Sol".

A investigação em curso no Reino Unido ao "caso Freeport" inclui, desde 2007, um DVD com uma gravação vídeo entre um administrador do espaço “oulet” e um empresário inglês, Charles Smith, em que é assumido o pagamento de "luvas" a políticos portugueses para que fosse viabilizada a construção do espaço comercial de Alcochete, avança o semanário.

Na conversa, Smith implica de forma explícita um ex-ministro do governo de António Guterres – que, conforme o semanário já tinha avançado na edição da passada edição – encabeça uma lista de 15 suspeitos visados pela investigação inglesa.

O Freeport, construído numa Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo, foi viabilizado num dos últimos Conselhos de Ministros do Governo de António Guterres, durante o mês de Março de 2002. Nessa altura, de acordo com as autoridades inglesas, saíram da sede da empresa em Londres grandes quantias de dinheiro que foram transferidas para Portugal através de “off-shores” na Suíça e Gibraltar, alegadamente para o pagamento de “luvas”.

O processo relativo ao espaço comercial do Freeport de Alcochete está relacionado com suspeitas de corrupção na alteração à Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo (ZPET) decidida três dias antes das eleições legislativas de 2002, através de um decreto-lei, e que terá sido mudada para possibilitar a construção da infra-estrutura que já tinha sido anteriormente chumbada por colidir com os interesses ambientais acordados entre Portugal e a União Europeia.

Estranha-me que esta notícia apenas seja explorada pelo jornal Público e pelo Semanário Sol. Porque será?


Via Público