sábado, 30 de março de 2019

«Tenho muita pena que Lisboa se esteja a tornar uma cidade de fachadas debaixo das quais não há memória.»


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Luís Alves de Sousa tem uma explicação menos mística e mais acessível a todos: “Tenho pena que em Portugal não saibamos usar aquilo que temos de melhor. O que me custam estas pequenas coisas, como ter uma garrafa de Porto ou um chá para os hóspedes, é tão pouco e faz tanta diferença para quem chega. Se eu posso ter um serviço de luxo porque é que não o hei-de dar? Tudo isso me é devolvido pelo número de clientes que fidelizo e pelo facto de nunca ter o hotel vazio, apesar de o seu preço ser elevado. Claro que este não é um hotel para turistas normais, mas para quem gosta e sabe apreciar estas coisas, do mobiliário ao chá, mas sobretudo a memória. Tenho muita pena que Lisboa se esteja a tornar uma cidade de fachadas debaixo das quais não há memória. E sem memória não há personalidade.”
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Fonte do texto acima, Jornal digital 'Observador', extractos de artigo de Joana Emídio Marques, 30  Março 2019, intitulado: “A história, as figuras e os 75 anos do Britânia, o hotel que foi o Império de Natália Correia”.