terça-feira, 7 de agosto de 2007

BCP


Tenho tido muita vontade de escrever sobre a situação no BCP, o maior banco privado português. Contudo, a sensação que tenho é de que praticamente nada do que acontece realmente lá dentro passa cá para fora. Desse ponto de vista, a estratégia de comunicação do banco tem resultado.

No entanto, os sinais que passam para fora são de instabilidade e ruptura, essencialmente. Provavelmente, a guerra é dura, de longa duração e não se vai resolver em 2007. A situação é tal que o consenso entre as partes envolvidas não é possível. Só é possível com o afastamento total de uma das partes, ou seja, esse conjunto de accionistas deixar de ter participações no BCP. Uma solução radical, portanto.

Esta guerra é o sintoma do crescimento de um banco que está muito maior do que há dez anos. E muito internacionalizado. Possivelmente, uma OPA de um grande grupo estrangeiro seria a melhor solução para resolver de vez os diferendos entre os accionistas. Não acredito nessa treta dos centros de decisão nacionais. O melhor para o BCP é uma boa gestão, não uma gestão com capital português.

Grosso modo, é isto. Sem entrar em histórias de Opus dei, de guerras pessoais entre administradores, de perspectivas de fusões (BCP e BPI), de capital do norte ou do sul, de famílias tradicionais Vs novos ricos.

PS: De louvar a boca aberta de Joe Berardo, que nos vai dando, por monossílabos, alguma informação. Aconselharia, contudo, a contratação de um porta-voz ou o frequência do programa Novas Oportunidades a Joe Berardo, para se exprimir melhor.