domingo, 21 de junho de 2009

Heróis no Irão



Não podia de deixar tecer algumas considerações sobre um país que me fascina imenso, o Irão, juntamente com uma civilização milenar persa que se mantém altiva e um dia, espero eu, seja uma referência para os vizinhos árabes que sempre olharam para os persas com desconfiança e inveja.

O Irão não é uma democracia. Mas vejo muito mais potencial numa democracia a médio prazo no Irão do que vejo em Marrocos, na Síria, na Arábia Saudita, no Yemen, no Egipto, e em muitos outros países árabes. Os persas têm a elite e a "intelligentsia" para construir um futuro sem ayatollahs, sem a destruidora influência religiosa que se apoderou de muitas nações muçulmanas, sem esta força imobilizadora que impede estes países de progredirem no sentido de um desenvolvimento liberal, tolerante e laico.

Com líderes assim, estilo Ahmadinejad, o país continua submerso na obscuridade religiosa, numa política externa anti-Israel, e num populismo de algibeira. Mas estes líderes, como se verificou, já não são eleitos por voto popular mas sim à força e à custa de manipulação. Se há uns anos seriam eleitos sem problemas, temos agora uma juventude iraniana que se parece opôr veementemente à teocracia e aos candidatos ultraconservadores, ao ponto de arriscar a própria vida.

Estes jovens iranianos merecem a minha consideração absoluta e o meu apoio incondicional.


2 Comentários:

Às 24 de junho de 2009 às 10:31 , Blogger Ricardo Nunes disse...

Bom dia Gonçalo,

Não podia estar mais de acordo com a tua opinião. De facto, é de salutar a coragem demonstrada por milhares de pessoas 8com o jovens à cabeça) ao manifestarem-se contra a forma pouco democrática como as eleições de desenrolaram. Sobretudo quando se sabe que a probabilidade de se acabar morto ou encarcerado não é tão reduzida quanto isso.

Há que apoiar, por todos os meios possíveis, esta luta pela reposição da verdade e alteração do regime vigente no Irão.

Abraço

 
Às 29 de junho de 2009 às 22:06 , Blogger Gonçalo Pereira disse...

Creio que o Reino Unido, muito mais que os americanos, tem lutado por alterar o status quo no Irão. Mas é muito difícil enquanto as milícias islâmicas e o exército se mantiverem ao lado dos ayatollahs.

 

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