segunda-feira, 14 de abril de 2008

Um país ingovernável


A questão da avaliação dos professores mostra que temos um pais ingovernável. Um país onde o maior sindicato dos professores, a FENPROF, é liderado por um homem que acha que todos os professores devem ser avaliados com "bons" ou "excelentes". Onde a avaliação dos professores é satisfatória e suficiente se se basear apenas nas fichas de auto-avaliação, nas fichas de assiduidade, na participação nas actividades da escola e em acções de formação contínua, e de preparação das aulas. Só falta mesmo acrescentar um ponto essencial a estes: avaliar as aulas dadas pelos professores aos alunos. O resto é treta. Destes quatro pontos, o mais importante fica por fazer.

Controlar a assiduidade é básico, elementar, em qualquer país do mundo. A participação em acções de formação contínua e de preparação das aulas é conveniente, se não for apenas para marcar presença ou encher currículo. A auto-avaliação só faz sentido caso haja feedback do avaliador. No caso, ele não existe. O avaliador é apenas a folha de presenças.

Sem querer ser demasiado negativista, reconheço que a ministra deu um passo importante. Só não completou a sua reforma porque encontrou pela frente reaccionários que ainda estão no século XIX, que querem proteger à força os direitos adquiridos ganhos numa sociedade que não distinguia os bons dos medíocres, uma sociedade insustentável.

Assim termino, citando o Expresso: "Ninguém vai dar 'insuficiente' ou 'regular' a ninguém. Toda a gente vai dar 'bons' porque não implicam com as quotas e fica tudo na mesma, afirmou uma das professoras contactadas pelo Expresso"

Somos todos muito bons, não é?