quinta-feira, 20 de março de 2008

Autoridade da concorrência

É assim que o governo premeia quem faz, reconhecidamente, um trabalho isento e de qualidade. Abel Mateus, depois de ter sido um bom presidente da Autoridade da Concorrência, é substítuido. Desta forma, o governo mostra a sua independência a isenção em torno desta questão. Como sempre, já estamos habituados.


2 Comentários:

Às 11 de abril de 2008 às 00:15 , Anonymous Anónimo disse...

Caríssimos... quem lê todos os artigos do vosso blog consegue estar entretido alguns minutos... consegue perceber que vocês são inteligentes, mas não pode concordar com a vossa crítica à isenção e à independência do governo... apenas porque vocês próprios não o são (isentos e independentes)... sempre o PSD para a frente e o governo para trás. Querem um exemplo? Onde está a vossa opinião sobre os recentes resultados das contas públicas e consequente redução do IVA?

 
Às 14 de abril de 2008 às 15:53 , Blogger Gonçalo Pereira disse...

Vamos a isso então.

Desde o ano de 1995 até 2005 que as contas públicas têm sido sucessivamente desprezadas. A partir de 2005, as contas públicas melhoraram para um défice perto dos 2%. É bom? Acho que não. Devemos considerar positivo que todos os anos as contas públicas (ou Dívida Pública) piorem 2%? Definitivamente não.

A situação a partir de 2005 melhorou. Mas melhorou na eficiência da recolha de impostos, ou seja, na receita pública. Melhorou também no investimento público, que se reduz inevitavelmente em tempos de crise. Mas não melhorou na despesa pública, que se mantém em crescimento todos os anos. E é precisamente na despesa pública que as reformas estruturais têm falhado. Porquê? porque a despesa pública implica mudanças estruturais. O que não tem acontecido.

Em relação à descida do IVA, se o Governo pretende incentivar a economia através de mais procura interna, tudo bem. Na minha opinião, não o deveria fazer. Numa época em que a maioria dos países ocidentais tem níveis muito baixos de poupança (em comparação com China e Japão, por ex), não optaria, se fosse policymaker, por incentivar o consumo. Se a medida terá efeito nas regiões de fronteira com Espanha, também tenho as maiores dúvidas. Se a desculpa é de que a base de incidência do IVA é enorme e que terá efeitos directos no bolso dos indivíduos, ainda pior, porque o impacto no orçamento de Estado ainda é também maior.

Sobre o PSD, não acredito que ESTE PSD faça melhor que o governo. Não votaria neste PSD seguramente.

Alguma dúvida?

 

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